Prefeitura realiza mudanças no trânsito e gera transtornos

Mais de cinco meses após o fechamento da alça de acesso à rodovia. Presidente Dutra pelo Viaduto Bandeirante, no Jardim da Granja, zona leste de São José dos Campos, o tráfego ficou carregado no local e é alvo de reclamações de motoristas.

A pista era utilizada para acessar a rodovia no sentido Rio de Janeiro, em direção ao bairro Vista Verde, mas foi bloqueada em 30 de março pela prefeitura de São José a pedido da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Os motoristas que trafegam no viaduto e desejam acessar a via Dutra, devem seguir pela avenida dos Astronautas, efetuar o retorno na rotatória que existe no início da avenida.

A intenção da mudança foi diminuir o número de acidentes na saída para a via Dutra. Só que o trânsito no local aumentou consideravelmente desde a alteração. “Antes a gente levava 15 minutos da Embraer até a Dutra e agora demora de meia hora a 40 minutos”, disse Reynaldo Molina, funcionário da empresa.

As reclamações são principalmente em relação ao semáforo próximo à alça de acesso. Isso, porque agora os motoristas que trafegam no viaduto e desejam acessar a via Dutra utilizam o mesmo caminho dos ônibus que levam funcionários da Embraer de volta para casa.

A Secretaria de Transportes de São José dos Campos informou que encaminhou à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) um projeto de alargamento de pista próximo ao viaduto Bandeirante, para melhorar o tráfego de veículos na área, e que aguarda a resposta da agência.

Tanto a PRF quanto a CCR (Concessionária Nova Dutra) descartam reabrir a alça de acesso à rodovia e apresentam números de queda nos acidentes como justificativa. Segundo balanço divulgado pela CCR a pedido de O VALE, os acidentes no trecho da Dutra próximo ao local caíram 30,14% de 2011 para 2012, de 73 para 51 entre 30 de março e 30 de julho. O trecho avaliado fica entre o km 146,9 e km 149, no sentido Rio. Ainda segundo o levantamento, os engavetamentos e as colisões entre veículos caíram mais de 50% no local.

O Vale

Obras na cidade de expansão geram transtornos na cidade

A pressa pela verticalização em São José tem se tornado um transtorno para quem precisa conviver com ela.
Em diferentes locais da cidade há diversos casos de relatos em que pessoas dizem conviver com obras de médio e grande portes, sendo realizadas em horários irregulares.

Este é o caso do operador de cobranças Erik Rodolfo Ferreira, 22 anos. Vizinho do Shopping Centro, ele diz que tem enfrentado problemas para dormir há cerca de 35 dias, devido a uma obra que começou no telhado do local, que fica de frente para seu apartamento.

“As obras acontecem aproximadamente três vezes por semana. Eles sabem que é um prédio residencial ao lado, mas não procuraram a gente em nenhum momento”. O transtorno tem sido refletido diretamente no sono dele. “Acordo às 7h para trabalhar. A obra sempre começa às 23h e acaba cerca de 2h ou 3h”, conta Erik. “Tem dias que os pedreiros colocam música e incomoda mesmo. Fazem muito barulho e falam alto.”

Um problema similar têm acontecido com um prédio vizinho ao shopping CenterVale. A síndica Ivany Almada Santos, 56 anos, explica o transtorno que tem tido. “A reforma começou e com ela os problemas. Queimaram muitos aparelhos pelo prédio. No meu apartamento o computador queimou. A placa do elevador também queimou porque a energia está oscilando muito”, disse ela, que desconfia que a oscilação no fornecimento de energia esteja relacionada com a obra de ampliação do shopping vizinho.

“Já até acostumamos com o barulho porque é dia e noite. À noite, quando começa a obra, a TV começa a fazer um barulho junto com os equipamentos”, afirmou a moradora.O problema de barulho de obras em horários irregulares não é restrito a vizinhos de shoppings e se alastra por toda São José.

A professora Sueli Bras da Palma, de 62 anos, passou por uma problema similar entre os meses de fevereiro e março, na Vila Adyanna. “Geralmente aos sábados e domingos pela manhã havia muito barulho de caminhão retirando entulho e funcionários trabalhando”, relata.

No entanto, no caso dela, o problema cessou após um mês. “Às vezes falam que isso acontece muito em bairros afastados, mas isso acontece independentemente da região”, disse. O Shopping Centro esclareceu por meio de assessoria que ocorre que o shopping teve que fazer uma obra de urgência no telhado, em decorrência das fortes chuvas nos últimos tempos.

O CenterVale informou que após problemas no início das obras não voltou a reformar a área externa à noite. Quanto às quedas de energia, a coordenação de operações não vê relação com a ampliação, já que toda a energia vem de geradores e não da rua.

O Vale