Empréstimos de Livros na cidade ficam mais diversificados

A Fundação Cultural Cassiano Ricardo planeja integrar o sistema de empréstimos de livros nas várias bibliotecas públicas de São José dos Campos. Ainda em fase de estudo, o objetivo do projeto é, futuramente, facilitar o empréstimo e a devolução dos exemplares entre as unidades.

Além da Biblioteca Cassiano Ricardo, no centro, dois outros locais são mantidos pela fundação: a biblioteca distrital “Helena Molina”, em Eugênio de Melo, zona leste, e a biblioteca Hélio Pinto Ferreira, no Jardim das Indústrias, na zona oeste. “Já fazemos esse processo de empréstimos, mas entre as administrações. A responsável de uma biblioteca, por exemplo, vê que aumentou a procura por um determinado livro no local.

Então ela nos pede um exemplar extra para a unidade”, disse Leise Campos Antonelli Correa, diretora da Biblioteca Pública Cassiano Ricardo. Houve uma diminuição no número de empréstimos de livros entre 2010 (30 mil) e 2012 (27.170). Em relação ao público, foram registradas 75.577 pessoas transitando pela biblioteca em 2010. O número baixou para 72.577 pessoas em 2012. Apesar desta queda, o movimento do ano passado em relação a 2011 (68.500 visitantes) aumentou.

“Observo que o público tem mudado. Recebemos aqui muitos aposentados e pessoas que estão se preparando para concurso público e vêm atrás de um lugar calmo para estudar”, afirmou Leise. O aposentado Rubens Rennó, 82 anos, é um frequentador assíduo. “Todo o mundo aqui me conhece, venho toda semana há anos. Meus livros preferidos são os romances policiais”, afirmou.

Quando precisa de sossego, o professor Saulo Santos Alves, 24 anos, corre para o salão da biblioteca. “Venho cerca de três vezes por semana. Hoje, por exemplo, vim organizar uma caderneta escolar. Também uso aqui para preparar aulas”, disse. Uma das áreas mais frequentadas é o salão dos fundos da biblioteca, onde ficam os jornais e as revistas semanais e mensais.

“Quando abrimos a biblioteca já tem duas ou três pessoas nos esperando para entrar e ler o jornal do dia. Na hora do almoço, os funcionários de lojas do calçadão passam por aqui também para ler alguma coisa antes de voltar ao trabalho”, disse a diretora. A média de frequência na biblioteca é de 280 pessoas diariamente.

São, ao todo, 60 mil exemplares no acervo geral da Cassiano Ricardo, com romances, biografias e ficção, entre outros, e 11 mil exemplares no acervo infanto -juvenil. Ainda há jornais, revistas, CDs, DVDs, partituras e a hemeroteca (arquivo de recortes de jornais e revistas). A cada três meses são adquiridos novos livros, levando em conta as sugestões dos usuários.

O acervo da biblioteca pública Cassiano Ricardo conta ainda com um livros raros. São classificados assim porque possuem tiragens limitadas e numeradas, encadernações especiais – com capas de couro e imitação de madrepérola -, e ilustrações curiosas, entre outras características.

Entre as preciosidades estão o livro “A Morta e o Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, com uma dedicatória para o escritor Cassiano Ricardo, de 1937, e a 2ª edição de “Modinhas Brasileiras”, de 1913. “São livros tão especiais que, para manuseá-los, é preciso usar luva e máscara. Como a biblioteca não dispõe desse aparato, esses títulos ficam no acervo da FCCR”, afirmou a diretora da biblioteca Leise Campos Antonelli Correa. Para ter acesso a esses livros, é preciso autorização especial da fundação.

O Vale

Publicado em: 22/04/2013