A crise na General Motors de São José dos Campos entra hoje no vermelho. Trabalhadores, familiares e sindicalistas iniciam as manifestações do ‘janeiro vermelho’ com uma onda de protestos na cidade contra a ameaça de demissão de 1.500 operários.
Economistas acreditam que para cada emprego perdido na GM outros três estão em risco na cadeia de fornecedores e setores de serviços e comércio, o que afetaria mais 4.500 postos de trabalho na cidade. A agenda de protestos começa com uma assembleia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, na região central, às 9h.
Em seguida, trabalhadores e sindicalistas marcharão pelo centro até o Paço, onde esperam ser recebidos pelo prefeito Carlinhos Almeida (PT). Eles carregarão uma faixa exigindo o posicionamento do petista, com a frase: “Carlinhos diga não às demissões. Defensa os empregos em São José”.
Ontem, a assessoria de imprensa do Paço confirmou que uma comissão de sindicalistas e trabalhadores será recebida por representantes do gabinete do prefeito. Carlinhos marcou uma reunião com a direção do sindicato para amanhã, às 14h, no Paço. Ele também aguarda a marcação de um encontro com representantes da GM.
“Amanhã (hoje) teremos um dia de luta e mobilização na defesa dos empregos na GM de São José. Esperamos que o prefeito tenha uma posição muito clara contra as demissões”, afirmou Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José.
Segundo ele, 1.500 trabalhadores da montadora correm risco de demissão em janeiro. Destes, 779 estão com o contrato de trabalho suspenso (layoff) desde 27 de agosto de 2012. Outros 340 já deixaram a fábrica por meio do PDV (Programa de Demissão Voluntária) da empresa.
O prazo do layoff vence em 26 de janeiro. Até lá, sindicalistas e a GM terão três novas rodadas de negociação, nos dias 16, 18 e 23. Lideranças empresariais esperam que as partes cheguem a um acordo e evitem as demissões, que provocariam impacto em toda a cadeia produtiva.
“Para cada demissão na GM, três outros estão em risco. São fornecedores, comércios e prestadores de serviço que terão suas atividades reduzidas”, afirmou o economista Jair Capatti Junior, delegado regional do Corecon (Conselho Regional de Economia). O setor de Recursos Humanos da TI Automotive, empresa de São José que fornece peças para a GM, informou que 30 funcionários estariam em risco com a demissão. Eles podem ser transferidos para outras plantas.
O Vale
Publicado em: 10/01/2013