A campanha ‘O Vale pela paz’, cujo objetivo é abrir o debate sobre a violência epidêmica que atinge a região, ganhou adeptos entre pessoas com representatividade dentro e fora do Vale. Eles elogiaram a iniciativa dos jornais O VALE e ‘Bom Dia’ e afirmaram que, sim, a sociedade mobilizada pode mudar o panorama de violência.
Uma série de reportagens especiais irá tratar de temas relacionados à violência nas páginas dos periódicos. No site de O VALE (ovale.com.br), será disponibilizado mais conteúdo diariamente. Com isso, os veículos pretendem mobilizar a sociedade a cobrar do Estado medidas efetivas no combate à violência na região.
Doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra e diretor do Master em Jornalismo, Carlos Alberto Di Franco elogiou a iniciativa por focar em “tema relevante da agenda pública. Segurança é um das maiores demandas da sociedade”.
Para ele, como o crime organizado migrou para regiões que, no passado, eram sinônimo de paz e convivência, a sociedade precisa reagir. “É preciso dar um basta, cobrar segurança pública e, sobretudo, promover uma campanha em favor da paz.”
Avaliando como uma “excelente ideia”, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São José, Júlio Rocha, disse que a iniciativa “estimula e envolve toda a sociedade a refletir sobre os mecanismos de conquista da sonhada paz”.
Para ele, e a sociedade deve assumir a responsabilidade de sua parcela, para que se possa realizar o ideal da paz. Nesse contexto, Rocha defende que as pessoas se lembrem que a paz “começa em família, estimulando a cada membro, e principalmente as crianças, a viverem em harmonia, solucionando os problemas pelo diálogo”.
Mobilização. Na avaliação do deputado estadual Hélio Nishimoto (PSDB), a campanha pode conscientizar os leitores para a “importância de ajudar na melhoria da segurança”. Segundo ele, a força da mídia é capaz de despertar o interesse dos cidadãos. “O jornal ajuda a conscientizar a população.”
“Toda iniciativa que busque a mobilização da sociedade em torno das mazelas sociais é válida, sobretudo um tema tão complexo como a violência”, opinou o sociólogo e cientista político Alacir Arruda, professor da Unitau.
Para ele, a campanha pode incentivar os cidadãos a denunciar, se indignar e não aceitar a violência, seja ela de qualquer espécie, como algo natural. “Temos a maior carga tributária do planeta e o mínimo que o Estado deve fazer é nos dar condições seguras de ir e vir.”
Para enfrentar a violência, segundo a promotora Silvia Máximo, da Vara da Infância e Juventude de São José, a sociedade tem que assumir sua responsabilidade. “Deve se articular e cobrar a implementação de políticas públicas e rigor para o cumprimento das penas impostas aos sentenciados.”
Agostinho Gomes, delegado assistente do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), reforçou que a segurança é responsabilidade de todos, não só das polícias. Quanto à participação da sociedade, estimulada pela campanha, ele defende o registro das ocorrências, denúncia de atividades suspeitas e confiança no trabalho policial.
O Vale