O candidato do PSDB a prefeito de São José dos Campos, Alexandre Blanco, questionou ontem a existência de 94 loteamentos clandestinos na cidade, número divulgado pelo próprio governo tucano. “A gente fala em 94 bairros, mas, na verdade, você tem parte desses bairros com casas de alto padrão. Uma grande parte desses 94 bairros tem três ruas”, afirmou Blanco.
Durante sabatina promovida pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em parceria com O VALE, com apoio do Grupo Bandeirantes de Comunicação, o tucano rebateu críticas de adversários sobre a postura do PSDB frente ao problema. “Em todos os loteamentos irregulares, Emanuel [Fernandes, ex-prefeito] e Cury [Eduardo Cury, atual prefeito] levaram água, esgoto, iluminação nas vias públicas e residências”, disse.
A regularização dos loteamentos clandestinos foi promessa do PSDB em 2008. O tema é um dos mais explorados pelos adversários de Blanco na corrida deste ano pelo Paço Municipal. Os candidatos do PSB, Antonio Alwan, do PT, Carlinhos Almeida, e do PV, Cristiano Pinto Ferreira, prometem criar uma secretária específica para cuidar do problema.
O petista chegou a afirmar, na primeira sabatina Ciesp/ O VALE, no último dia 20, que a atual administração não conseguiu regularizar bairros clandestinos “por ter meia dúzia de pessoas trabalhando para isso”. Ele diz que o número de loteamentos irregulares é ainda maior: chegaria a 160. “Foi criado um departamento de regularização, temos mais de 30 bairros em processo, mas depende do cartório, do juiz. Falar que vai regularizar em quatro anos é demagogia”, afirmou Blanco.
Durante a sabatina, Blanco também se comprometeu a viabilizar incentivos fiscais para a atração e manutenção de empresas. “Se a empresa vai gerar mais empregos, mais valor agregado, maior cadeia produtiva, a gente pode dividir o IPTU e o ISS, que são tributos municipais, com possibilidade de devolver também o ICMS, um tributo estadual.”
Diferentemente de Carlinhos Almeida, que se comprometeu a aceitar uma indicação dos empresários para definição de seu secretário de Desenvolvimento Econômico, Blanco disse que, caso eleito, apenas consultará o setor. “Vamos olhar a competência, a vocação. O que não dá para fazer é, em época de campanha, prometer que vai nomear alguém. Sou contra, por princípio político”, afirmou.
Na sabatina, o tucano ainda isentou o governo Cury de qualquer responsabilidade no processo de redução produtiva da GM em São José. “A culpa é do Sindicato [dos Metalúrgicos], que a apesar do governo do PSDB e de toda a sociedade civil alertarem que se não se flexibilizasse a negociação com a GM poderíamos perder empregos, o sindicato, ligado à oposição, pagou pra ver”, afirmou Blanco.
Ele também não poupou críticas ao governo federal. “O próprio governo federal falou que tanto faz gerar emprego em São José ou São Caetano, preferindo que se gerasse essa crise em São José. O prefeito Cury, ao contrário, tentou até o último momento evitar”.
O Vale