Propagandas irregulares são retiradas da cidade

A 18 dias do pleito, a Justiça Eleitoral de São José intensificou a fiscalização e a apreensão de placas de propaganda irregular nos corredores viários da cidade. Desde o início das blitze iniciadas há um mês, 333 peças de propagandas eleitoral irregulares já foram apreendidas uma média de 11,1 peças por dia.

No último final de semana, ações da Justiça nos principais corredores das regiões leste e sul resultaram na apreensão de 87 propagandas, a maior parte de candidatos ao Legislativo. Entre as irregularidades estão a poluição visual e obstrução do trânsito e da sinalização, além de irregularidades como a fixação das peças em locais proibidos como praças e canteiros.

Além das ações de rua, pelo menos outras 120 denúncias foram investigadas pela Justiça. Os partidos e coligações removeram o material irregular em 48 horas, sem punições. Atualmente, a operação de fiscalização eleitoral está dividida entre os quatro cartórios eleitorais de São José. Os cartórios da 412ª Zona Eleitoral e da 411ª, que cobrem as regiões leste e sul, atuam por meio de remoção compulsória do material irregular com mandados de busca e apreensão. Os outros dois atuam por meio de notificações.

O maior número de ocorrências foi registrado na região sul, com 232 peças de propaganda apreendidas. “Apesar de nossa orientação, os candidatos ainda usam o material de campanha de forma irregular. As bandeiras, por exemplo, devem ser empunhadas e não fincadas em canteiros públicos”, disse o chefe do cartório da 412ª Zona Eleitoral, Luís Fernando Vaz.

Também são recorrentes apreensões de cavaletes sobre canteiros públicos, jardins e praças da cidade. No último final de semana, foram recolhidas 57 peças irregulares nas avenidas Andrômeda, no Jardim Satélite, e Bacabal, no Parque Industrial. O VALE apurou que candidatos do DEM, PSTU, PMN e PSDB lideram as apreensões na zona sul.

O material publicitário dos candidatos a prefeito representam cerca de 5% do material apreendido. Na Avenida Tancredo Neves, na zona leste, foram removidas 30 peças que dificultavam a sinalização de trânsito. As duas maiores coligações, capitaneadas por PT e PSDB e que juntas lançaram 378 candidatos ao Legislativo, sustentam que alertam seus candidatos a seguir a lei.

O Vale

Sob pressão, Prefeito muda projeto inicial de Termelétrica

Sob pressão e em busca de garantias ambientais mais concretas, o governo do prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB), mudou o projeto inicial da termelétrica movida a lixo da cidade a URE (Usina de Recuperação Energética).

O edital do projeto exige agora a realização de um estudo detalhado da dispersão atmosférica na região sul, onde a URE deverá ser instalada, por parte da empresa que venha a assumir a planta. A exigência atende a pedidos de ambientalistas e vereadores de São José e representa o primeiro passo do tucano em busca de um consenso para viabilizar a ideia.

Também após críticas, a administração de Cury passou a aceitar a hipótese de aumentar o tamanho da chaminé para dispersão de poluentes da planta para até 84 metros antes, trabalhava-se com a altura de 20 metros. Uma terceira mudança diz respeito ao uso de combustíveis auxiliares. O projeto permitia o uso de gás natural, apontado por ambientalistas como altamente poluente, para reativar a termelétrica nos processos de parada e manutenção.

Agora, o projeto determina o uso do biogás, combustível gerado na decomposição do lixo, que é considerado mais limpo. Secretário de Meio Ambiente, André Miragaia, disse que “as mudanças ocorreram para atender solicitações da consulta pública”. O projeto está em consulta no site da prefeitura desde maio do ano passado.

“Esse projeto é um indicativo, sujeito a melhorias. O importante desse projeto é o mix tecnológico, a separação mecânica e o biodigestor, que são unanimidades”, afirmou Miragaia. Do outro lado da moeda, porém, as mudanças propostas pela administração tucana são vistas apenas como pontuais. Os ambientalistas, ainda, acusam o governo de não dar publicidade devida à discussão e de, inclusive, barrar debates mais técnicos.

Controverso, o projeto da URE é a solução apresentada por Cury à disposição do lixo em São José. A partir de mecanismos modernos, a usina vai separar e queimar parte do lixo, produzindo energia suficiente para atender 200 mil pessoas. Ainda não há, segundo a prefeitura, um cronograma para licitar a URE.

O Vale