Devedido a impunidade, Latrocinios tem aumento significativo

O aumento do número de vítimas em latrocínios (roubo seguido de morte) em 43,75% na Região Metropolitana do Vale do Paraíba desafia as forças de segurança. De acordo com levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública, foram mortas 23 pessoas entre janeiro e julho deste ano na região contra 16, no mesmo período do ano passado.

O índice ficou bem acima do de vítimas de homicídio doloso (intencional), que subiu 6,55% no mesmo período de 229 pessoas em 2011 para 244, neste ano. Ao todo, 267 pessoas foram assassinadas no Vale entre janeiro e julho deste ano, ante 245 em 2011, o que mantém a região na liderança do ranking de violência do interior do Estado.

Na avaliação da coordenadora do Núcleo de Análise de Dados do Instituto Sou da Paz, Ligia Rechenberg, os dados demonstram a necessidade de aumentar o controle de armas na região. Ela defendeu ainda que a Polícia Civil trabalhe para ampliar o esclarecimento de crimes e que a Polícia Militar faça mais operações de saturação, como as blitze.

“Não me convence atribuir as mortes quase sempre à questão das drogas. O problema que parece haver no Vale é de controle das armas de fogo e baixo esclarecimento de crimes em geral.” A psicóloga Sônia Koehler, do Observatório de Violência do Centro Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), de Lorena, vê um crescimento da violência em roubos em decorrência da impunidade.

“Os bandidos acham que podem fazer o que bem entenderem, assaltando pessoas em qualquer lugar. Mata-se por causa de tênis, celular.” O aumento dos casos de roubo de veículos na região provocou uma reação imediata do comando do policiamento, que determinou reforço de policiais militares nas localidades de maior incidência dos crimes.

Segundo os dados da SSP, foram 1.333 veículos roubados nos sete primeiros meses de 2011 e 1.665 no mesmo período deste ano, alta de 24,90%. “Intensificamos o patrulhamento, pediremos iluminação pública nas áreas ermas (desabitadas) e monitoramento de câmeras para quem tem o sistema”, disse o coronel Leônidas Pantaleão de Santana, comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior).

Um dos focos do policiamento, segundo ele, será a retirada de armas e drogas das ruas, por meio de operações da Polícia Militar e ações em conjunto com a Polícia Civil. “Apreendemos 710 armas em 2012 contra 611, no ano passado. Só de drogas foram 409 quilos em oito meses deste ano. Estamos fazendo o nosso trabalho”, disse Santana.

O Vale