Crise trabalhista no Inpe abre debate sobre modelo de gestão

A ameaça de demissão dos 71 servidores temporários do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que trabalham no Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), em Cachoeira Paulista, retoma a polêmica do modelo de gestão considerado ideal para instituições voltadas à Ciência e Tecnologia. A cinco dias para o cumprimento de uma liminar que determina a exoneração dos servidores e no meio de uma greve deflagrada pela categoria, a direção do Inpe se defende e justifica que já vinha adotando desde o ano passado medidas para repor as vagas em déficit. O ofício 780/2013 da Segep/MP (Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento), datado da última quinta-feira e assinado pela secretária Ana Lucia Amorim de Brito garante o reforço no quadro de funcionários, que pode chegar a 438, mas não dá um prazo para isto acontecer. “Temos um diagnóstico que aponta que grande parte de nossos funcionários tem acima dos 50 anos”, disse o atual diretor do Inpe, Leonel Perondi, a O VALE.

O VALE apurou que, somente este ano, já foram efetivados 50 pedidos de aposentadoria no Inpe, que possui hoje cerca de 1.100 funcionários. A média atual chega a um pedido por semana. As dificuldades de reposição desta mão de obra especializada são potencializadas pelo tempo necessário para o exercício das funções, de dois a três anos. Sujeito ao RJU (Regime Jurídico Único), o Inpe depende da realização de concursos públicos para suprir a carência de mão de obra, além de obedecer a mecanismos de controle como a Lei de Licitações. A contratação dos servidores temporários foi questionada pelo MPF (Ministério Público Federal). Entre as alterações defendidas por alguns segmentos está, por exemplo, a criação de OS (Organizações Sociais).

Além disto, tramitam no Congresso a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 290 e o PL (Projeto de Lei) 2177, que propõem mudanças nos regimes jurídicos das instituições.  Sobre mudanças nos modelos de gestão, Perondi prefere não expor sua opinião em função do impasse jurídico atual. “É uma discussão importante e interessante”, afirmou. Para o sindCT (Sindicato dos Servidores Públicos Federais da área de Ciência e Tecnologia no setor Aeroespacial), não há que se falar em modelos de gestão e sim da reposição da defasagem de profissionais. “Os institutos estão fragilizados. Precisamos recompor essa força de trabalho, que está exaurida. Não são os projetos que perenizam as pessoas”, afirmou o presidente do SindCT, Ivanil Barbosa Belisário.

A pesquisadora Valéria Cristina dos Santos Ribeiro, da Unicamp, defende que, apesar das limitações do regime jurídico da administração direta, há espaços que permitem autonomia e flexibilidade. Para ela, um modelo jurídico mais adequado precisaria estar alicerçado em três pilares: institutos com uma personalidade jurídica própria, o que permitiria a venda de produtos e serviços, além do estabelecimento de contratos; autonomia para definir os recursos humanos e que a legislação de compras possa considerar as peculiaridades da área de ciência e tecnologia. “Sabemos hoje que os recursos são limitados em todos os sentidos. Internacionalmente, por exemplo, a tendência é do uso do recurso humano temporário, do trabalhador empregado por projeto, por demanda.”

Apesar disto, a pesquisadora considera que é necessário preservar profissionais da área de pesquisa básica. “Outra tendência que percebemos são os trabalhos em rede, as pesquisas colaborativas, em que os custos são partilhados pelas instituições.” Valéria considera que é hora de estimular o debate. “Este não é um problema só do Inpe. Precisamos abrir o debate sobre a importância dos institutos para o país. Os pilares do desenvolvimento estão na educação, ciência e tecnologia.”

Estadio Martins Pereira iniciam obras de melhorias na cidade

A Prefeitura de São José deu início às obras de modernização do estádio Martins Pereira sem definir o modelo de exploração da concessão. O ‘novo’ estádio está previsto para ser entregue em abril do próximo ano. Para as obras do estádio serão investidos R$ 12,3 milhões, sendo R$ 6 milhões do Ministério dos Esportes, a fundo perdido, e R$ 6,3 milhões da Urbam (Urbanizadora Municipal), por meio de uma linha de crédito especial para obras da Copa. A Construtora e Incorporadora Zanini foi a empresa que ganhou a licitação. O gasto com as melhorias viárias dos bairros em torno do estádio será de R$ 11 milhões, custo que será da Secretaria de Transportes.

Segundo o prefeito Carlinhos Almeida (PT), o objetivo é acelerar a obra dentro dos padrões de exigências internacionais para se tornar um centro de treinamento de seleções e abrigar possivelmente uma das equipes que disputarão a Copa do Mundo em 2014, além de servir a comunidade. “Chegou a hora da cidade ter um estádio moderno. Uma obra deste porte causará efeitos colaterais positivos para toda a cidade e principalmente para os bairros próximos.” Segundo ele, o gasto atual da prefeitura para a manutenção do Martins Pereira chega a R$ 1,5 milhão por ano o estádio é utilizado gratuitamente pelo São José Esporte Clube. “Depois do estádio pronto faremos uma parceria público-privada para a implantação de um shopping para gerar receitas ao estádio a fim de torna-lo autossustentável”, disse.

Segundo o presidente da Urbam, Luís Cândido, o modelo de concessão do estádio ainda não foi definido. “Existe a questão comercial e obviamente a Urbam poderá administrar ou fazer outro modelo como hoje funciona na Rodoviária Nova, onde uma empresa foi contratada para administrar o local”. Para o presidente do São José Esporte Clube e vereador, Robertinho da Padaria (PPS), o ‘novo’ estádio é um ganho não só para o futebol, mas também para outras modalidades. “Estou encerrando o meu mandato como presidente, mas estou confiante que o novo estádio ficará bom para todos. Vamos aguardar o modelo de concessão”, disse.

Com capacidade para 16.500 pessoas, o novo estádio sofrerá diversas alterações. No projeto está a mudança da entrada do prédio, que ficará no fundo do campo, juntamente com praça de alimentação e estacionamento. “Na frente, será erguido um prédio de 1.800 metros quadrados com vestiários, fisioterapia e academia, além de equipamentos que serão disponibilizados para o uso da comunidade”, disse Cândido. A segunda fase das obras do estádio contempla a construção de um shopping sobre o estacionamento. “Ainda estudaremos um modelo adequado para as obras da segunda fase, que só terão sequência após a Copa”, explicou o presidente da Urbam.

O ex-secretário de Esportes de São José, Sérgio Francisco Theodoro, criticou a atual administração sobre o empréstimo junto ao governo do Estado para as obras do estádio Martins Pereira. “O atual governo precisa ter a visão clara do que é prioridade em sua gestão. O valor do empréstimo de R$ 6,3 milhões dificilmente será pago com dinheiro de concessão do estádio”, disse. Para a especialista em direito administrativo da USP (Universidade de São Paulo) Odete Medauar, a empresa responsável pela administração do estádio deveria ter estudado qual o modelo mais indicado antes de buscar empréstimo. “Existe o tipo de parceria em que a empresa privada constrói e posteriormente administra o local por tempo determinado”, disse Odete.

Com novo cargueiro, Embraer gera mais de 20 mil empregos

A Embraer prevê a criação de 20.400 empregos diretos e indiretos durante as fases de desenvolvimento e produção do cargueiro militar KC-390, que está sendo projetado na unidade de São José dos Campos. A expectativa da companhia é construir os protótipos e fazer o voo inaugural até o final de 2014. A primeira entrega foi prevista para 2016.

Na avaliação do presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, o projeto entrará na fase de pico do desenvolvimento no primeiro semestre de 2013, com a geração de 1.300 empregos diretos e 6.500 indiretos.

Atualmente, 1.000 engenheiros trabalham no projeto do cargueiro, cuja revisão preliminar foi concluída em agosto deste ano por técnicos da Embraer e militares da FAB (Força Aérea Brasileira). Um modelo em escala 1:6 do avião passou por testes em túneis de vento em empresas da Inglaterra, França, Estados Unidos e Holanda. Com 35,20 metros de comprimento e 35 metros de envergadura, o KC-390 será a maior aeronave construída pela indústria brasileira.

A Embraer informou que o cargueiro será produzido na unidade da empresa em Gavião Peixoto. Nesta fase, que começa logo após os voos de testes, previstos para 2014, serão gerados 2.100 empregos diretos e 10.500 indiretos em toda a cadeia aeroespacial, que está concentrada em São José e no Vale do Paraíba.

Ainda segundo a avaliação da fabricante, os empregos gerados pelo cargueiro representaram uma movimentação de renda de cerca de R$ 6,8 bilhões durante 20 anos, prazo projetado pelo plano de negócios da aeronave. Nesse período, o país deverá arrecadar R$ 6 bilhões em impostos em torno do KC-390.

Gerente executivo do Cecompi (Centro para Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista), Agliberto Chagas disse que as perspectivas para a cadeia de produção na região são “as melhores possíveis”, quase um “céu de brigadeiro”.

O projeto e a produção do cargueiro militar, que já recebeu 60 intenções de compra de vários países, irá beneficiar todo o Cluster Aeroespacial Brasileiro, formado por 120 empresas, sendo 100 delas associadas ao Cecompi. “Temos bastante mão de obra especializada na região, de nível técnico e superior, com 11 mil engenheiros formados todos os anos, e eles terão campo de trabalho no projeto do KC-390”, disse Chagas.

O Vale

Publicado em: 23/11/2012

Cidade cria novo modelo arquitetônico para o futuro

São José dos Campos precisa tomar uma decisão: crescer e garantir a qualidade de vida dos habitantes ou tornar-se um amontoado conflitante entre pessoas, veículos e edificações. Para arquitetos, empresários e urbanistas ouvidos pelo O VALE, o município está no limiar para responder à questão. O que se fizer a partir de agora terá repercussão pelas próximas décadas.

Nesse contexto, a arquitetura da cidade pode (e deve) contribuir mais para o desenvolvimento planejado, ousado e inovador da metrópole do Vale. É o que dizem os especialistas. É pouco o que foi feito até agora. Inspiradora, a arquitetura de São José tem em seu DNA grandes mestres do país, mas padece da falta de ousadia.

Arrojo que pode mudar o jogo em favor da qualidade de vida, diz Ricardo Veiga, considerado um dos mais importantes arquitetos da cidade. Para ele, antes de qualquer coisa, é preciso pensar em um plano de transporte de massa “ambicioso”, como um metrô de superfície.

“Se não incentivarmos as pessoas a deixarem o carro em casa, não haverá estrutura viária suficiente”, justifica, ponderando que tal plano deverá ser subsidiado pelo poder público. “Dizem que o metrô não é comercialmente viável, mas foi assim em todo lugar do mundo. Agora pense em São Paulo sem ele hoje em dia.”

Ainda mais crítico ao atual planejamento urbano de São José, o arquiteto Flávio Mourão aponta uma área sensível aos administradores e empresários: a integração entre espaço público e privado. Muros, barreiras fechadas e apropriação do espaço público pelo privado, segundo ele, são características de uma cidade que segrega cada vez mais seus cidadãos. “Ser sustentável não é só reaproveitar materiais e recursos, mas integrar as pessoas dentro da cidade.”

Ainda trabalhando aos 104 anos, mas atualmente internado em razão de uma desidratação, Niemeyer é autor do projeto que criou o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial). Levi é autor do desenho da casa Olivo Gomes, no Parque da Cidade, com paisagismo de Burle Max. O arquiteto também criou instalações para a Tecelagem Parahyba.

“Os modernistas Niemeyer e Levi, respectivamente representantes das escolas carioca e paulista de arquitetura, deixaram um acervo muito rico para os profissionais da cidade”, diz o arquiteto Ricardo Veiga. Segundo ele, a dupla deu impulso aos pioneiros da arquitetura feita na cidade, como Luis Erasmo de Moreira e Willi Pecher, ambos falecidos, e Rosendo Santos Mourão, em atividade aos 85 anos.

“Vim do Nordeste para trabalhar com Niemeyer no Rio e depois em São José. Acabei voltando à cidade e ficando de uma vez por todas”, conta Mourão, que projetou marcos da arquitetura moderna em São José, como o prédio San Marco, na avenida Madre Tereza.

Coordenador do curso de arquitetura da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Emmanuel Santos também coloca o arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), que projetou o Vicentina Aranha, entre as grandes referências da arquitetura na cidade. Para ele, tal acervo deixou de inspirar os projetos nas últimas décadas. “Falta ousadia formal, estilística e estética, com raras exceções”, diz ele. Ele sugere a novos profissionais que não sigam apenas os “movimentos de mercado”.

O Vale

Publicado em: 22/10/2012

Engenheiro da cidade cria bicicleta de cadeiras de rodas

Um novo protótipo de cadeira de rodas, desenvolvido pelo engenheiro mecânico Júlio Oliveto, de 27 anos, que mora em São José dos Campos, no interior de São Paulo, pode facilitar a vida das pessoas com deficiência motora no Brasil.

Batizado de “Radical”, o protótipo tem custo de produção 60% menor que os modelos convencionais, tem maior agilidade em subidas e garante autonômia ao usuário que consegue, por exemplo, subir sozinho em uma guia elevada. O modelo ainda não é comercializado.

Oliveto afirma que o projeto tem como base uma tecnologia simples, que consiste na implantação de uma terceira roda dianteira com baterias e funciona como um sistema de reboque. “É colocado um suporte embaixo da cadeira de rodas convencional e em seguida o protótipo se encaixa ali. Quando a bateria é acionada, é como se o aparelho rebocasse a cadeira”, disse ao G1.

O trabalho foi desenvolvido como resultado da tese de mestrado de Oliveto na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Guaratinguetá, no interior de São Paulo.

Dados
Segundo ele, o protótipo atinge até 30 km/h e pode ser usado para trechos de grande inclinação e também para subir em guias não rebaixadas. Em trechos de maior inclinação, a velocidade pode ser reduzida para 5 km/h. O equipamento suporta até 90 quilos. Todo o conjunto pesa 32 quilos e tem custo de produção de R$ 4 mil.

Além do baixo custo, o pesquisador afirma que a manutenção do aparelho também será econômica. “Os materiais que usei são comuns, como de bicicleta, por exemplo. Então, em caso de algum reparo, o cadeirante terá baixo custo”, explica Oliveto.

Trabalho
O trabalho foi feito em parceria com o orientador Victor Orlando Gamarra Rosado, que afirma que o projeto aliou engenharia à inclusão social. “Cadeiras de rodas motorizadas importadas podem ser adquiridas por cerca de R$ 10 mil, enquanto o custo do protótipo desenvolvido custa até R$ 4 mil”, diz Gamarra Rosado.

Em junho, o pedido de patente da tecnologia foi solicitado pela Agência Unesp de Inovação (AUIN) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Atualmente, Oliveto trabalha em melhorias no protótipo, como deixar o aparelho mais leve, e busca parcerias para fabricar o “Radical”. O projeto também foi apresentado na Feira de Reabilitação 2012, realizada em agosto em São Paulo.

G1 (Vnews)

Escola Municipal vira modelo para as outras na cidade

Força de vontade, dedicação e esperança. Essas foram as atitudes de educadores que transformaram para melhor a escola municipal Professora Rosa Tomita, de São José dos Campos. Quando foi criada, em 2004, a escola foi considerada a pior da cidade. Sua nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foi a mais baixa entre todas as escolas de São José.

Hoje, o nível de aprendizagem passou de 3,9 em 2005 para 6,2 em 2011 entre os alunos do 5º ano. E de 2,7 para 4,9 dos alunos do 9º ano. As duas notas ficaram acima das metas do MEC. O começo foi complicado. A escola foi criada para ser a instituição de ensino do bairro Jardim São José 2, que havia sido criado no mesmo ano na região leste. O bairro foi fruto de um processo de desfavelização.

Moradores de três favelas Caparaó, Nova Tatetuba e Detroit foram transferidos para 453 casas populares do novo conjunto habitacional. No começo, a população enfrentou dificuldades, inclusive de falta de opções de renda. Mas os principais problemas eram a violência e as drogas. Grupos disputavam a liderança do tráfico. A situação de vulnerabilidade social se refletiu na escola. Os alunos tinham dificuldade na aprendizagem de leitura, escrita e cálculo.

A encarregada de mudar a situação foi Siberia Regina de Carvalho, designada como orientadora pedagógica. Uma mulher que tinha muito em comum com as crianças que iria ensinar. Nascida em família pobre, ela aprendeu a escrever no chão por falta de cadernos. Hoje, possui dois mestrados e um doutorado. “A pobreza não é desculpa para não aprender. É possível acreditar”, disse.

Um projeto implementado em 2005 começou a transformar a escola e o bairro. A escola investiu na leitura, nos educadores, nas atividades extra-curriculares e principalmente na aproximação de pais e alunos com os professores.

Para conseguir por em prática o projeto, foram feitas parcerias com as secretarias de Esporte, Desenvolvimento Social, Habitação e Saúde e com a Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) a escola promoveu ações educativas complementares. Com isso a instituição se tornou de tempo integral.“O projeto contribui para melhorar o comportamento dos alunos e isso tem refletido na melhora da educação”, disse o diretor da escola Valdir Cassiano Pereira. Há cinco anos ele dirige o Rosa Tomita, que hoje conta com cerca de 630 alunos do 1º ao 9º ano.

A escola também melhorou a situação do bairro. Ela é aberta aos finais de semana para a comunidade com atividades esportivas e culturais. A dona de casa Yolanda Ferreira da Silva, 42 anos, mora no bairro e tem dois filhos estudando na escola. “A escola ajuda muito. Tudo que precisa, ela está por perto. A escola em período integral é a melhor coisa. As crianças ficam com a cabeça ocupada”.

A manicure Arli de Oliveira, 37 anos, considera a escola muito importante para o filho dela e para todos os outros estudantes. “Eu percebi que as crianças estão mais calmas. Como estão sempre ocupados, não vão fazer coisa errada”, afirmou Arli. “Meu sonho é que meu filho entre para uma faculdade”, afirmou.

O Vale

Previdência Social da cidade é considerada Modelo

O Ministério da Previdência Social do Governo Federal reconheceu publicamente o Instituto de Previdência do Servidor Municipal de São José dos Campos (IPSM) como modelo de gestão pública de previdência. Com 20 anos de existência, o Instituto passa a ser exemplo para outros municípios do país.

O IPSM trabalha com o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e atende aproximadamente 11 mil servidores da Câmara Municipal e Prefeitura, entre ativos, aposentados e pensionistas, com um patrimônio de R$1,4 bilhão. Conhecido por uma administração sólida e competente, o Instituto tem uma equipe que trabalha com foco no cumprimento de metas financeiras anuais, não apenas de aposentadorias e pensões, mas também de vários benefícios que são disponibilizados aos segurados, como auxílio-doença e salário maternidade.

O superintendente do IPSM e servidor de carreira por 43 anos, Oilze dos Santos Filho, afirma que o Instituto não teria resultados tão positivos sem essa parceria com a administração municipal, e destaca duas iniciativas importantes no processo: a pontualidade nos repasses das contribuições ao Instituto e a eficiência e rapidez na implantação de novas leis previdenciárias.

Para o secretário de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, Leonardo Rolim, a cidade é um grande exemplo de sucesso devido ao foco na gestão. “São José dos Campos é uma cidade grande, mas nem de longe é a maior cidade do país. No entanto, é a cidade que tem hoje o maior patrimônio em RPPS. O que chama a atenção é que o regime não é novo e, mesmo naquele período em que não havia controle tão bom quanto o atual, o município sempre teve uma boa gestão. É um modelo, tanto em gestão financeira, como em gestão de pessoas”, destacou Rolim, em entrevista para uma publicação do Ministério.

Oilze dos Santos Filho afirma ainda que esse reconhecimento demonstra que o Instituto está no caminho certo e destaca o trabalho de equipe como responsável pelo sucesso. Para ele, “hoje somos uma família e esse reconhecimento se deve principalmente à seriedade com que o prefeito e demais secretários enxergam o IPSM, dando total apoio e suporte para a nossa gestão”. Oilze também acredita que o diferencial do Instituto está na forma de gestão, “que prima pela transparência, objetividade, legalidade, resultados e comportamento ético”.

Com o reconhecimento, a cidade de São José dos Campos passa a ser uma referência nacional em modelo de gestão pública de previdência municipal.

Prefeitura de São José

Novo grupo do Vale defini novo hospital na região

Secretários municipais de saúde da microrregião de São José dos Campos definiram o perfil assistencial do Hospital Regional que o Estado irá construir na cidade. O novo HR prestará atendimentos de alta e média complexidades em ortopedia, neurocirurgia e cirurgias eletivas em geral.

O perfil foi definido em conjunto com a Diretoria Regional de Saúde Estadual, sediada em Taubaté. “O próximo passo agora, para fechar o estudo do novo Hospital Regional, será definir o número de leitos”, disse o secretário municipal de Saúde de São José, Danilo Stanzani.

A expectativa dos secretários é que o HR de São José tenha até 150 leitos. O hospital vai atender à microrregião formada pelas cidades de Jacareí, Santa Branca, Igaratá, Caçapava, Monteiro Lobato, Jambeiro e Paraibuna, além de São José dos Campos.

A microrregião abriga uma população de 975 mil habitantes. São José é a maior cidade, com 636 mil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com Stanzani, o hospital também terá uma unidade de cirurgia ambulatorial. “Os pacientes são atendidos e liberados no mesmo dia”, afirmou.

A diretora regional de Saúde do Estado, Sandra Tutihashi, explicou que o HR será “portas fechadas”, ou seja, não atenderá emergências. “O atendimento de emergências permanecerá sob a responsabilidade dos municípios.” Segundo ela, até o começo de fevereiro será concluído o estudo de demanda da nova unidade hospitalar.

O HR será construído em uma área de 16,5 mil metros quadrados, no Jardim Satélite, região sul da cidade. O terreno está em fase final de avaliação pelos técnicos da Secretaria Estadual de Saúde. Para Stanzani, um equipamento desse porte não custaria menos de R$ 17 milhões.

Para a diretora de Atenção à Saúde de Caçapava, Maria Aparecida de Lima Graciano, o HR vai melhorar a eficiência no atendimento hospitalar, principalmente de alta complexidade.

“Os pequenos e médios municípios não têm condições de prestar assistência em alta complexidade e o HR vai suprir essa lacuna”, afirmou. Na avaliação da diretora, ortopedia de alta complexidade é um dos setores que mais necessita de atenção. “Vai ser um ganho importante para toda a região”, disse.

Para o prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro Mota (PT), o HR vai reorganizar o atendimento hospitalar na microrregião de São José. “O atendimento hoje, de certa forma, já é compartilhado entre os municípios e o HR deve dar um novo perfil no compartilhamento do atendimento hospitalar”, disse.

De acordo com o secretário de Saúde de São José, a intenção é modificar o sistema de prestação de serviços existente hoje para evitar duplicidade de atendimento na rede pública e conveniada. O plano é que haverá uma distribuição de atendimento por especialidades entre os hospitais públicos e conveniados da microrregião.

O Vale

Rodovia dos Tamoios será rodovia modelo

Após prometer por 16 anos duplicar a Tamoios (SP-99), o Estado agora informa que vai transformar a rodovia em uma das mais ‘modernas do país’. É o que afirma o presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário), Laurence Casagrande Lourenço, em entrevista concedida a O VALE.

Segundo ele, serão implementados na rodovia recursos novos de segurança como sinalização anti-ofuscante que evita que o farol do veículo sentido contrário prejudique o motorista.

Lourenço afirmou ainda que está prevista a construção de passarelas e barreiras de concreto nas margens do acostamento para evitar que os carros invadam a pista usada pelos pedestres. O motorista vai precisar de paciência porque as obras que devem durar cerca de 20 meses, até novembro de 2013, vão gerar impactos no tráfego da rodovia como interdições parciais em alguns trechos e mudanças de acessos.

Estimada em R$ 1,05 bilhão, a obra está em fase de licitação para contratação da empresa que executará o serviço 15 empresas entre as maiores construtoras do país estão na concorrência. A nova rodovia será construída ao lado da atual.

O Vale

Modelo de Avaliação

Os profissionais diretamente envolvidos no projeto de cooperação técnica internacional, firmado entre a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a Prefeitura de São José dos Campos, estarão reunidos nesta quarta-feira (3), das 8h30 às 10h30, para o II Fórum Técnico sobre Avaliação Institucional do Sistema Municipal de Ensino. O encontro será no Parque Tecnológico.

Durante o encontro, será apresentado o modelo de avaliação institucional que será aplicado nas escolas selecionadas, participantes da amostra. As unidades que fazem parte deste processo serão visitadas pela equipe avaliadora, a partir do dia 9 de agosto.

O projeto de cooperação foi assinado em 2010 com o objetivo de ampliar e aperfeiçoar as ações diagnósticas, avaliativas e de planejamento escolar, relacionadas ao desempenho do sistema municipal de ensino de São José dos Campos. Também fazem parte deste processo, especialistas do Instituto Internacional da UNESCO de Planejamento da Educação (IIPE), com sede regional em Buenos Aires, Argentina.

Entre os participantes deste II Fórum estão: equipe diretora de todas as escolas da rede municipal, grupo assessor do projeto, comissão municipal de avaliação, equipe técnica do projeto, equipe de dirigentes da secretaria municipal de educação, consultores da UNESCO no Brasil e técnicos e consultores do IIPE.

Prefeitura Municipal