Secretaria de Saúde quer explicações sobre macas

A Secretaria de Saúde de São José dos Campos pediu explicações à direção do Hospital Municipal sobre a superlotação de macas com pacientes em salão e corredores da unidade ocorrida na noite de terça -feira e madrugada de quarta-feira. A superlotação foi mostrada ontem com exclusividade pelo O VALE. O secretário de Saúde, Paulo Roitberg, se reuniria com a direção do HM ainda ontem para tratar do caso. A assessoria da pasta informou que o secretário quer saber os motivos da superlotação e se a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), que gerencia o HM, tem cumprido o procedimento acordado com a pasta para essas situações.

O procedimento prevê, em casos emergenciais de superlotação do HM, a transferência de pacientes do hospital para Unidades de Pronto-Atendimento da rede municipal de saúde. A rede possui as UPAs de Eugênio de Melo, Novo Horizonte e Campo dos Alemães além dos Hospitais de Clínica Sul e Clínicas Norte. A assessoria da secretaria informou que o protocolo firmado entre as partes permite essa transferência, levando em consideração o estado de saúde do paciente, como forma de amenizar a demanda do HM. Roitberg também vai pedir informações sobre as altas médicas de pacientes para verificar se elas ocorrem antes da troca de plantões.

Dependendo do horário, muitos pacientes em condições de alta permanecem internado por falta de condições de ir para casa. Segundo relato de pacientes, na noite de terça e madrugada de quarta, mais de 60 macas com internos ocupavam um salão e corredores do Hospital Municipal. Funcionários e pacientes que não quiseram se identificar relataram que não havia nenhum tipo de separação entre os pacientes nas macas. A direção do HM admitiu que a situação foi crítica e motivada por grande movimento. Em nota, a diretoria clínica do hospital informou ontem que mantém contínuo contato com a Secretaria de Saúde, com objetivo de acompanhar e gerenciar a demanda de atendimento de urgência na rede municipal de saúde.

Hospitais querem aumentar captação de órgãos para transplantes

Hoje é o último dia da Semana Nacional de Doação de Órgãos que, em todo país, serviu de alerta para a necessidade de aumentar o número de doações, Mais de 60 mil pessoas aguardam na fila por transplantes, segundo o Ministério da Saúde. Embora São José não tenha programado nenhuma atividade, a cidade conta com a Santa Casa de Misericórdia, único hospital a efetuar transplante de fígado em todo o Vale do Paraíba. Desde maio de 2009, quando fez o primeiro transplante, já foram realizados outros 90. Espera-se que este número chegue a 100, até o final do ano. Na cidade, vários outros hospitais fazem cirurgias para captação de órgãos. Um deles é o Hospital Municipal, que desde 2010 capta órgãos a serem transplantados em outros hospitais, faz a manutenção da viabilidade desses órgãos e aborda as famílias sobre o processo de morte encefálica e eventual doação. Morte encefálica é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro, segundo o Ministério da Saúde.

O Hospital Municipal de São José dos Campos está em primeiro lugar em notificações de morte encefálica em 2013 no Vale do Paraíba, região Bragantina e grande Campinas. Este número só vem aumentando. Feitos o treinamento e a reestruturação da equipe envolvida no processo, o HM efetuou sua primeira captação em 2010. Em 2011, houve aumento de 400% nas doações e nos primeiros nove meses deste ano, 11 captações foram feitas. Para o coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, Rogério Xavier do Nascimento, “a doação de órgãos é um ato de amor e solidariedade”. Somente por esse ato generoso é que o pintor aposentado Onofre do Prado Filho, de 63 anos, teve sua vida resgatada, há três anos. Por causa da falência total de seus rins, Prado Filho aguardou na fila de espera para um transplante por dois anos e oito meses.

Durante esses anos, quase não urinava e chegou a perder 3 quilos a cada sessão de hemodiálise. Quando estava prestes a perder a esperança, recebeu o telefonema crucial para que fizesse o teste de compatibilidade, pois havia um doador. “Achei que era trote, mas quando entendi e percebi que era mesmo do hospital, chamei meu colega de madrugada e fomos para o hospital, em São Paulo. Esse rim foi como um milagre na minha vida, foi uma graça”, conta o pintor, que cuida bem da saúde e faz projetos de vida. Estou construindo minha casinha de veraneio em Minas, só vou esperar minha mulher aposentar pra gente aproveitar mais”, diz.

Prefeitura oferece vacina gratuita contra brucelose

A segunda fase da campanha de vacinação contra brucelose, iniciada no último dia 16, imunizou cerca de 200 bezerras em uma semana. A previsão dos aplicadores é percorrer cerca de 450 propriedades rurais em São José dos Campos e vacinar 1.200 animais até 16 de outubro, quando termina a campanha. O produtor que não vacinar seu animal pode ser multado e impedido de tirar a Guia de Transporte de Animais (GTA), fornecida pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo.

Na primeira fase da campanha, em abril deste ano, foram imunizadas 989 fêmeas. A campanha é realizada por uma equipe de profissionais da Divisão de Abastecimento, da Secretaria Especial de Defesa do Cidadão. A campanha tem como objetivo impedir que ocorram casos de brucelose no rebanho bovino do Estado de São Paulo. A doença pode ser transmitida ao homem por meio de contato direto com fêmeas infectadas ou pelo consumo de leite e derivados não pasteurizados.

A Divisão de Abastecimento também prepara a segunda fase da campanha de vacinação de gado contra a febre aftosa, a ser desenvolvida até o final do ano. Mais informações pelo telefone 3901-1080, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Cidade terá mais um concurso para Médicos este ano

A Prefeitura de São José dos Campos prepara um novo concurso público para a contratação de médicos.  Essa será a segunda seleção realizada este ano pelo governo do prefeito Carlinhos de Almeida (PT) para reforçar o atendimento na rede básica do município. O primeiro processo, ocorrido no primeiro semestre, não surtiu o efeito esperado: foram preenchidas apenas 46 das 58 vagas abertas. No mês passado, o prefeito conseguiu na Câmara a aprovação de um pacote de benefícios para tornar a carreira mais atrativa e evitar um colapso no atendimento.

Entre as mudanças, o governo petista elevou de R$ 227,26 para R$ 924,20 o valor do abono para médicos que trabalharem em plantões de 24 horas nos finais de semana, além de uma gratificação de 35% sobre os vencimentos para quem atender nas unidades de saúde da periferia. A medida deverá representar um gasto de R$ 1,4 milhão do orçamento da saúde este ano. Segundo a Secretaria de Saúde, atualmente são 631 médicos na prefeitura, 150 médicos na SPDM (Hospital Municipal) e 40 no Provisão (Hospital Clínicas Norte). Um dos principais gargalos que o setor enfrenta, a falta de médicos na rede básica foi o estopim para a troca de comando na secretaria da saúde em agosto Paulo Roitberg substituiu Alvaro Machuca.

O novo concurso deverá contemplar toda a rede básica. A previsão é de contratação de médicos especialistas cardiologista, ginecologista, reumatologista, neurologista, endocrinologista, gastroenterologista e emergencistas. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) deverão receber reforço de ginecologistas e pediatras emergencistas. As três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) -Campo dos Alemães, Novo Horizonte e Eugenio de Melo- deverão receber reforço de emergencistas adulto e infantil, o que deve se repetir no caso do Hospital de Clínicas Sul.

O secretário de Saúde Paulo Roitberg disse ontem que ainda não está definido quantos profissionais serão contratados com o novo concurso. O governo também evitou estabelecer prazo para a seleção. “Estamos chamando médicos para várias unidades, e ainda não definimos sobre vagas para o novo concurso.” Para o vereador oposicionista Juvenil Silvério (PSDB), o que existe é uma necessidade de reavaliação do modelo de edital.  Ele disse que, antes de realizar um novo concurso público, é preciso avaliar os pontos que não deram certo na seleção ocorrida em abril desse ano. “O que precisa é identificar as falhas ocorridas, ou seja, aquilo que não atraiu os profissionais convocados naquele primeiro concurso, e elaborar um edital já prevendo as modificações necessárias”.

A movimentação de operários e máquinas no canteiro de obras instalado ontem na UBS do Parque Industrial, região sul de São José dos Campos, já está a todo vapor. A unidade passará por obras de ampliação. Outra que também receberá melhorias será a UBS do Altos de Santana, região norte da cidade, onde as obras deverão ser iniciadas hoje.  Ao todo, serão investidos quase R$ 700 mil. Segundo a Secretaria de Saúde, a ampliação dessas unidades é necessária porque elas estão localizadas em regiões populosas.

Com a ampliação, a UBS Altos de Santana terá sala de espera, recepção, farmácia, consultório odontológico, que passará a contar com uma sala de raio-X, além de sala de reuniões. Segundo a secretaria de saúde, serão construídos mais dois consultórios médicos, sala para administração, almoxarifado e uma sala para os agentes comunitários. No Parque Industrial serão ampliadas a sala de espera, recepção, arquivo, sala de vacinas e a farmácia. A unidade ganhará salas de acolhimento, gerência e consultório de enfermagem. Duas salas administrativas serão transformadas em consultórios. As obras serão concluídas até janeiro de 2014. “A ideia principal é melhorar o acolhimento da população”, disse o secretário Paulo Roitberg.

Rede Pública sofre com falta de médicos para População

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba tem um déficit estimado em mais de 500 médicos na rede pública de saúde das cidades. O número representa cerca de 30% de aumento para o atual número de profissionais contratados pelas prefeituras, seja por concurso ou por organização social. O fosso entre a demanda de pacientes e a oferta de médicos é maior nas cidades com menos de 50 mil habitantes, que somam 27 dos 39 municípios da região. Na RMVale, estima-se que o total de médicos das redes municipais de saúde chegue a 1.900 profissionais, para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O número foi levantado com base em dados do Ministério da Saúde e fornecidos pelas prefeituras.

Para uma população de 2,406 milhões de habitantes, a região precisaria de, pelo menos, 2.470 médicos. Assim, as cidades atenderiam o preceito da OMS (Organização Mundial de Saúde) que preconiza um médico para cada grupo de 1.000 habitantes. Como está hoje, a região conta com um médico para cada grupo de 1.266 habitantes, índice considerado inadequado. “A falta de médicos hoje já é evidente. E a tendência é que aumente, pois a população está aumentando e envelhecendo”, diz Gilson Carvalho, médico pediatra e de saúde pública.

“Morre e sofre gente pela falta de assistência médica. Não lá longe, mesmo na nossa região do sudeste maravilha! Na melhor das hipóteses falta de atendimento na prevenção e começo da doença, provocando dor e muitas vezes a morte”, disse. O desafio dos gestores públicos prefeitos e secretário de saúde é encontrar maneiras de fixar o médico no serviço público. Uma delas é aumentar os salários, que são considerados baixos. A outra é conceder benefícios para quem quiser atender nas periferias.

Entrevista  com Gilson Carvalho, médico de Saúde Pública

A falta de médicos hoje já é evidente’
Leia trechos da entrevista com o médico especialista em Saúde Pública, Gilson Carvalho:

As cidades dizem que faltam médicos para contratar. Porque isso ocorre?
Há várias causas. A profissão é das poucas, senão a única, que goza de mercado pleno. Mais postos de trabalho vagos que a quantidade de médicos disponíveis. Diante disto, entra-se na lógica de mercado. Há condições oferecidas pelas cidades que o médico vai levar em conta, o que pode provocar concorrência entre elas. O mecanismo mais comum de resolver esta disputa é via diferença salarial a maior, mostrando o quão determinante é este fator.

O serviço público não é atraente ao médico?
É um circulo vicioso onde os vícios se somam dos dois lados. O médico pode escolher trabalhar num plano de saúde em que a carga horária deva ser cumprida na íntegra e o salário e condições de trabalho não são tão melhores às que o público oferece. Mas, tem outras vantagens, como, por exemplo, ter um hospital onde tratar seus pacientes. Sempre são avaliadas e pesadas vantagens e desvantagens.

Faltarão médicos no país?
A falta de médicos hoje já é evidente. A tendência é que aumente, pois a população está aumentando e envelhecendo, os serviços de saúde crescendo e se especializando, o que cria novos postos de trabalho. O problema não é apenas futuro. É presente. Morre e sofre gente pela falta de assistência médica. A maior carência hoje é a de pediatras e clínicos gerais com formação específica. Mas, por vezes a falta de especialistas, como neurologistas, ortopedistas e dermatologistas, chama mais a atenção.

O que o sr. achou dos médicos estrangeiros vindo ao país?
Acho que temos que fazer algumas reflexões. O programa Mais Médicos tem questões extremamente positivas e outras negativas, o que não o torna aberração.

As prefeituras erram ao não investir na prevenção?
Os erros são vários. Um deles é focar a ação na doença e sua assistência, e não na prevenção. Mas não se deve cair no falso maniqueísmo de contrapor assistência e prevenção. As duas são necessárias dentro de um equilíbrio.

UPA´s da cidade pode receber verba para investimento

A Prefeitura de São José dos Campos poderá obter até R$6,3 milhões anuais do Governo Federal, caso três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município (Eugênio de Melo, Campo dos Alemães, Novo Horizonte) e Clínicas Norte sejam habilitadas e qualificadas pelo Ministério da Saúde. A avaliação será feita por dois técnicos do Ministério da Saúde que chegaram à cidade nesta terça-feira (3) e ficam até quinta-feira (5). O objetivo é verificar em cada unidade se estão sendo cumpridos os padrões exigidos pelo Ministério. O trabalho é acompanhado pela diretora do Departamento Hospitalar e de Emergências (DHE), Ana Carolina Martins Paulo.

Segundo os técnicos, são avaliadas basicamente a estrutura física e a capacidade de atendimento de cada unidade. Caso as UPAs sejam habilitadas, a cidade já começa a receber os recursos no prazo de 30 a 40 dias. “A habilitação e qualificação das UPAs nos permite trazer ainda mais recursos para a saúde da cidade. São verbas disponibilizadas pelo governo federal para custeio das UPAs, mas que São José dos Campos nunca se interessou em trazer, equívoco que agora estamos corrigindo”, disse o secretário de Saúde, Paulo Roitberg.

Segundo o secretário, esse pedido de ampliação dos recursos para as UPAs atende a determinação do prefeito Carlinhos Almeida, que quer  que a cidade tenho AC Esso amplo a todas as fontes disponibilizadas pelo governo federal e que antes não eram utilizadas. “A habilitação das UPAs é importante porque, com mais esses recursos, poderemos melhorar muito o atendimento prestado por essas unidades”, disse a diretora  do DHE Ana Carolina.

Nesta terça-feira, além da análise da documentação das unidades, os técnicos visitaram o Hospital Clínicas Norte e a UPA de São Francisco Xavier. Na quarta-feira (4), a partir das 8h30, eles visitam as UPAs de Eugênio de Melo, Campo dos Alemães e Novo Horizonte, além das obras da UPA do Putim.

Prefeitura ganha auditor de cirurgias para Hospitais

A Prefeitura de São José dos Campos nomeou ontem um auditor geral na Secretaria de Saúde para acompanhar os contratos realizados com os hospitais credenciados e tentar agilizar as cirurgias e consultas médicas do mutirão da pasta. O médico Carlos Armanda Silva, que trabalha na rede municipal há 29 anos, será o responsável por intermediar os contratos e resolver as dificuldades para a realização dos procedimentos, informou a assessoria de imprensa da pasta. Dados do relatório DataSUS (Banco de Dados do Sistema Único de Saúde), divulgados domingo pelo O VALE, mostram que nos seis primeiros meses deste ano, no governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT), foram realizadas 14.522 intervenções de saúde, contra 17.394, no mesmo período de 2012,quando a cidade foi administrada pelo ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB). O secretário de Saúde, Paulo Roitberg, informou que foram mais 310 cirurgias feitas pela Santa Casa e pelo GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer), que não estão contabilizados no relatório, somando 14.832 intervenções.

A realização dos mutirões de saúde foi promessa de campanha, do então candidato Carlinhos Almeida. Em abril, a prefeitura assinou contrato de cerca de R$ 3,6 milhões, com a Santa Casa, Hospital Pio 12, GAAC e Antoninho da Rocha Marmo, para a realização de 2.307 cirurgias e 23.154 consultas e exames. A Saúde iniciou ontem o recadastramento de todos os médicos da rede, para planejar as próximas contratações. “Queremos saber onde exatamente estão os médicos da rede pública e como estão distribuídos. Com isso, poderemos fazer uma redistribuição dos profissionais para otimizar a mão de obra existente e tentar minimizar o déficit de médicos em unidades com maior demanda”, disse o secretário de Saúde.

Super Salário é projeto da Prefeitura para Médicos

Médicos da prefeitura de São José dos Campos, beneficiados pelo plano de carreira e pelo pagamento de horas extras, recebem por mês ‘supersalários’ de R$ 18 mil a R$ 37 mil. Os valores em alguns casos chegam a superar o salário do prefeito, Carlinhos Almeida (PT), que é de R$ 20.365. Na outra ponta, médicos iniciantes que prestaram concurso para trabalhar na rede pública têm como vencimentos inicial cerca de R$ 2.000 de salário. As distorções salariais em cargos de chefia, o excesso de pagamento de horas extras e as baixas remunerações pagas aos médicos iniciantes estão entre os principais desafios a serem enfrentados pelo atual secretário de Saúde, Paulo Roitberg. A prefeitura enviou à Câmara um pacote de benefícios para conseguir atrair médicos para trabalhar na rede e evitar um colapso no atendimento de emergência. As propostas devem ser votadas nesta quinta-feira.

O ‘grupo de elite’ que recebe supersalários na prefeitura é composto por 42 médicos, que possuem em média de 20 a 30 anos de tempo de serviço. No mês de junho, um médico com carga horária de 24 horas recebeu R$ 19,8 mil de salário, mais R$ 17,3 mil de verba eventual, totalizando o valor de R$ 37 mil de vencimentos. Esse médico tem 25 anos de tempo de serviço. Em nota, a prefeitura afirmou que “categoricamente, nenhum médico recebe salário acima de R$ 18 mil. O que ocorre é o pagamento pelo grande número de horas extras que é feito”. Os dados oficiais do pagamento dos supersalários dos médicos da rede pública de saúde de São José são referentes ao mês de junho e estão publicados no portal da transparência, no site da prefeitura (www.sjc;sp.gov.br). Pela Constituição Federal, o servidor público não pode ganhar salário acima do chefe do poder ao qual está subordinado, no caso, o prefeito.

Um outro caso publicado no portal da transparência é de um médico contratado para trabalhar 20 horas, com 20 anos de tempo de serviço, que recebeu em junho R$ 79,17 de salário, mais o valor de R$ 8.302,39 de horas extras. O Sindicato dos Servidores de São José dos Campos pretende realizar um protesto na Câmara, na próxima quinta-feira, reivindicando a melhoria dos salários para todos os servidores da saúde. Segundo a diretora do sindicato, Zelita Ramos, “o médico precisa ser valorizado, mas ele não trabalha sozinho. Todos os profissionais da área também precisam ter os benefícios de uma melhor remuneração”, disse a sindicalista.

A Secretaria da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, informou que nenhum médico da prefeitura recebe salário acima de R$ 18 mil. Segundo a prefeitura, em alguns casos, os médicos fazem muitas horas extras e, por isso, excedem esse valor. “É o caso dos médicos que estão prestes a se aposentar e que já acumularam anos de Plano de Cargos e Salários”, diz a nota do governo. A secretaria informou que é preciso reorganizar a rede municipal, para que os médicos não precisem fazer tantas horas extras. “Para isso, é necessário contratar mais médicos, o que já vem sendo feito. Um concurso público já foi realizado e os médicos aprovados já começaram a ser contratados”, informou a prefeitura. Com os projetos de lei enviados para a Câmara, a prefeitura pretende resolver o problema das baixas remunerações, atraindo médicos novos para os plantões de finais de semana nas unidades onde há médicos com excesso de horas extras.

Concursos para médicos de mais de 150 inscritos na cidade

O concurso público para a contratação de 58 médicos para a rede municipal de saúde recebeu 181 inscrições, segundo relatório encaminhado à Prefeitura pela empresa Zambini, responsável pelo processo seletivo.

As especialidades, com as respectivas vagas, são: cardiologista adulto (1) e infantil (1), cirurgião geral (1), cirurgião torácico (1), clínico geral (8), endocrinologista (1), gastroenterologista (1), ginecologia e obstetrícia (8), homeopatia (1), infectologista (1), neurocirurgião (1), neurologista adulto (1) e infantil (1), ortopedista (1), otorrinolaringologista (1), pediatra (8), psiquiatra (2), reumatologista (1), médico do trabalho (1) e emergencista adulto (8), infantil (8) e adulto/infantil (1).

O concurso público pretende, gradativamente, suprir o déficit de médicos na rede. É classificatório e permite, em ordem decrescente, contratar todos os médicos que forem habilitados, à medida da necessidade e da disponibilidade de recursos financeiros. O período de validade do concurso é de um ano, prorrogável por mais um. A data das provas ainda não foi definida, mas a previsão é que seja no início do mês de maio. Os novos médicos devem tomar posse no início do segundo semestre.

Prefeitura Municipal de São José

Publicado em: 23/04/2013

Multirão de Cirurgias são suspendidas na cidade

Uma mobilização nacional vai suspender amanhã os atendimentos não urgentes do SUS (Sistema Único de Saúde) em grande parte das Santas Casas e hospitais filantrópicos da região. Trata-se de um ato que pretende sensibilizar a população e os governantes para a situação financeira que este setor da saúde enfrenta.

Uma reunião programada no Hospital Próvisão, às 10h, em São José, com representantes dos hospitais Pio 12, Antoninho da Rocha Marmo, Santa Casa (São José), Francisca Julia, GACC (Grupo de Assistência a Criança com Câncer), Pró-Visão e São Francisco (Jacareí), vai estudar maneiras de reverter a atual crise.

Segundo a administradora do Pró-Visão, Meire Cristina Ghilartucci, por conta da defasagem da tabela de procedimentos do SUS, os hospitais filantrópicos e Santas Casas do país acumulam juntos déficit de R$ 5 bilhões por ano. “Hoje a cada R$ 100 que o hospital gasta com procedimento SUS, R$ 60 são remunerados pela tabela e, os outros R$ 40, fica por parte do prestador, ou seja, do hospital”, diz.

Também coordenadora da Fehosp (Federação de Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), Meire assegura que a mobilização não trará prejuízos à população. Os atendimentos não realizados nesta segunda-feira serão diluídos no mês de abril. “É importante que a população veja este movimento como uma garantia de qualidade para o atendimento SUS”.

O Vale

Publicado em: 08/04/2013