A fabricante de helicópteros Helibras, sediada em Itajubá (MG), anunciou ontem contrato com o consórcio formado pela Atech, empresa do grupo Embraer, Defesa e Segurança, de São José dos Campos, e a europeia Cassidian, do grupo EADS, para o fornecimento de sistemas tático de missão naval a oito helicópteros EC-725 comprados pela Marinha.
A parte do contrato da Atech é de R$ 30 milhões. A escolha se deu por sua capacidade de desenvolvimento de sistemas para o Sivam (Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia), entre outros programas. O anúncio foi feito na inauguração da ampliação da fábrica da Helibras, que contou com os ministros da Defesa, Celso Amorim, e Desenvolvimento Econômico e Comércio, Fernando Pimentel.
Os helicópteros da Marinha fazem parte da frota de 50 unidades compradas pelo governo brasileiro do grupo francês Eurocopter. O contrato, de 1,9 bilhão de euros, prevê entrega até 2017. A contratação de empresas nacionais está prevista na parceria firmada pelo governo brasileiro e o grupo francês, em 2008, controlado pela EADS. Pela parceria, a participação da indústria nacional será de 50%.
“Participar desse consórcio, coordenado pela Força Aérea Brasileira, é uma responsabilidade para uma empresa que tem se dedicado ao domínio da chamada tecnologia crítica”, afirmou o presidente da Atech, Tarcísio Takashi Muta.
Ele destacou ainda que a escolha é o reconhecimento da capacidade e experiência na “absorção de tecnologia de defesa, sistemas embarcados em aeronaves e comunicações táticas de alto desempenho”. “Trata-se de uma continuidade no avanço da autonomia tecnológica brasileira, um dos pilares da consagrada Estratégia Nacional de Defesa”, disse.
Esse sistema de missão será desenvolvido no Brasil pela Atech, que também será a responsável, sob a supervisão do novo Centro de Engenharia da Helibras, pela integração de sistemas e pelos testes em solo e em voo. Os serviços de suporte para a Marinha também serão providos pela Atech.
O presidente da Helibras, Eduardo Marson, disse que a companhia já firmou contrato com 15 empresas brasileiras, entre elas, Aernnova e Akaer, do polo aeronáutico de São José. Marson afirmou que o polo de São José é importante para a Helibras e pode ampliar a sua participação nos programas da companhia. “Temos muita interação com empresas do polo de São José”, afirmou.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que a parceria entre empresas e grupos estrangeiros e nacionais na área de defesa faz parte do esforço do governo brasileiro de reequipar as Forças Armadas e adquirir conhecimento com a transferência de tecnologia. Amorim esquivou-se de temas polêmicos, como o impasse do F-X2, programa de compra de 36 caças para a FAB. “O desfecho desse programa só Deus sabe. Agora está com a presidente Dilma.”
O Vale