A Reitoria da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) prepara um pacote de medidas para reestruturar a gestão, melhorar a qualidade e a estrutura dos cursos e atrair mais alunos. Há ações que já estão em andamento e outras que começam a valer a partir de 2013, como o aumento da carga horária de três para quatro horas de aula por período (diurno e noturno).
A maior parte dos 37 cursos de graduação terá a carga ampliada no ano que vem. Só não serão afetados cursos na área de saúde, como Enfermagem e Odontologia, que já têm uma carga estendida de aulas. A meta é atrair mais 2.000 alunos para a universidade nos próximos anos, o que inclui a reabertura do campus de Caçapava, medida que está sendo negociada com a prefeitura.
De 2002 para cá, em razão da concorrência e dos problemas na gestão do ex-reitor Baptista Gargione Filho, que se perpetuou à frente da universidade entre 1991 e 2011, a Univap caiu de 14 mil para 6.148 alunos. O primeiro passo para reverter o quadro, segundo o reitor da Univap, Jair Cândido de Melo, que assumiu o cargo em abril deste ano, é tornar mais eficiente a gestão do complexo.
“A palavra-chave da nova gestão é qualidade. É o princípio que norteará todas as nossas ações”, disse Melo.
Para tanto, a Univap contratou a FGV (Fundação Getúlio Vargas) como consultora em quatro projetos que modificarão a forma de administrar a universidade. São eles: orçamento, tecnologia da informação, atendimento ao estudante e planejamento estratégico.
“Queremos mudar na essência, não apenas na forma. Buscar qualidade em tudo, entusiasmar a equipe e incentivar o aluno a almejar sempre o conhecimento”, afirmou Melo, que já foi reitor do ITA. As metas são melhorar a gestão e a capacidade de mensurar resultados, diminuir o improviso na administração e trabalhar com metas e objetivos a serem alcançados.
Outra medida anunciada por Melo será sentida pelos estudantes que tentarão entrar na universidade no final deste ano. O vestibular será mais rígido. “A intenção é atrair estudantes que realmente queiram aprender e se desenvolver. Quem não tiver esse perfil não nos interessa”, afirmou.
Segundo o reitor, não está descartado o fechamento ou a abertura de novos cursos, principalmente na área de inovação. Quem definirá a grade para 2013 será a demanda. O valor do investimento para concretizar as mudanças não foi divulgado pela Reitoria. Melo admitiu, porém, que para ajustar a parte operacional será preciso “entrar um pouco no vermelho”. Mas salientou: “Temos uma reserva para garantir as ações”.
O reitor não descartou a chance de manter a mensalidade para 2013. Se houver aumento, segundo ele, não será exorbitante. “Aqui, nós usamos o dinheiro para ter a educação. E não o contrário.”
O Vale