A resposta nunca veio. A pergunta, como um eco em um desfiladeiro, insiste em ressoar pela cabeça do empresário A.A. até hoje: “Quem matou meu filho?”. Anderson Alves, 23 anos, foi brutalmente assassinado em um bar na região sul de São José, há dois anos. Ele cobrava uma dívida deixada por um homem na oficina do pai. Ao invés do dinheiro, recebeu uma paulada na cabeça e dois tiros na nuca.
“Chegaram a prender um cara, mas ele foi transferido e depois solto. A polícia nunca apontou o assassino do meu filho”, disse A. “Só nos recuperamos com o apoio dos amigos e a fé em Deus.” mSomando todos os crimes na região, a Polícia Civil esclarece, em média, 10% dos casos. Por esclarecido entende-se a identificação do autor, não necessariamente a prisão.
De janeiro a março deste ano, foram instaurados 6.289 inquéritos na região a partir do registro de 43.994. Descontando as ocorrência não-criminais, que somaram 15.973 no primeiro trimestre, sobraram 28.021 situações cuja investigação foi necessária. No período, segundo a Polícia Civil, foram resolvidos 3.840 casos taxa de 13,7% de resolução.
Segundo o Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), o índice tem alta considerável quando o assunto é homicídio. Priorizados pela corporação, 60% dos casos, em média, são resolvidos. Roubos e furtos de bens materiais vão ficando no final da fila. A prioridade é resolver assassinatos, latrocínios (roubo seguido de morte) e sequestros.
Excesso de boletins de ocorrência, déficit no efetivo policial, estrutura deficiente e burocracia são apontados como os principais obstáculos para a melhoria da eficiência da polícia.
O Vale