Planos de saúde da região descumprem as regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para garantir um prazo máximo de espera dos clientes na marcação de consultas, cirurgias e exames, estabelecido entre 3 e 21 dias úteis. Sete meses após a determinação do órgão, que estabeleceu as novas regras em dezembro do ano passado, ainda existem clientes insatisfeitos com o atendimento oferecido pelos planos.
Na última terça-feira, a ANS suspendeu a comercialização de 268 planos de saúde de 37 operadoras no país.
Nenhum plano na região foi afetado pela medida, que entra em vigor amanhã e é uma punição pelo descumprimento dos prazos máximos de atendimento.
Na região, associados de planos de saúde consultados pelo O VALE reclamam da demora para marcar consultas em especialidades como dermatologia, reumatologia, neurocirurgia, psiquiatria e endocrinologia. Há casos de espera de até sete meses, contrariando a resolução 259 baixada pela ANS. “Liguei para a Unimed e pedi uma consulta com um cardiologista. Eles me disseram que só haveria vaga para daqui um mês ou só em dezembro”, disse um beneficiário do plano, que pediu para não ser identificado.
Com problemas em marcar consultas, a empresária Luana Carvalho, 27 anos, desistiu da Santa Casa Saúde, plano de São José. “Tive muitos problemas e mudei de operadora.”
Os planos de saúde negam que estejam descumprindo a norma da ANS. A suspensão da ANS é baseada em reclamações registradas nas ouvidorias do órgão e das empresas de saúde e no Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor). Em São José, onde atuam os principais planos de saúde da região, o Procon registrou 204 reclamações contra os convênios no ano passado contra 87 queixas em 2006.
Para o presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), Florisval Meinão, que apoia a decisão da ANS de suspender os planos, as empresas têm que se adequar às novas normas, oferecer melhores serviços aos clientes e remunerar melhor os médicos.
Na maioria dos casos, as reclamações giram em torno da abrangência de serviços, negativa de atendimento, reajustes praticados, prazo de carência, tempo de atendimento e mudança de faixa etária. O problema também é verificado em Taubaté.
“Temos muitas reclamações contra os planos de saúde. O que fazemos é intermediar a solução dos conflitos, mas as empresas têm que seguir à risca a resolução da ANS”, disse Luiz Gustavo Campos Barbosa, agente do Procon de Taubaté. Segundo o coordenador do Procon de São José dos Campos, Sérgio Werneck, os planos já começaram a se adequar às normas da ANS. Ele incentiva os consumidores a registrar queixas.
O Vale
Isso mesmo… Se for pra esperar 60 dias por uma consulta não precisamos do plano de saude, já marca direto pelo SUS que o prazo de espera é menor! Isso é Brasil.
Não temos o direito nem de ficar doente, médicos quer ganhar bem, mas não querem respeitar prazo de marcação de consulta.