Enquanto as doações não chegam, 10 dos 20 vereadores de São José que concorrem à reeleição injetam recursos próprios para tocar suas campanhas. Apenas o vereador Cristiano Pinto Ferreira (PV) não está na lista porque este ano disputa a prefeitura. Entre os maiores investidores das próprias campanhas estão Jairo Santos (PV), Walter Hayashi (PSB), Fernando Petiti (PSDB) Valdir Alvarenga (PSB) e Alexandre da Farmácia (PP).
Os dados fazem parte da primeira parcial das prestações de contas disponibilizada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Uma nova parcial será divulgada no início de setembro. Com um patrimônio declarado de R$ 173 mil, Jairo Santos informou ter gasto do próprio bolso R$ 20 mil. O valor representa toda a receita divulgada na primeira parcial da campanha.
“Nunca tive recursos de empresário em campanha. Então, a gente conta com recursos próprios e dos amigos”, disse Jairo. Segundo ele, os recursos são de uma poupança feita nos últimos quatro anos. Jairo aposta na elaboração de placas, banners e cartões.
Walter Hayashi desembolsou R$ 15 mil para sua campanha, dinheiro usado para a confecção de 100 mil santinhos, 20 mil jornais e 40 banners. “Ainda não recebi contribuições. Então, para não faltar material, fiz minha própria doação. Agora, conto com os amigos”, disse.
Fernando Petiti injetou R$ 9.500 em sua campanha, que recebeu outros R$ 26 mil em doação cifras que o levaram a liderar o ranking de arrecadação na primeira parcial. Ele gastou R$ 11,6 mil dos R$ 36,2 mil que recebeu. “Nossa prestação de contas foi a mais alta, mas os valores não irão mudar muito nas próximas. Nossa ideia é não estourar o nosso orçamento e saber usar bem esse recurso”, afirmou o tucano.
O ex-presidente da Câmara, Alexandre da Farmácia, também turbinou sua campanha com R$ 10 mil, chegando a R$ 30,9 mil em arrecadação. Valdir Alvarenga do PSB depositou R$ 10.300 de um total de R$ 13.100 arrecadados.
Também investiram em suas candidaturas Wagner Balieiro (PT), com R$ 7.000 em recursos próprios; João Tampão (PTB), com R$ 6.500; Macedo Bastos (DEM), com R$ 5.000; Cristóvão Gonçalves (PSDB), com R$ 3.000; Miranda Ueb (PPS), com R$ 2.250 mil; e Vadinho Covas (PSDB), com R$ 2.200.
Apenas dois vereadores dos 20 que concorrem à reeleição declaram arrecadação zero nesta primeira parcial da prestação de contas: os democratas Renata Paiva e Luiz Mota. Renata, que tem placas e mini outdoors espalhados pelas regiões sul, leste, oeste e norte, não declarou nenhuma movimentação.
Mota informou que já repassou os dados de arrecadação e gastos ao partido para a publicação no TSE. Ele afirma ter recebido R$ 4.500 de sua empresa e outros R$ 2.500 de um amigo. Ele pretende investir outros R$ 10 mil do bolso para garantir sua campanha.
O cientista político Alacir Arruda tem uma visão crítica sobre o auto-financiamento. “Já vimos casos de vereadores que gastam em uma campanha mais do que vão ganhar em salários durante quatro anos. Isso é, no mínimo, brincar com a inteligência da população”, afirmou o analista. “A gente não sabe efetivamente o que acontece.”
O Vale