Hoje é o último dia de distribuição de sacolas plásticas descartáveis nas 113 lojas da região associadas à Apas (Associação Paulista de Supermercados). Depois de mais de dois meses de campanha, já é possível notar a mudança de comportamento dos clientes no comércio a maioria já leva sua própria sacola para embalar as compras.
O fim das ‘sacolinhas’ havia sido decretado em 25 de janeiro, mas um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado no início de fevereiro entre Apas, Ministério Público e Procon deu 60 dias para que os supermercados e os clientes se preparassem para a mudança.
Ontem, a assistente social Sueli Rossi, 59 anos, de São José, saiu com três sacolas reutilizáveis carregadas de produtos de um supermercado. Ela garante que nem em compras maiores sente falta da sacola plástica. “Quando eu era adolescente, não havia sacola plástica. Levávamos as coisas em embalagem de papel reforçado ou em sacolas de feira. O segredo é separar os produtos por segmento”, disse a assistente social.
Outra que mudou os hábitos desde o início da ação da Apas foi a bancária Vanusa Fontana da Silva, 34 anos, que disse que a maior dificuldade é lembrar de levar a sacola do carro. “Cada vez que vinha ao supermercado, tinha que comprar uma sacola. A ação é importante”, disse.
A dentista Viviane Moreno, 35 anos, comemorou a queda do preço das sacolas reutilizáveis. “No início, essas sacolas custavam R$ 5. Hoje, está R$ 1,99. É um preço justo pois estimula o consumidor a comprar e usar a sacola.” Já a advogava Eládia Arcas, 51 anos, disse não concordar com a medida. “Há tantas outras mercadorias que são de plástico e que não irão acabar. Não acho que a sacola seja a culpada”, disse.
A empresária Flávia Neves, 36 anos, se mostrou favorável ao fim das sacolas, mas lembrou de outra utilidade comum do produto o armazenamento de lixo. “De qualquer forma, as pessoas terão que comprar saco de lixo.” O comerciante Helton José Salles, 57 anos, disse que o maior problema será na hora de pico das compras, pois há dificuldade de encontrar embalagens disponíveis.
Adaptação. Para o diretor regional da Apas, Fernando Shibata, graças ao TAC, a mudança de amanhã deverá ser mais tranquila do que a primeira tentativa de eliminar as sacolinhas no início do ano. “Em janeiro, tinha toda aquela expectativa. O TAC veio em bom momento pois algumas cidades estavam mais preparadas do que outras. Esse prazo foi suficiente para que todo o Estado ficasse no mesmo cenário”, disse Shibata.
Ele salienta que os associados foram orientados a avisar aos clientes sobre o fim das sacolas descartáveis e informar opções presentes na loja. “Agora, mais do que nunca, os funcionários serão orientados. Os supermercados estão mais preparados”, afirmou. Mais de 40 milhões de sacolas plásticas são usadas por mês apenas em São José. Não há dados sobre as demais cidades da região.
O Vale