Qualidade de ensino da Faculdade é apontada por Reitor

Um ano após assumir o comando da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), o reitor Jair Cândido de Melo, 73 anos, aponta a melhoria da qualidade do ensino e o resgate da credibilidade da instituição como suas principais conquistas. Na próxima quinta-feira, ele completa o primeiro de seus quatro anos de mandato, em processo que consolidou o fim da ‘Era Gargione’ na universidade, que possui unidades em São José, Jacareí, Campos do Jordão e Caçapava.

O professor Baptista Gargione Filho, 79 anos, dirigiu a Univap por 20 anos de 1991, ano em que ela foi criada, até novembro de 2011, quando foi demitido do quadro de funcionários. Ele também presidiu a FVE (Fundação Valeparaibana de Ensino), mantenedora da Univap, por 30 anos de 1981 a 2011. Durante este período, Gargione se envolveu em diversas polêmicas, chegando a ser alvo de um processo na Justiça decorrente de denúncias de nepotismo e corrupção o processo foi arquivado por falta de provas.

Para impedir novas perpetuações no poder, o Ministério Público conduziu um processo que resultou na mudança do estatuto da FVE e na troca do reitor da universidade, que agora só pode ser reeleito uma única vez. “O que me deixa mais feliz é ver que neste um ano voltou o entusiasmo dos alunos e professores. Acho que conseguimos conquistar o coração das pessoas. A Univap não tem só um dono. Ela só tem sentido se servir a coletividade”, disse Jair Melo.

Segundo o reitor, neste primeiro ano de mandato houve melhoria significativa na aproximação com a comunidade e na qualidade do ensino na instituição. Ele cita como exemplos medidas como o aumento de 3 para 4 horas na carga mínima de aulas por dia, o reforço de aulas de matemática e português para recém-aprovados no vestibular e a ampliação da capacitação de professores através de cursos.

“Quando assumi, fui taxativo. A melhoria do ensino é prioridade e por isto adotamos estas medidas. Não temos que fazer a história do passado e, sim, preparar os homens e mulheres do futuro.” Feliz com as conquistas, ele reconhece que ainda há muito a fazer. “Temos que aprimorar as mudanças, até porque a imagem da Univap ficou muito desgastada junto à comunidade. Quando aparecia na mídia, era quase sempre com notícias negativas. Vivemos novo tempo.”

Alunos da Univap consultados por O VALE reconhecem o esforço do reitor Jair Cândido de Melo para alavancar a instituição, mas continuam cobrando melhorias no ensino e no setor de pesquisa. “Houve avanços em relação à época do Gargione [Baptista, ex-reitor], mas ainda é muita propaganda e pouca prática”, disse Guilherme Tarquínio, que cursa o 5º ano de direito e é membro da Comissão Pró-DCE (Diretório Central dos Estudantes).

Segundo ele, a partir de amanhã começarão a ser recolhidas adesões por meio de abaixo-assinados em todos os cursos com pedido de melhorias para os alunos e professores. “Quando o reitor assumiu há um ano, foram prometidas melhorias nas bibliotecas, no sistema de internet e nas pesquisas. Como isto não foi feito, vamos voltar a passar o abaixo-assinados nos cursos e protocolar de novo esses pedidos de melhorias na reitoria”, afirmou Tarquínio.

Segundo ele, o grande mérito de Melo em seu primeiro ano de gestão à frente da Univap foi a ampliação do diálogo com os alunos. “Não resta dúvida de que hoje temos muito mais acesso ao reitor, ao pessoal da Secretaria-Geral e aos diretores do que na época do Gargione. Mas o que queremos mesmo é a melhoria efetiva na qualidade do ensino. Vamos continuar cobrando.”

O Vale

Publicado em: 15/04/2013

ITA pretende realizar mudanças em cursos para humanizar

Uma das melhores e mais tradicionais universidades do país, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), irá reestruturar os cursos de graduação no próximo ano para tentar “humanizar” seus alunos.

O objetivo da reformulação, segundo o reitor, Carlos Américo Pacheco, é aliar o aprendizado técnico com habilidades sociais para aumentar a capacidade dos alunos de trabalhar em grupo e lidar com desafios. Para isso, serão ministrados cursos extracurriculares. A grade também deverá sofrer alterações. Uma comissão formada por 18 especialistas de dentro e fora da instituição, como do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), estuda como implantar as mudanças.

Segundo Pacheco, a proposta de alterar o aprendizado da universidade tem gerado polêmica entre os educadores e professores do instituto. Mas a mudança deve começar já no segundo semestre de 2013.

“Queremos dar outras dimensões para os currículos para ir além da base técnica. Nossos alunos são muito bons em ‘hard skills’, como chamamos no meio acadêmico. Mas acho que faltam os ‘soft skills’ (competências pessoais). Trabalhamos pouco isso hoje”, diz Pacheco. Segundo ele, as mudanças não vão diminuir a qualidade dos cursos.

São duas as principais propostas em estudo para viabilizar a mudança: a criação de um Centro de Inovação, um laboratório que visa aproximar os alunos à dinâmica das principais empresas do país, e a implantação de cursos mais abrangentes, como engenharia de sistemas.

A mudança dará fim a uma tradição de 62 anos da instituição, considerada o berço da elite da engenharia brasileira, com seis cursos consolidados aeronáutica, aeroespacial, computação, civil aeronáutica, mecânica aeronáutica e eletrônica.

‘Outro patamar’

Dono do grupo Poliedro, o engenheiro aeronáutico Nicolau Arbex Sarkis, formado no ITA na turma de 1992, elogia a mudança proposta. “O engenheiro precisa ter uma formação ampla. Além dos números, é preciso sensibilidade para administrar pessoas”, diz.

“A capacidade de trabalhar em grupo, de liderança e de relacionamento são os aspectos mais importantes da vida profissional. E justamente estes aspectos são, há tempos, os mais criticados nos engenheiros formados no ITA. O novo projeto vai proporcionar uma bem-vinda mudança no perfil do profissional e elevar os engenheiros formados pelo ITA a outro patamar”, afirma.

Segundo Sarkis, “aliar a formação técnica já existente no ITA com a formação humana é o que todo profissional deseja e toda empresa necessita”.

Concorrência acirrada

O vestibular do ITA atraiu no ano passado 9.337 candidatos interessados nas 120 vagas abertas dos cursos de graduação (uma concorrência de mais de 77 pessoas por vaga). A meta é dobrar para 240 as vagas abertas nos cursos a partir de 2014.

O ITA irá assinar em agosto um convênio de R$ 300 milhões com o Ministério da Educação para ampliar as instalações da universidade. As obras devem começar em outubro e serão executadas ao longo de quatro anos.

O projeto prevê a construção de um novo alojamento para os estudantes, novas bibliotecas, laboratórios e salas de aula. Fundado em 1950, o ITA é a única universidade do Brasil em que os formandos obtiveram o conceito ‘A’ em todos os cursos e em todas as edições do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), o antigo Provão.

Vnews

Flickr: Macapuco

Reitor cria novo projeto para o futuro do ITA

Referência no ensino de engenharia no país, o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São José dos Campos, se prepara para uma reformulação. Entre as mudanças estão a duplicação da capacidade de alunos formados, ampliação de sua estrutura física e alterações na formatação dos cursos.

Em entrevista a O VALE, o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, explica que a discussão sobre como ensinar engenharia tem sido feita pelas principais instituições de ensino do mundo, a fim de formar profissionais preparados para “um mundo mais globalizado, com mais ênfase em inovação, diferente de 30 anos atrás”.

Pacheco, no comando do ITA há pouco mais de cinco meses, também falou sobre a parceria com o MIT (Escola de Engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o reconhecimento do ITA no exterior e as principais dificuldades nessa fase de expansão.

Há uma definição sobre as novas áreas em que o ITA pretende atuar?
Temos algumas coisas que achamos que seja prioridade, mas acabamos de criar uma comissão que irá discutir essa estratégia de expansão. Ela será instalada em maio e tem um ano para definir o que vamos fazer. Temos algumas áreas que temos quase certeza que devemos atuar que são engenharia de materiais e de sistemas, mas ainda vamos discutir isso com mais detalhes. A grande discussão não é só da área que vamos atuar, mas de como estamos ensinando engenharia. Há uma ideia de aumentar o núcleo de disciplinas, diminuindo as áreas de especialização, mantendo por exemplo engenharia só aeronáutica, só mecânica, uma formação mais ampla (Hoje, o ITA possui graduação em engenharia aeronáutica, eletrônica, mecânica-aeronáutica, civil-aeronáutica, computação e aeroespacial).

Quem forma a comissão?
São nove membros internos do ITA e nove externos, formados por ex-reitores e professores conceituados. Posso citar alguns nomes como Alvaro Prata, da Universidade Federal de Santa Catarina, Brito Cruz, da Unicamp e Fapesp, João Fernando de Oliveira, do IPT, Reginaldo dos Santos, que foi reitor do ITA, Silvio Meira, da Universidade Federal de Pernambuco, e Emílio Matsui, da Embraer.

O MIT também participará desse processo?
Um dos temas da cooperação assinada com o MIT é sobre a renovação do ensino de engenharia que eles também estão fazendo. As principais escolas de engenharia tem feito essa discussão de como renovar o ensino para que o profissional que a gente forma esteja mais preparado para atuar no mundo que é diferente de 30 anos atrás, um mundo mais globalizado, com mais ênfase em inovação. Então, o MIT vai sim participar dessa discussão.

Como está a ampliação do campus para receber o dobro de alunos?
O projeto de licitação para construção dos novos alojamentos já se iniciou. Vamos lançar o edital daqui a um ou dois meses. O começo das obras está previsto para setembro ou outubro. Esse novo alojamento terá capacidade para 1.200 alunos (hoje, são 600), é uma obra que demora 3 anos para ficar pronto, dividida em três blocos (o novo alojamento terá 53 mil metros quadrados. Já toda a obra da duplicação do ITA fica pronta em 3 ou 4 anos com laboratórios novos e células novas.

E o que será feito com o atual alojamento?
Será destinado aos alunos da pós-graduação, o que será um atrativo, pois hoje eles não têm esse alojamento.

Quando o ITA estará pronto para receber maior número de alunos?
No próximo vestibular, sem ser este (de dezembro), já vamos para 240. E em cinco anos alcançamos a capacidade máxima, pois, a cada ano, 120 novos alunos vão entrando e demoramos cinco anos para formar uma turma. Por isso, esse aumento será gradual.

Hoje, há mais competição pelos melhores alunos com universidades do exterior?
Acho que há uma diferença no perfil dos alunos que recebemos hoje em relação a antigamente que é o grau de informação que eles têm. Eles são mais globalizados. Muito pouca gente sai para fazer uma graduação no exterior. Sinceramente, acho que não é muito vantajoso. Recebi aquele aluno que passou aqui e foi para Harvard e conversei com os pais dele. É muito melhor fazer a graduação no ITA e eventualmente fazer um doutorado ou pós doutorado no exterior. Em nossa ida a Boston (EUA), um professor do MIT disse claramente que o ITA seleciona melhor seus alunos que o próprio MIT. O ITA não deve nada para universidades de fora pela qualidade dos seus alunos de graduação.

E como estimular esses alunos a permanecerem no Brasil e atuarem no país?
O ITA forma engenheiros muitos especiais, muito bem preparados. Nosso problema é estimula-los a trabalhar no Inpe, na Embraer, nos institutos, nas empresas. Nós queremos fortalecer esse cluster aeroespacial. Essa é nova missão principal. Os institutos precisavam ter um plano de renovação no quadro de pesquisadores. Isso vale para o ITA, o Inpe e o DCTA. Para sermos atrativos, teremos que mostrar o quão interessante é trabalhar nas instituições, não apenas por salário, mas por motivação.

O Vale

Campus da Urbanova é tomado a posse pelo novo Reitor

O reitor eleito da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Jair Cândido de Melo, será empossado oficialmente hoje à tarde, em cerimônia no campus Urbanova da instituição, em São José dos Campos, às 14h. Melo assumirá o comando da universidade no lugar do atual reitor, Antonio de Souza Teixeira Júnior, que ocupava o cargo desde outubro do ano passado, após a saída de Baptista Gargione Filho, que ficou 20 anos à frente da Univap.

O novo reitor assume prometendo uma gestão mais democrática e promete batalhar para recuperar a credibilidade da instituição. Para O VALE, Melo afirmou que atenderá as principais reivindicações dos estudantes, reforçando o currículo escolar e melhorando o processo seletivo de ingresso à universidade.

Dentre funcionários e professores, a posse de Melo também significa “tempos de mudanças”. “Ficamos 20 anos sob uma administração que não tinham muitas brechas, não era nada democrática. Agora, o ambiente vai ter uma oxigenação. O clima interno é de esperança e vontade de trabalho”, afirmou o representante do Corpo Técnico Administrativo da FVE (Fundação Valeparaibana de Ensino), mantenedora da Univap, Afonso Celso Monteiro.

“A gente espera o retorno dos alunos para a Univap. Tivemos queda grande nos último anos. Ele Melo nos ouve, busca o entendimento geral”, disse o coordenador do curso de Enfermagem e um dos representantes dos docentes, João Benicio de Almeida.

O Vale

Para o próximo ano, Univap terá horas a mais de aulas

Após forte apelo da comunidade estudantil, a Univap (Universidade do Vale do Paraíba) vai elevar a carga horária mínima de aula de três para quatro horas por dia a partir do ano que vem. O objetivo da mudança é melhorar a qualidade de ensino da instituição. “Primeiro, toda a ênfase será em incrementar qualidade à educação”, afirmou o reitor eleito da Univap, Jair Cândido de Melo, que tomará posse amanhã, em cerimônia no campus Urbanova, em São José.

“A nova carga horária vai ser implementada ano que vem”, disse. Durante o período eleitoral para escolha do novo reitor, neste ano, o aumento da carga horária foi um dos principais pedidos dos estudantes da universidade. Para eles, melhoria de ensino começa com mais tempo dentro da sala de aula.

Outro apelo estudantil que deve ser atendido já este ano é a alteração do processo seletivo para ingresso num dos 30 cursos de graduação da Univap. “Precisamos fazer um processo mais rigoroso. Temos que colocar aqui alunos qualificados. Não adianta colocarmos aqui alunos que não podemos dar soluções”, afirmou Melo.

Ontem, a dois dias de assumir a reitoria da Univap, Melo concedeu entrevista a O VALE, reafirmando que sua gestão será marcada pela descentralização do poder.

Confira os principais trechos da entrevista a seguir.

Professor, com que pensamento o senhor assume a reitoria nesta semana?
Em primeiro lugar, tenho afirmado, esse é meu princípio, que o planejamento deve ser feito em equipe. Não vai ser minha vontade, tenho minhas ideias, mas elas não serão absolutas.

O senhor já tem em mente metas a serem atingidas a curto e longo prazo?
Não elaboramos ainda um plano, mas temos algumas ideias que valem para qualquer organização. Vamos olhar para a qualidade, fazer uma análise de situação. Onde estamos bem, onde temos que trabalhar qualidade. Queremos reforçar as qualidades positivas e corrigir os erros. Para isso, precisamos ter um tempo de avaliação. Mas, primeiro, toda a ênfase será em incrementar qualidade.

Como, professor?
Melhorando a qualificação docente, com aperfeiçoamentos constantes. Precisamos de um programa de avaliação de desempenho para ver esse cenário. Silenciosamente, já temos feito isso, mas vamos incrementar esse trabalho.

Imperiosamente, temos que ter um sistema moderno de tecnologia de informação, temos que administrar variáveis que descrevam o cenário da Univap, não podemos trabalhar por intuição. Pensando na melhoria da educação, um dos principais pedidos dos alunos diz respeito ao aumento da carga horária.

A nova carga horária, por exemplo, vai ser implementada ano que vem. Isso já está planejado, uma carga horária mínima de quatro horas. Não dá para mudar imediatamente, porque precisamos renomear disciplinas para dar sustentação à mudança.

Outra mudança que estamos cogitando é no processo seletivo, precisamos fazer um processo mais rigoroso. Temos que colocar aqui aluno qualificados. Não adianta colocarmos aqui alunos que não podemos dar soluções. O estudo é um instrumento sequencial. Se o aluno acumulou muitas falhas, não temos condições técnicas de recompor. Essa mudança é quase certa, um denominador comum.

O atual reitor, professor Antonio de Souza Teixeira Júnior, defende a construção de uma Univap que assegure o desenvolvimento sustentável da região. Como atingir isso? Mesmo com alternâncias, se olhar ao longo do tempo, muito da riqueza da nossa cidade é fruto de várias pessoas que tiveram capacitação via Univap. Dá para medir repercussão da Univap em termos de cidade. Agora, se a gente conseguir, cada vez mais, melhorar essa capacitação, melhor o efeito.

O Vale

Como ex-reitor do ITA foi nomeado novo Reitor da Univap

O professor Jair Cândido de Melo foi eleito ontem o novo reitor da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) com 17 dos 28 votos possíveis do Conselho Curador. Sandra Maria Fonseca da Costa foi eleita vice-reitora na segunda votação, com 24 adesões. Eles assumem no dia 18 de abril para um mandato de quatro anos.

Aos 71 anos, Melo assume a reitoria com a promessa de fazer uma gestão transparente e de ouvir a comunidade acadêmica em suas ações. As promessas mostram a intenção de fazer uma gestão diferente de seu antecessor Baptista Gargione Filho, reitor por 20 anos, criticado pelo distanciamento e por centralizar as decisões.

O fato de ter ocupado a reitoria do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) foi o quesito que mais pesou na escolha. Logo após ser eleito o anúncio foi feito às 15h10 Melo disse que sua primeira ação como reitor será a de recuperar a saúde financeira da Univap. Segundo ele, a instituição está com custo operacional negativo e precisa consumir todos os meses o fundo de reserva.

“Quero restaurar o equilíbrio financeiro da instituição, reagrupando atividades e analisando a demanda dos cursos”, afirmou. Ele disse ainda que pretende melhorar o ambiente de trabalho dos funcionários e também a qualidade dos cursos. “Vou fazer isso revendo a grade curricular e estimulando o aluno. Tem aluno que vem aqui buscar papel e não conhecimento. E com esse aluno, nós vamos trabalhar pesado”, afirmou.

Casado, Jair tem oito filhos sendo um de criação e três sobrinhos que ele criou após a morte dos pais. Ele também tem seis netos. Atualmente, é o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da universidade. A preferência em Melo já havia sido demonstrada nas eleições prévias que escolheram os seis e depois os três candidatos que iriam concorrer ao cargo.

O professor Luiz Carlos Andrade de Aquino recebeu dois votos para o cargo de reitor e quatro para vice. Ele parabenizou os vencedores e colocou seu cargo de diretor da Faculdade de Direito à disposição do reitor. “Neste sentido que me coloco à disposição para contribuir no que julgarem necessário, colocando desde já, também, meu cargo à disposição dos futuros dirigentes para que tenham total liberdade de construírem coletivamente o melhor projeto para a Univap”, disse.

O Vale

Novo Reitor da Univap é definido depois de 20 anos

São José dos Campos conhece amanhã o futuro reitor da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), após vinte anos de gestão do professor Baptista Gargione Filho. O cargo é disputado pelos docentes Jair Candido de Melo, Luiz Carlos Andrade de Aquino e Sandra Maria Fonseca da Costa. Todos ocupam cargos de diretores nomeados por Gargione.

Os três têm propostas semelhantes que preveem descentralizar o poder de decisão, dar mais transparência na aplicação de recursos e melhorar a qualidade dos cursos. A escolha do futuro reitor será feita por votação do Conselho Curador da FVE (Fundação Valeparaibana de Ensino), mantenedora da universidade. O conselho tem 30 membros.

A eleição começa às 14h e tem duração prevista de uma hora e meia. O mais votado vai assumir o posto de reitor por quatro anos, podendo ser reeleito uma única vez. O segundo mais votado será o vice reitor da universidade. A votação será sigilosa os conselheiros não têm que divulgar suas preferências e o futuro novo reitor irá assumir o cargo em duas semanas, no dia 18 de abril.

Para os alunos, a eleição significa o fim da era Gargione, criticado pelo seu distanciamento e que chegou a ser investigado pela Justiça por suspeita de corrupção e nepotismo. Para os professores, a maior expectativa se refere à promessa dos candidatos de acabar com as distorções salariais e criar um plano de carreira mais justo e claro.

O plano de carreira vigente foi elaborado em 1992, ano em que a universidade foi criada, e contempla 24 escalas salariais diferentes aos docentes que são classificados do número 1 ao 24. As diferentes classificações dos funcionários têm como base dois critérios tempo de carreira e titulação acadêmica como mestrado e doutorado. Quanto maior a titulação, mais alto é o salário.

As principais falhas do atual plano estão na falta de uma remuneração especial aos coordenadores de cursos e a nomeação por indicação dos diretores das faculdades. Também há problema no salário inicial pago os docentes que seria maior entre os funcionários contratados recentemente. A Univap conta hoje com cerca de 800 funcionários, sendo 300 professores e 500 técnicos administrativos.

A promoção por tempo de serviço também é criticada por alguns professores. Os ‘reitoráveis’ afirmam que a pessoa jurídica, ou seja, a contratante dos docentes é a FVE. Entretanto, segundo eles, caso assumam a reitoria poderão sugerir mudanças no atual plano de carreira.

“O principal objetivo da revisão do plano de carreira é acabar com as distorções salariais e criar uma eleição direta para escolha dos diretores”, afirmou a professora Sandra. Aquino afirmou que as sugestões de mudança também terão o objetivo de adotar critérios mais claros para a contratação e impedir benefícios por indicação. “É necessário dar mais transparência às contratações e promoções”,disse.

Os três candidatos concederam entrevista a O VALE que tratou temas como a herança do Gargione e os principais desafios do futuro reitor.

O Vale

Candidatos para Reitoria pretendem manter funcionários

Os candidatos ao cargo de reitor da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) pretendem manter no quadro de funcionários da instituição os três filhos do ex-reitor Baptista Gargione Filho. O futuro reitor será escolhidos na próxima quinta-feira. Estão na disputa Jair Candido de Melo, Luiz Carlos Andrade de Aquino e Sandra Maria Fonseca da Costa.

O trio também não pretende investigar as denúncias de corrupção envolvendo o antigo reitor. Gargione comandou a instituição por mais de 20 anos e chegou a ser investigado pelo Ministério Público por suposto nepotismo. O processo foi arquivado por falta de provas.

Gargione empregou e deu posto de chefia a três de seus filhos Ana Lúcia Gargione Galvão Sant’anna, que assumiu no final do ano passado a Pró-reitoria de Integração Universidade-Sociedade. A Univap emprega ainda a sua outra filha Maria Angélica, que é pró-reitora de Avaliação, e seu filho Luiz Antônio Gargione, que ocupa o posto de diretor do Parque Tecnológico da Univap.

“Não irei ficar revolvendo o passado, mas se naturalmente chegar a mim qualquer ilícito praticado por qualquer pessoa tomarei as providências cabíveis”, afirmou o professor Jair, que é diretor da Faculdade de Engenharia. “Em relação aos filhos do professor Baptista, ou os filhos de qualquer pessoa serão tratados com isenção. O que será exigido de todos é: comportamento digno e eficiência no desempenho das atividades”.

A candidata Sandra e o professor Aquino decidiram se embasar na Justiça para justificar a ausência de investigação das reclamações envolvendo Gargione. “Quanto aos filhos do professor Baptista, são professores, como vários que temos na instituição. Se cumprem suas funções de forma competente, não há porque demití-los. Caso isso se reverta, aí é um caso a ser discutido pela Univap e FVE, que é a empregadora”, disse Sandra.

Aquino também informou que os filhos de Gargione serão avaliados pelo desempenho, assim como os demais funcionários da instituição. “Em relação aos funcionários da FVE, todos devem ser avaliados pelo desempenho de suas funções, independente de suas relações de parentesco”, afirmou o diretor da Faculdade de Direito.

O novo reitor será escolhido às 14h de quinta-feira em votação sigilosa do Conselho Curador, órgão máximo da FVE (Fundação Valeparaibana de Ensino).

O Vale

Disputa para cargo de Reitor da Univap continua na cidade

Os três candidatos ao cargo de reitor da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) concordam com a busca de novas fontes de renda e o uso comercial dos imóveis da FVE (Fundação Valeparaibana de Ensino). Segundo eles, a proposta é depender cada vez menos das mensalidades a fim de não onerar os estudantes. Estão na disputa os professores Luiz Carlos Andrade de Aquino, Jair Candido de Melo e Sandra Maria Fonseca da Costa.

Para buscar novas fontes de renda, os ‘reitoráveis’ aprovam a construção dos empreendimentos comerciais que foram projetados pelo ex-reitor Baptista Gargione Filho, que comandou a Univap por mais de 20 anos. Gargione queria construir torres comerciais nos campi Aquarius e Centro, um hospital universitário na região central, onde hoje funciona o colégio Univap, e ampliar as instalações da área de pesquisa e tecnologia no campus Urbanova.

Entre os projetos da antiga gestão, o mais avançado é a construção de uma torre comercial no Aquarius, no mesmo terreno da Faculdade de Educação. O projeto já foi aprovado pelo antigo Conselho Curador e pela prefeitura no ano passado.

Os preparativos da obra do ‘espigão’ de 22 andares já foram iniciados. A ideia é futuramente locar as 282 salas comerciais do prédio. “Hoje, todo aumento de custo é repassado ao aluno, o que não é correto tendo em vista que a Univap é uma universidade comunitária. Depender cada vez menos da mensalidade é uma saída importante”, disse Sandra.

Melo disse que a criação de novas fontes de renda, como a construção de empreendimentos, é uma estratégia correta de aumento de capital. “Quanto mais fontes de recurso, melhor. Eu aprovo o procedimento, mas ainda não analisei esses projetos (do Gargione) que estão em andamento”, afirmou Melo.

Luiz Aquino disse que as atividades são importantes. “Desde que o recurso das atividades meio seja destinado integralmente à educação”, disse. Os três candidatos a reitor da Univap são categóricos ao dizer que não cabe a eles a decisão da construção dos prédios e sim à FVE.

O Vale

Futuro novo Reitor da Univap terá que apresentar projeto

O futuro reitor da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) terá dois principais desafios: estancar a queda do número de alunos e reverter a situação econômico-financeira da instituição, que hoje opera no vermelho. A avaliação é da própria FVE (Fundação Valeparaibana de Ensino), mantenedora da Univap, que vai organizar ainda neste mês o processo interno de eleição para definir o novo reitor, que terá salário de até R$ 25 mil.

O cargo é disputado pelos docentes Jair Candido de Melo, 71 anos, Luiz Carlos Andrade de Aquino, 48 anos, e Sandra Maria Fonseca da Costa, 50 anos. Os três ocupam hoje cargo de diretores.

Em comum, eles também têm os desafios de atender aos anseios dos alunos, que sofreram com a gestão distante do professor Baptista Gargione Filho, que ficou à frente da universidade por 19 anos. A principal demanda dos alunos é pela melhor qualidade dos cursos que hoje são oferecidos em uma carga horária mínima de três horas de aula por dia.

“Todos os candidatos conhecem profundamente a Univap, pois aqui atuam há muito tempo desempenhando funções relevantes, o que entendo ser um requisito importante para uma boa gestão”, afirmou o presidente da FVE, Samuel Roberto Ximenes Costa a O VALE.

“Contudo, volto a repetir, estarão assumindo um desafio muito grande e portanto sujeitos a enormes pressões para as quais terão que demonstrar equilíbrio e convicção, por um lado, e decisão e ação, por outro”, disse. Os três candidatos prometem mudanças na instituição, que hoje atende cerca de 6.000 alunos, mas têm opiniões divergentes do que deve ser alterado.

Melo e Sandra, por exemplo, defendem a revisão dos currículos dos cursos de graduação. Aquino, por outro lado, acredita que os cursos têm boa qualidade. Segundo ele, a Univap está acima da média nas avaliações do Ministério da Educação.

Como atitude imediata no cargo de reitor, Melo defende uma ação consistente para reverter a condição operacional da Univap. “Atualmente a Univap opera abaixo do equilíbrio econômico-financeiro, exigindo suplementação extraída de reserva financeira FVE”, disse.

Já o reitorável Aquino, pretende criar um Fórum formado por professores, funcionários e estudantes. A candidata Sandra quer melhorar a infraestrutura da universidade. As diferenças de opiniões entre os candidatos não devem prejudicar a melhoria da universidade, de acordo com a promotora Ana Cristina Chami, da Curadoria de Fundações do Ministério Público.

Ela coordenou o processo de mudança de estatuto da instituição, que culminou com a saída de Gargione da reitoria. “Estou plenamente confiante que eles estarão assumindo as rédeas de um futuro da universidade mais antenado com os desejos sociais”, disse.

Segundo a promotora Ana Cristina, todos pretendem gerir a universidade com objetivo de descentralizar o poder das decisões e com o compromisso de fortalecer colegiados e manter uma maior comunicação com a comunidade.

Para ampliar a discussão sobre a escolha do novo reitor, O VALE convidou os candidatos a responder perguntas de interesse da comunidade, como a qualidade dos cursos e o valor das mensalidades. Leia ao lado os principais trechos das entrevistas dos reitoráveis da Univap.

O Vale