Setor do Turismo fica preocupado com a Alta do Dólar

Dólar em alta, viagens ao exterior em baixa? Essa é a perspectiva das agências de viagens, caso a moeda norte-americana continue se valorizando. Algumas agências já sentem os efeitos do vaivém do dólar. Ontem, a moeda para o turismo oscilou entre R$ 2,20 e R$ 2,25. “Essa alta do dólar começou a assustar os turistas brasileiros que pensam em viajar ao exterior, principalmente no final do ano”, disse a gerente comercial da Magictour, Viagens e Turismo, Carolina Beluco. A executiva afirmou que as empresas também podem reduzir as viagens corporativas ao exterior se o dólar continuar com oscilação em viés de alta.

“Normalmente, quando isso ocorre, as viagens corporativas são reduzidas, para contenção de gastos”, disse Carolina. “Muita gente que pensa em viajar nos próximos meses já demonstra preocupação”, relatou a consultora da FC Turismo, Andréia Strang Barros. Segundo ela, que pensa em programar passeios ao exterior para dezembro, por exemplo, pode ficar com o pé atras e até rever a viagem.

Proprietário da Vera Parodi Turismo, Daniel Parodi tem outra leitura da situação. Ele avalia que é preciso aguardar pelo menos mais 40 dias para verificar qual será o patamar do dólar. “Por enquanto, não sentimos alteração. Muita gente está comprado pacote para garantir promoções das operadoras”, afirmou. Ele relatou que muitas operadoras estão com ofertas e com o dólar “congelado” em torno de US$ 2. “Se realmente a moeda subir muito, as empresas aéreas, com certeza, irão baixar o preço das passagens, para não perder clientes”, disse.

O economista Luiz Carlos Laureano, do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais), da Universidade de Taubaté, afirmou que, normalmente, dólar em alta costuma afetar o setor de turismo, os produtos importados e causar impacto na inflação. “No turismo, é preciso verificar o que é mais vantajoso: viajar para o exterior ou internamente”, disse. Já com relação a compra de produtos importados, o economista frisou que é preciso pesquisar. “A preocupação é o impacto inflacionário que o dólar pode causar por causa do encarecimento do preço dos importados”, disse.

Sesc apresenta Monteiro Lobato

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LIVRO SE COME?

Com Clarice Schcolnic. Em “A Reforma da Natureza”, Monteiro Lobato, de forma sensível e muito criativa, fala de sua preocupação com a intervenção desmedida do homem em relação à natureza. Quando a bonequinha Emília se vê sozinha, resolve exatamente interferir no curso natural das coisas e apronta uma grande confusão. Após a narrativa, haverá a oficina “Palavra Brinquedo” com jogos utilizando termos retirados da obra do autor. Oficina. 20 vagas.

 

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Mais Informações:

SESC São José dos campos
Dia(s) 09/06, 22/06
Domingo e sábado, às 10h30
Livre para todos os públicos
Grátis: Entrega de senhas no local com 30 minutos de antecedência.

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Angustiados sem-tetos temem ficarem desabrigados

Sem nenhuma perspectiva para o futuro, dezenas, ou mesmo centenas de desalojados do antigo acampamento do Pinheirinho, fazem as mesmas perguntas: “Para onde eu vou? Onde vou morar? O que será do futuro dos meus filhos?”

A angústia dos sem-teto, alojados em abrigos da Prefeitura de São José desde a reintegração de posse do terreno do Pinheirinho, no último dia 22, começa pelo insucesso em encontrar um imóvel para alugar. Após deixarem suas casas no acampamento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB), prometeram um auxílio aluguel de R$ 500, até que os sem-teto sejam contemplados por um programa de moradia popular.

No entanto, os desalojados têm encontrado muita dificuldade para dar esse primeiro passo em direção à reconstrução de suas vidas. “Ninguém quer alugar dois cômodos por R$ 500. Ou eles locadores pedem fiador, ou dizem que só alugam para casais sem filho. Olha, de verdade, estou perdendo as esperanças”, afirmou a desempregada Fernanda Maria do Nascimento, 23 anos.

A administração de Cury diz que apenas uma minoria tem encontrado dificuldade em localizar imóveis, e prometeu despender recursos para auxiliá-las. Com olhar baixo, Fernanda simboliza muitos dos sem-tetos que conversaram com O VALE durante a semana passada. Mãe solteira, Fernanda tem dois filhos, Jadson, 4 anos, e Jardiel, 7 anos.

Foi em silêncio e com uma leve expressão de dúvida no rosto, que ela não conseguiu responder sobre o que espera do futuro. A única esperança é mantê-los na escola. “Para a minha terra não posso voltar. Lá é ainda pior. Vou ficar aqui, mas não sei como vai ser. Perdi o emprego, perdi todas as minhas coisas, roupa, móveis, uma TV e um DVD novinhos. Ficou tudo para trás”, lamenta Fernanda, que é nascida em Pernambuco.

Situação similar a de Fernanda, em que o desespero deu lugar à angústia, vive a desempregada Rosinda Benedita Leal de Faria, 43 anos. O marido, João da Silva Pontes, 33 anos, perdeu o emprego. O familiar mais próximo mora em Jambeiro, em condições precárias. “Não podemos levar mais problemas para Jambeiro”, explicou.

Para a Paraíba, estado de origem, a família também não quer voltar. “Lá é muito mais difícil. Aqui minhas filhas ainda podem estudar”. Rosinda tem duas filhas, uma com 13 e outra com 11 anos. Mais tímida, a filha mais nova, Maria, mal conversa. “Ela está traumatizada, não sei o que fazer, o que falar. Ela não entende o que aconteceu com a gente”, disse Rosinda.

O Vale