Os futuros radares de São José vão ficar ‘escondidos’ dos motoristas. Na brecha da nova resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a prefeitura deixará de instalar as placas que avisam a proximidade dos aparelhos de fiscalização.
A medida está prevista na regra do governo federal, em vigor há uma semana, que desobriga a colocação da sinalização antes dos equipamentos derrubando a exigência imposta pelo próprio Contran há 5 anos, desde novembro de 2006.
A prefeitura informou a O VALE que as placas existentes serão mantidas, mas que as futuras vias fiscalizadas não vão contar com a sinalização. Entretanto, as atuais placas podem perder a utilidade em pouco tempo.
A Secretaria de Transportes pretende lançar em fevereiro uma licitação para remodelar a estrutura da fiscalização eletrônica. A proposta é fiscalizar novas avenidas, pois as atuais estão conhecidas pelos motoristas, e monitorar uma quantidade maior de corredores.
São José multa em média 433 motoristas por dia, segundo balanço oficial, a maioria por exceder a velocidade. Hoje, 46 bases de radar fiscalizam as principais avenidas. O sistema conta ainda com cinco lombadas eletrônicas e dois radares móveis.
Em nota oficial, a prefeitura informou que ‘o motorista deve sempre seguir a orientação de velocidade máxima permitida na via, pois dessa forma estará contribuindo para um trânsito mais seguro para todos’. O modelo de radares sem placas de aviso é defendido por especialistas, mas divide a opinião de motoristas da cidade.
Para o professor Carlos Alberto Guimarães, especialista em trânsito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a retirada das placas é positiva. “Não existem placas anunciado que tem um marronzinho na avenida. Cabe ao motorista a responsabilidade de respeitar o limite de velocidade”, afirmou.
Para o administrador, Edson Antônio Casado, 53 anos, que mora no Urbanova, a decisão da prefeitura mostra que o objetivo principal da fiscalização é punir o motorista. “A prefeitura mostra que não está preocupada em educar e orientar o motorista, mas sim em arrecadar mais dinheiro com multas”, disse.
Para a educadora Marlene Santana Pereira, 62 anos, do Jardim as Indústrias, a decisão é importante para reduzir os acidentes de trânsito. “Sem as placas, os motoristas terão que respeitar a velocidade sempre, e não somente frear quando vê a placa do radar”, afirmou Marlene.
O motorista de caminhão, João Esmael Sutil, 63 anos, afirmou que a retirada das placas vai aumentar o número de infrações. “Essa é a única forma de respeitarem a velocidade. Mesmo com radar, tem muita gente que ainda abusa no trânsito”, afirmou.
Balanço da Secretaria de Transportes aponta que foram aplicadas 130.176 autuações de janeiro a outubro desse ano aumento de 30% se comparado com o mesmo período do ano passado. A principal infração é dirigir acima da velocidade, em seguida está estacionamento proibido e dirigir conversando no celular.
O Vale