A produção de insulina no país pode virar realidade. Um acordo assinado entre o Grupo Farma Conde e o instituto ucraniano Indar, que fabrica insulina humana recombinante, vital para mais de 600 mil brasileiros, pretende trazer para São José toda a tecnologia da produção do medicamento.
O objetivo da parceria é diminuir o custo do remédio – que é usado por diabéticos e distribuído gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) -, para os cofre públicos. “Se antes o país gastava até US$ 16 (cerca de R$ 32,64) por unidade do medicamento, após uma visita que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fez à Ucrânia, em 2006, para conversar sobre uma parceria entre os dois governos, os remédios oferecidos pelas empresas tiveram os seus preços baixados em menos da metade. Pagamos atualmente cerca de US$ 6 (R$ 12,24)”, afirmou Manoel Conde Neto, presidente do Grupo Farma Conde.
Estima-se que, depois do início da produção, o custo caia ainda mais, chegando a US$ 3 (R$ 6,12). A fábrica deve funcionar no laboratório que o grupo Farma Conde vem construindo no Parque Tecnológi-co de São José. O projeto foi dividido em três fases e o seu desenvolvimento completo deve durar cerca de seis anos.
“Primeiro faremos a importação do produto, depois traremos os cristais para beneficiar a insulina. Na terceira fase, vamos produzir esses cristais completando a transferência da tecnologia”, afirmou Dimitri Ribeiro Ferreira, diretor de marketing da Farma Conde.
Segundo Conde, o sucesso da parceria ainda esbarra em entraves burocráticos do governo federal. “Estive com representantes do Ministério da Saúde e eles disseram que precisam verificar como funciona o processo de licitação da compra do remédio. Mas, de qualquer forma, já estou construindo os laboratórios”, afirmou Conde.
O novo prédio no Parque Tecnológico terá quatro andares e um deles será destinado exclusivamente para a produção de insulina. “Até o momento, o investimento foi de R$ 68 milhões, que serão gastos na compra de 2 milhões de frascos de insulina. Mas o projeto inteiro deve custar R$ 400 milhões”, afirmou Ferreira. Segundo ele, como o medicamento é distribuído, em sua maioria, gratuitamente, o principal mercado para ele é o próprio governo federal.
O Vale
Publicado em: 23/01/2013