Força Aérea Brasileira tenta modernizar frota do país

Relatório técnico da FAB (Força Aérea Brasileira) aponta o caça norte-americano F-18 Super Hornet, produzido pela Boeing, como a melhor opção para modernizar a frota brasileira, foco do programa F-X2, que se arrasta desde 2001. Além do caça americano, concorrem ao contrato do governo brasileiro, estimado em R$ 10 bilhões, o modelo francês Rafale e o sueco Gripen NG.

O documento da Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate) da FAB, divulgado no último sábado pela revista IstoÉ, mostrou que a escolha seguiu critérios técnicos e que fora apresentada ao governo federal havia dois anos, tendo sido engavetada pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim.

A preferência dele era pelo modelo francês, uma opção mais política do que técnica e que chegou a ser comentada publicamente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoiava a escolha. Contudo, a decisão pela compra dos caças ficou nas mãos da presidente Dilma Rousseff (PT), que deve se apoiar nos critérios técnicos da FAB para definir o modelo.

O Ministério da Defesa informou que a presidente é quem fará a escolha e que não há um prazo definido para a decisão. Em nota, a FAB informou que “aguarda a aquisição das aeronaves” e que este “é um assunto que está na alçada da Presidência da República”.

Os militares disseram ainda que a compra de “qualquer uma das três aeronaves representaria um salto considerável na capacidade operacional”. Para assessores, Dilma teria revelado que está disposta a resolver a questão antes do vencimento das propostas comerciais, em 31 de dezembro. Para tanto, a presidente escolheria a proposta que trouxesse mais vantagens ao desenvolvimento do país.

No relatório, a FAB garante que a compra do modelo americano é a mais vantajosa. Uma das vantagens seria a parceria entre a Boeing e a Embraer, que já estariam trabalhando na minuta de um contrato de cooperação. A Boeing se comprometeria a entregar o maior programa de contrapartida já oferecido pelos EUA a qualquer país fora da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Oficialmente, nenhuma das empresas comenta o acordo. Para Agliberto Chagas, gerente executivo do Cecompi (Centro para Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista), a Boeing estaria em uma posição mais favorável pelo relacionamento que vem estabelecendo com empresas do setor aeroespacial da região.

O Vale

Publicado em: 11/12/2012