Desfile no Fundo do Vale une 12 mil pessoas na cidade

Foi com admiração e com muitos aplausos que quase 12 mil pessoas receberam a comissão de frente “mil faces do beijo”, da Escola de Samba Sol Nascente, quando já era 1h19 de anteontem na Avenida Fundo do Vale, em São José.

A campeã do Grupo Especial mostrava que chegava forte para a disputa. Sob a levada do cavaquinho de Betinho, da bateria de Adriano Pereira e dos intérpretes do samba-enredo “O Beijo” Carlos Henrique, Koca e Marcelinho, os 10 integrantes da comissão de frente da Sol Nascente levaram graciosidade à avenida.

Ao retratar as tentações, sensações e sabores do beijo, a comissão de frente da escola, nota 10 para os jurados, surpreendeu o público. “Olha só como eles estão bem treinados. A coreografia está excelente. Os beijos, as expressões. Estão de parabéns”, afirmou a estudante de psicologia Monique Fernandes, 23 anos.

O desfile seguiu mostrando como o beijo foi tratado ao longo dos séculos, ao resgatar Alexandre, O Grande, Cleópatra, o beijo da traição, o beijo como cumprimento, o beijo no cinema e o beijo de contos de fadas. “A vitória do enredo do beijo foi justa. Eles surpreenderam”, disse a assessora de Eventos Oficiais e Turismo de São José e responsável pela organização do Carnaval na cidade, Maria Emília Cardoso.

Junto com a Sol Nascente, as escolas Corintinha do Jardim Paulista, Estrela de Prata e Filhos do Sol também agradaram ao público presente à Avenida Teotônio Vilela (Fundo do Vale) durante o desfile do Grupo Especial. A festa, programada para as 20h de anteontem, começou somente às 20h55.

Com o enredo “Sou pirata. E daí?”, a Unidos da Vila brincou com o imaginário para resgatar o espírito aventureiro da figura do pirata. Em seguida, já com mais empolgação, foi a vez da Acadêmicos da Santa Cruz homenagear o espírito festeiro, em especial do carnavalesco, com o enredo “Santa Cruz… É festa o ano inteiro”.

Vice-campeã, o Corintinha do Jardim Paulista falou sobre o amor, o amor de mãe, o amor da literatura, o amor ao futebol, o amor ao Carnaval. A bateria da escola, que entrou às 23h20 na avenida, foi uma injeção de ânimo no público.

Antes da campeã assumir o Carnaval, ainda teve espaço para “Mineirice – do Parque da Cidade ao Rio Paraíba, Santana um bairro mineiro”, enredo da Filhos do Sol. Os sambistas conseguiram trazer um pedaço de um dos mais tradicionais bairros de São José para a avenida. O Cine Santana estava lá. Os violeiros e a Festa do Mineiro também. No samba, que “trem bão” não pode faltar. Por fim, às 2h30, logo após o desfile da Sol Nascente, entrou a campeã de 2011, a Estrela de Prata.

No enredo, aposta para faturar o bi: “100 anos de Mazzaropi”. O título não veio, mas as 16 alas da escola relembraram com precisão aquele que é referência no cinema brasileiro. A Estrela de Prata foi a única escola a desfilar debaixo de chuva. A água, porém, não assustou os foliões. Até as 3h25 de ontem, quando deixaram a avenida, o púbico ainda vibrava ao som da bateria da Estrela de Prata.

“Nossa garra nos levou à vitória”, afirmou a presidente da Sol Nascente, Luciane Pedro, valorizando o desfile de todas as concorrentes. A Prefeitura de São José dos Campos pretende ampliar a estrutura e trabalhar para melhorar a qualidade do desfile das escolas de samba da cidade para 2013.

A proposta, segundo explicou a assessora para Eventos Oficiais e Turismo da prefeitura, Maria Emília Cardoso, é fazer do Carnaval um tema para ser discutido no decorrer do ano, e não só nas proximidades dos desfiles. “Uma das coisas que a gente tem que fazer é falar mais do Carnaval durante o ano todo. Vamos fazer isso, estabelecer atividades ao longo do ano, que poderão ser trabalhadas junto à comunidade”, disse.

A assessora avaliou de forma positiva o Carnaval deste ano, elogiando os desfiles das escolas do grupo especial. “Estamos percebendo que a cada ano as escolas estão evoluindo. Por isso mesmo vamos apostar nessa ideia de valorizar no Carnaval”, afirmou.

Neste ano, 19 blocos carnavalescos e escolas de samba desfilaram entre sábado e segunda-feira na Fundo do Vale. Com a proposta da prefeitura, essas agremiações poderão se tornar polos de atividades culturais durante o ano.

O Vale