O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), vai ampliar a terceirização do atendimento na rede municipal de saúde.
A Secretaria de Saúde lança hoje edital para a contratação de empresa para prestação de serviços médicos para atendimento de urgência e emergência no Hospital de Clínicas Sul, no Parque Industrial, e nas Upas (Unidades de Pronto-Atendimento).
O valor do contrato está estimado em R$ 1,353 milhão por um período de quatro meses. Em setembro, a pasta prorrogou por mais 50 dias o contrato com a Ideias (Instituto de Desenvolvimento Estratégico e Assistência Integral à Saúde) que já presta serviços para a rede desde abril, em um contrato no valor de R$ 516 mil.
A Ideias foi contratada, com dispensa de licitação, para suprir horas-extras que não estariam sendo cumpridas por médicos da rede. O secretário municipal de Saúde, Danilo Stanzani, disse ontem que o novo contrato que será firmado pela vencedora do processo licitatório, visa suprir déficit de profissionais no setor de emergência.
Ele relatou que serão licitados 31 plantões de finais de semana, que somam uma carga horária de 752 horas.
Do total, 320 horas serão para serviços de emergência adulto e 432 horas para emergência pediátrica. Segundo o secretário, embora a rede tenha recebido mais 13 profissionais emergencistas, contratados no último concurso público para a função, ainda há um déficit de pelo menos 31 profissionais.
O secretário afirmou que, paralelamente à contratação de uma prestadora de serviços, a pasta prepara a abertura de novo concurso público para suprir a rede, que possui 740 profissionais médicos. O vice-presidente do Comus (Conselho Municipal de Saúde), Carlos Baklos, disse ontem que o conselho não tem conhecimento da contratação de outra empresa para auxiliar a rede.
Baklos, no entanto, frisou que a medida deve ser em caráter emergencial, para permitir à prefeitura a contratação de profissionais por concurso público. O que não pode acontecer é a população ficar sem atendimento, afirmou.
O Sindicato dos Servidores Municipais reagiu à medida. “É um absurdo. A prefeitura deveria abrir mais concurso público e melhorar o salário dos médicos em vez de usar os recursos públicos com empresas privadas de saúde”, afirmou Zelita Ramos, diretora da entidade.
Amanhã, o sindicato promoverá uma assembleia, às 18h, com os servidores em frente à prefeitura contra o novo plano de carreira proposto pelo governo tucano.
Na Câmara, a médica e vereadora Angela Guadagnin (PT) considerou um absurdo a contratação de mais uma empresa para prestar serviços à saúde pública.
Fonte: O Vale