A Fundação Cultural Cassiano Ricardo assumiu a administração de três antigas estações ferroviárias de São José dos Campos, ainda sem verbas para o restauro dos prédios e sem ter um projeto claro para o uso futuro dos espaços. As obras, cujo custo estimado está entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões, compreendem as estações Eugênio de Melo, Limoeiro e Martins Guimarães, todas na região leste da cidade. Elas foram construídas entre o final do século 19 e o início do século 20. Os prédios, essenciais no ciclo do café e na chamada fase sanatorial do município, hoje encontram-se em estado de abandono, algumas até com risco de desabamento, apesar de estarem em processo de tombamento federal.
Segundo a arquiteta e diretora do patrimônio histórico da FCCR, Rosana Tavares, o início da revitalização se dará antes da conclusão do processo de titularidade, que já está em andamento. A meta é para que duas estações sejam restauradas no próximo ano: a Limoeiro, cuja verba já teria sido aprovada pelo Ministério da Cultura, e a Central (localizada na avenida Sebastião Gualberto), que passará aos cuidados da FCCR após ser restaurada pela MRS Logística, empresa que controla a malha da antiga Rede Ferroviária Federal. “O primeiro passo é retomar esses espaços, que hoje estão abandonados. Em seguida, já na fase da restauração, vamos adequá-los às leis de acessibilidade e segurança”, disse Rosana. O governo planeja usar os prédios para atividades culturais e associadas à educação.
“Essa estação é um patrimônio do Eugênio de Melo e está abandonada. Quando era pequena tinha o expressinho, que a gente pegava para ir a Caçapava. Era bonito”, conta a comerciante Suzete Marcondes da Silva, 55 anos, que mora há 40 anos em frente à estação de Eugênio de Melo. “Se restaurar, vai atrair gente, segurança. Antes ficava gente aí, mas agora nem isso, porque o pessoal têm medo de o teto desabar”, diz Estelita de Carvalho, 58 anos, vizinha da estação Martins Guimarães.