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O futuro da cidade começa hoje. Com planejamento, é possível traçar as tendências de crescimento e antecipar cenários a tempo de preparar o município para as novas demandas. O objetivo, claro, é manter a qualidade de vida de seus moradores.
Com o propósito de pensar na cidade do amanhã, o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) realizou o estudo ‘Cenários Prospectivos de São José dos Campos’ que visa compreender as opções de mudanças para a cidade nos próximos 19 anos para apoiar a elaboração de propostas estratégicas, capazes de entregar o futuro desejá vel, com qualidade de vida.
O instituto utilizou em suas projeções dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que preveem, por exemplo, que o número de habitantes de São José em 2030 será de 763.810 pessoas, 21,2% a mais do que o registrado no último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feito em 2010.
“Essas projeções indicam que, até 2030, os idosos devem corresponder a 30% da população, sendo esse um aumento expressivo em relação à população atual”, disse Livia Toledo, gestora de projetos do Ipplan.
A modificação da faixa etária da população é um importante fator de mudanças para a cidade como conhecemos. Investir em novos padrões urbanísticos é a saída para atender esse público de maneira eficaz.
Cenários. O estudo prevê um novo cenário para São José com padrão urbanístico de um município mais denso e compacto, com espaços de uso misto, prioridade para a caminhada e a proximidade, sustentada por uma rede de transporte integrada.
“Nesse cenário, a posse do automóvel não estará vinculada ao uso diário. As pessoas possuirão um carro, mas não irão utilizá-lo nos seus deslocamentos diários. O transporte público, a bicicleta e as caminhadas serão alternativas melhores para ir ao trabalho ou estudar.”
É preciso democratizar espaços
O estudo do Ipplan diz que o melhor cenário futuro é aquele que evita grandes obras viárias, que causam impacto s urbanísticos negativos, e aquele em que o espaço viário é equilibrado em relação aos modos de transporte.
“Seguindo essa linha, os locais hoje destinados exclusivamente ao automóvel podem ser diminuídos em detrimento de melhores calçadas e ciclovias ou ciclofaixas”, afirma Livia Toledo, gestora de projetos.
Por outro lado, caso esse novo modelo não seja adotado, a previsão feita pelo instituto é a de uma cidade mais dispersa, mais centrada no automóvel, com elevado número de carros por habitante e pessoas que se deslocam por vias e viadutos construídos para melhorar o trânsito.
“Neste último exemplo, a segregação espacial da cidade deve persistir, assim como a dificuldade de integração e recuperação de territórios da zona rural.”
Fonte: O Vale