Hospitais querem aumentar captação de órgãos para transplantes

Hoje é o último dia da Semana Nacional de Doação de Órgãos que, em todo país, serviu de alerta para a necessidade de aumentar o número de doações, Mais de 60 mil pessoas aguardam na fila por transplantes, segundo o Ministério da Saúde. Embora São José não tenha programado nenhuma atividade, a cidade conta com a Santa Casa de Misericórdia, único hospital a efetuar transplante de fígado em todo o Vale do Paraíba. Desde maio de 2009, quando fez o primeiro transplante, já foram realizados outros 90. Espera-se que este número chegue a 100, até o final do ano. Na cidade, vários outros hospitais fazem cirurgias para captação de órgãos. Um deles é o Hospital Municipal, que desde 2010 capta órgãos a serem transplantados em outros hospitais, faz a manutenção da viabilidade desses órgãos e aborda as famílias sobre o processo de morte encefálica e eventual doação. Morte encefálica é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro, segundo o Ministério da Saúde.

O Hospital Municipal de São José dos Campos está em primeiro lugar em notificações de morte encefálica em 2013 no Vale do Paraíba, região Bragantina e grande Campinas. Este número só vem aumentando. Feitos o treinamento e a reestruturação da equipe envolvida no processo, o HM efetuou sua primeira captação em 2010. Em 2011, houve aumento de 400% nas doações e nos primeiros nove meses deste ano, 11 captações foram feitas. Para o coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, Rogério Xavier do Nascimento, “a doação de órgãos é um ato de amor e solidariedade”. Somente por esse ato generoso é que o pintor aposentado Onofre do Prado Filho, de 63 anos, teve sua vida resgatada, há três anos. Por causa da falência total de seus rins, Prado Filho aguardou na fila de espera para um transplante por dois anos e oito meses.

Durante esses anos, quase não urinava e chegou a perder 3 quilos a cada sessão de hemodiálise. Quando estava prestes a perder a esperança, recebeu o telefonema crucial para que fizesse o teste de compatibilidade, pois havia um doador. “Achei que era trote, mas quando entendi e percebi que era mesmo do hospital, chamei meu colega de madrugada e fomos para o hospital, em São Paulo. Esse rim foi como um milagre na minha vida, foi uma graça”, conta o pintor, que cuida bem da saúde e faz projetos de vida. Estou construindo minha casinha de veraneio em Minas, só vou esperar minha mulher aposentar pra gente aproveitar mais”, diz.