Sob críticas, prefeitura reduz a fiscalização nos corredores

Às vésperas da audiência pública que vai discutir o funcionamento dos corredores de ônibus em São José dos Campos, os agentes de trânsito da prefeitura desapareceram das ruas e avenidas onde o sistema foi implantado. O ‘sumiço’ dos ‘marronzinhos’ acontece quase um mês após o início da fiscalização e da aplicação de multas aos motoristas que invadem as faixas destinadas aos coletivos. Os corredores de ônibus foram implantados em 12 vias da região central de São José no dia 27 de julho, com o objetivo de diminuir em até 30% o tempo de percurso dos ônibus do transporte coletivo. A medida, porém, dividiu opiniões. O sistema será discutido hoje em audiência pública na Câmara, a partir das 18h, com a presença do secretário de Transportes Wagner Balieiro.

O VALE percorreu ontem à tarde as avenidas São José, Francisco José Longo, João Guilhermino e Adhemar de Barros e não encontrou nenhum agente de trânsito. A cobrança começou no dia 16 de setembro, 50 dias após a implantação dos corredores. Até o final do mês passado, agentes de trânsito da prefeitura vinham aplicando uma média de 40 multas por dia por desrespeito às faixas preferenciais e exclusivas. A avenida Adhemar de Barros é a campeã no número de multas. Vereadores defendem a suspensão das multas para que os motoristas tenham um período maior de adaptação. “Acho que a prefeitura deveria anistiar as multas dos motoristas punidos na Adhemar de Barros porque lá é um ponto muito confuso. Com a audiência, podemos ter sugestões para mudanças ali”, disse Valdir Alvarenga (PSB), aliado do prefeito Carlinhos Almeida (PT) na Câmara.

O Ministério Público também questiona a implantação dos corredores. Um inquérito civil aberto em julho questiona o governo do PT por não ter realizado audiências públicas preliminares só depois desses questionamentos é que a prefeitura tomou a iniciativa de improvisar a consulta. “Foi feito tudo muito rápido, e sem avisar a população. Acho que essa audiência só está acontecendo por causa dos questionamentos do MP”, afirmou o vereador Fernando Petiti (PSDB), da oposição.
“Inicialmente, as multas deveriam ser educativas, para alertar o motorista onde ele está errando, e não para cobrar. É preciso uma fase de adaptação”, completou. Em nota, a secretaria de Transportes informou que a fiscalização dos corredores continua sendo feita pelos 80 agentes de trânsito, que alternam os pontos de fiscalização durante o dia.

A audiência pública sobre os corredores acontecerá a partir das 18h na Câmara. O secretário de Transportes Wagner Balieiro abrirá o debate, apresentando dados do sistema. Depois, os moradores presentes poderão apresentar suas sugestões e críticas. “Temos que ouvir os números da prefeitura”, disse a presidente da Casa, Amélia Naomi (PT). A estreia da enquete digital ‘Voz do Povo’, lançada ontem no site de O VALE, recebeu 230 votos de internautas até as 18h. Eles opinaram sobre os corredores exclusivos de ônibus de São José. A pesquisa, que fica no ar até a próxima semana, pode ser acessada por um banner na página inicial do site.

A maioria dos internautas desaprovou os corredores. Foram 114 votos contra (49,56%) ante 106 a favor (46,10%). Dez responderam com a opção “não sei” (4,34%). Cada opinião pode ser visualizada no mapa de São José. A ferramenta vincula o voto ao bairro informado pelo internauta, permitindo uma leitura “geográfica” do resultado. “A estreia foi bastante positiva”, disse o editor-chefe de O VALE, Hélcio Costa. Para ele, os votos e os comentários feitos por leitores-internautas comprovam a boa receptividade ao sistema. “Usaremos a tecnologia para outras pesquisas, de vários assuntos e em cidades diferentes”, afirmou Costa.

No site de O VALE, leitores aprovaram a plataforma, desenvolvida pela empresa americana Esri e fornecida pela Imagem, de São José. “Como geógrafo, posso afirmar que é uma excelente ferramenta a favor da sociedade”, escreveu Sandro Mafra. Em nota, o secretário de Transportes Wagner Balieiro disse que “iniciativas que possibilitam uma maior participação da população sempre contribuem”.

Macas lotam salão e corredor do HM de São José

Mais de 60 pacientes passaram a noite de terça para quarta-feira em macas dispostas em um salão e em corredores do Hospital Municipal, em São José. Pacientes identificaram 63 macas no local nesse período. De acordo com informações de pacientes e funcionários que não quiseram se identificar, o salão ficou completamente lotado de macas. Não havia nenhum tipo de separação entre os pacientes. Segundo uma pessoa que trabalha no local e que não quis ser identificada, não é raro ver pessoas distribuídas em macas no HM. “Ontem (anteontem) mesmo, vimos uma senhora ser atendida e ficar aguardando em uma cadeira de plástico. O salão, onde são colocadas essas macas, não tem capacidade suficiente para comportar toda essa demanda”, disse.

De acordo com Marcos Antônio da Silva, diretor-clínico do Hospital Municipal, as segundas e terças-feiras são os dias em que o Hospital Municipal mais recebe pacientes. “Não sei explicar o motivo, mas esses dois dias são os mais movimentados. Porém isso de fato acontece. Eu estive lá e constatei esse grande número de pessoas no local”, afirmou o diretor-clínico. Silva explicou que, no período da manhã de ontem, parte das pessoas já tinha recebido alta ou então sido internadas, desocupando as macas do primeiro atendimento. “As pessoas que estavam nas macas estavam esperando uma internação ou então a alta. Às vezes é complicado dar alta para as pessoas durante a madrugada, porque ela não tem condução para voltar para casa e tem que esperar”, explicou Silva.

Na última semana, foi anunciada uma obra na antiga UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da unidade para a criação de mais 30 leitos. O objetivo é reduzir a necessidade do uso de macas, aumentando o conforto e melhorando a distribuição do espaço no hospital. Porém, a conclusão da obra dos novos leitos está prevista para o final do ano. Até lá, o problema pode se repetir. “A ideia é comportar essas pessoas nesses leitos.”

Sob pressão, São José convoca audiência sobre corredores

Após pressão do Ministério Público, a Prefeitura de São José dos Campos fechou um acordo com a Câmara para realizar uma audiência pública sobre os corredores de ônibus da cidade. O encontro, que será realizado em 11 de outubro, acontecerá mais de dois meses depois da implantação do sistema, no último dia 27 de julho, e quase um mês depois do início da aplicação de multas para quem trafega nas faixas exclusivas. O MP de São José instaurou um inquérito civil público, em 17 de julho, para apurar os critérios adotados pela prefeitura na implantação dos corredores de ônibus no município.

Dependendo do resultado da apuração, os corredores poderão ser questionados na Justiça por meio de uma ação civil pública. Entre os questionamentos feitos pelo MP, o promotor Gustavo Médici quer saber da prefeitura se foram realizadas audiências públicas antes da implantação dos corredores. Ele também pediu cópias do projeto e dos estudos que basearam a instalação do sistema na cidade, que visa aumentar a velocidade dos coletivos e diminuir o tempo de viagem.

Em entrevista a O VALE

Há duas semanas, Médici disse que a administração pública não tem “cheque em branco da população para adotar a política que desejar”. No inquérito, Médici quer saber se houve planejamento prévio e estudo de impactos para embasar a criação dos corredores. Segundo ele, o Estatuto das Cidades e a Constituição Federal não admitem intervenções urbanas sem prévio planejamento. A Promotoria também pediu um laudo técnico ao Caex (Centro de Apoio à Execução), vinculado ao MP, para apontar a viabilidade do projeto. O documento deve ficar pronto até o final desta semana.

Amélia Naomi (PT), presidente da Câmara de São José, disse que a prestação de contas dos corredores que o secretário de Transportes, Wagner Balieiro, faria aos vereadores na próxima terça-feira foi transformada em audiência a pedido de Balieiro. “Ele viria à Câmara mostrar o resultado dos corredores aos vereadores, mas pediu que fosse feita uma audiência para que a população também pudesse participar”, disse ela. Para Amélia, a medida será uma maneira de ficar registrado na Câmara a prestação de contas, além de permitir que usuários tirem dúvidas sobre o sistema. “Há gente pedindo para ampliar”, disse a petista.

Instalados em 12 avenidas e ruas da cidade, na região central, os corredores ainda geram dúvidas nos motoristas. Em nota, a Secretaria de Transportes informou que a audiência na Câmara foi solicitada “para a apresentação dos resultados da implantação dos corredores”. A pasta, então, optou em conjunto com a Câmara transformar em audiência pública a prestação de contas para “deixar registrado em processo interno na casa Legislativa”.

criticaram a sinalização dos corredores de ônibus. Para eles, há faixas e placas sobrepostas, e quem não conhece as vias tem dificuldade de interpretá-las. Eles cobraram também mais tempo de adaptação ao novo sistema antes que as multas começassem a ser aplicadas, no dia 16 de setembro. “Andei de carro com um amigo que é de Taubaté e ele teve dificuldades em entender o corredor na entrada da avenida José Longo. A faixa e a placa não estão claras”, disse o metalúrgico Hamilton César Lopes, 49 anos. Educação Física, a Secretaria de Transportes deveria ter começado a aplicar multas apenas no ano que vem. “Acho que seis meses seria um tempo bem mais razoável para os motoristas se adaptarem aos corredores. Houve uma antecipação da cobrança”, afirmou Mendes.

O metalúrgico Lopes disse que a faixa exclusiva no início da avenida João Guilhermino, logo após a saída da Adhemar de Barros, está “confusa e pode levar a acidentes”. “Os carros são obrigados a entrar na faixa exclusiva para virar na praça Kennedy. A entrada é pequena e, não raro, os ônibus aceleram naquele ponto, o que pode causar colisões com veículos”, disse. Favorável aos corredores de ônibus, o especialista em mobilidade Lincoln Paiva disse que o sistema, para dar certo, tem que ser “amplamente debatido com os usuários”.

Corredor de ônibus gera mais de 300 multas em uma semana

Os corredores de ônibus em São José dos Campos têm provocado, em média, cerca de 40 multas diárias a motoristas que não respeitam as faixas exclusivas. O número foi levantado por O VALE em consulta informal a agentes de trânsito que fiscalizam os 12 corredores criados em ruas e avenidas da cidade em 27 de julho (veja quadro). As multas começaram a ser aplicadas na segunda-feira da semana passada. Desde então, os agentes teriam autuado cerca de 320 motoristas, que receberam multa de R$ 85,30 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação a infração é considerada média.

A Secretaria de Transportes informou que irá divulgar o primeiro balanço oficial de multas depois de 30 dias da aplicação das autuações, no próximo dia 16 de outubro. Para o secretário Wagner Balieiro, os motoristas da cidade estão incorporando as novas regras. “A população de São José dos Campos respeita os corredores de ônibus, tantos nas ruas como nas avenidas”, afirmou ele. Os corredores funcionam com faixas exclusivas (linhas azuis contínuas), nas quais só podem trafegar os coletivos, e faixas preferenciais (linhas azuis tracejadas), que permitem outros veículos, desde que respeitem a preferência do transporte público.

Segundo a Secretaria de Transportes, há agentes diariamente em todas as vias com faixas exclusivas, caso das avenidas São José, Madre Tereza, José Longo, João Guilhermino e Adhemar de Barros. Eles ficam postados, preferencialmente, nos cruzamentos. Nas demais vias, os fiscais se revezam no controle dos motoristas. Só pode andar pelas faixas exclusivas quem for acessar garagens ou virar nas esquinas. As faixas preferenciais podem ser utilizadas por outros veículos. Por ter a faixa exclusiva pintada no meio da via e não na pista da direita, a avenida Adhemar de Barros é a que apresenta o maior número de motoristas autuados, segundo os agentes.

São duas as situações identificadas pelos fiscais que resultaram em autuações: motoristas trafegando pela faixa exclusiva sem convergir nas esquinas e carros usando a faixa da direita, antes do cruzamento com a rua Prudente de Moraes, sem convergir à direita, o que é obrigatório após a implantação do corredor. O motivo é que algumas linhas de ônibus que trafegam pela Adhemar de Barros viram à direita no cruzamento com a Prudente de Moraes. Com isso, a avenida Adhemar de Barros pode se tornar a via com o maior número de multas diárias registradas nas ruas e avenidas da cidade.

Até o final do ano passado, segundo levantamento da Secretaria de Transportes, a campeã em autuações diárias era a avenida Olivo Gomes, no bairro Santana, na zona norte, com uma média de 19 autuações. O principal motivo foi o excesso de velocidade. Motoristas de ônibus reclamam que corredores de ônibus ainda geram confusão no trânsito.  A Secretaria de Transportes de São José defendeu a autuação em faixas exclusivas nos corredores de ônibus. Segundo a pasta, há um decreto municipal disciplinando os corredores e foi feita uma campanha educativa para tirar as dúvidas de pedestres e motoristas durante os 50 dias que antecederam o início da fiscalização, que é feita atualmente por 80 agentes de trânsito.

Taxistas querem circular nos corredores de ônibus

Impedidos de circular nos corredores exclusivos para ônibus, taxistas de São José reclamam que a medida imposta pela prefeitura com a implantação das faixas azuis tem gerado transtornos à categoria, especialmente para o embarque e desembarque de passageiros. Em São José, cerca de 390 taxistas têm alvará para atuar no município. Dimas Alves da Costa é um deles. Há 7 anos no ramo, ele atende a clientela em um ponto próximo à Praça do Servidor Público Municipal e transita principalmente na região das avenidas Francisco José Longo e Adhemar de Barros, região central.

“O problema é conseguir pegar passageiro na altura do AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Ali, como há muito idoso, a gente tem que encostar o carro para o passageiro subir ou descer, não tem outro jeito. Mas, quando vem ônibus, se deixar, eles passam por cima da gente. Por isso, deveria ser permitido ao táxi usar a faixa de ônibus”, disse. Entre as principais reivindicações da classe estão o direito de circular com passageiros nos corredores de ônibus, a exemplo de cidades como São Paulo, e a redução do espaço para circulação nas vias públicas.

Na capital, desde 2005, é livre a circulação de taxistas nos corredores, desde que estejam transportando passageiro. Mas também há restrições: é proibido parar na faixa para embarque e desembarque de clientes. O Sindicato dos Taxistas de São José já solicitou flexibilidade na restrição, mas ainda aguarda definição da Secretaria de Transportes. O presidente da entidade, Carlos Moura, discutiu a questão em julho com o secretário da pasta, Wagner Balieiro.

Na ocasião, o secretário pediu que a categoria aguardasse a implantação dos corredores e as medições dos resultados iniciais. “Só que ainda não sabemos se vão ou não permitir táxis nos corredores. Passageiro de táxi também é usuário de transporte público, por isso, também deveríamos ter preferência”, afirmou. O secretário de Transportes, Wagner Balieiro, afirmou ontem que nesse momento não é possível incluir táxi nas faixas para ônibus por dois motivos: o excesso de coletivos em circulação nos corredores e a baixa demanda de táxis, o que não justificaria a circulação nessas vias.

“Alguns corredores já operam com grande volume de ônibus, acima da capacidade ideal. Com os táxis, poderia gerar problema. Estamos analisando o caso, e se um dia houver possibilidade técnica, faremos mudanças necessárias.” A fiscalização dos corredores teve início nessa semana. Ontem, segundo dia de fiscalização, os agentes de trânsito voltaram às ruas para observar o comportamento dos motoristas e autuar infratores. O primeiro dia de fiscalização foi marcado por multas e reclamações. Na Adhemar de Barros, agentes de trânsito chegaram a aplicar 30 multas entre 9h e 17h cada um. A prefeitura não divulgou números da operação.

Multa por circular em corredores começa dia 16

A Secretaria dos Transportes inicia na segunda-feira a fiscalização dos corredores exclusivos de ônibus no trânsito de São José, sem definir data para operação dos radares e sem a presença de agentes de trânsito a partir das 21h. Os motoristas, inclusive taxistas, que forem flagrados trafegando nos corredores de ônibus pagarão multa de R$ 85,13 e perderão quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação. A fiscalização encerra o período de 50 dias para adaptação dos motoristas aos corredores de ônibus implantados em ruas e avenidas da região central da cidade.

Embora um convênio entre Estado e Prefeitura de São José esteja sendo elaborado para decidir se a Polícia Militar também poderá efetuar multas, a fiscalização será feita somente pelos agentes de trânsito. Os motoristas não serão multados por utilizar os corredores de ônibus nos seguintes casos: para convergir à direita, estacionar nas vagas de comércios e de residências e para acessar as demais faixas da pista.

Implantado num tempo relativamente curto e ainda alvo de polêmicas, o sistema apresenta falhas que comprometem a segurança. Foi o que aconteceu na última quinta-feira: ao tentar estacionar em uma das vagas da avenida São José, localizadas no lado direito da via, onde ficam os corredores, uma motorista passou na frente do ônibus e atravessou o corredor, fazendo com que o ônibus freasse bruscamente para tentar evitar a batida. Com a freada, uma passageira de 63 anos se desequilibrou e caiu. Sobre o caso, a assessoria de imprensa da Secretaria dos Transportes informou que qualquer falha de implantação já foi resolvida e que, “se surgir qualquer outra situação, será imediatamente analisada”.

Para o motorista Lawrence Hollant, de 83 anos, a preocupação não é só pela multa. “Me preocupo com a quantidade de carros que convergem para o mesmo ponto porque vão seguindo por uma faixa e de repente ela acaba, dali em diante só pode passar ônibus. Essas faixas são umas armadilhas”. O frentista Francisco Rosa, que trabalha em um posto de gasolina da avenida São José, disse que muitos motoristas estão usando o posto para fazer conversões já que as faixas promovem confusão no trânsito e prejudicam o acesso a vagas e ruas.

São José: sinal verde só nas ilhas

O secretário de Transportes de São José dos Campos, Wagner Balieiro, esteve ontem na avenida São José, na região central, para esclarecer pessoalmente as dúvidas sobre o funcionamento das botoeiras nos semáforos das ‘ilhas de pedestres’, criadas para o funcionamento da faixa exclusiva para ônibus.

“Só há necessidade de termos as botoeiras para os semáforos instalados nas ilhas. Para o pedestre que está na ilha e deseja ir para o outro lado da avenida não precisará fazer nada. É só aguardar o sinal verde para pedestre”, disse o secretário no final da tarde de ontem a O VALE. Balieiro afirmou ainda que os semáforos que não possuem botoeiras estão programados automaticamente.

Corredores de Ônibus dividem opiniões na cidade

Há um mês, os motoristas que dirigem pelas ruas e avenidas centrais de São José passaram a conviver com novas faixas exclusivas de ônibus, criadas pela Secretaria de Transportes para dar mais agilidade ao transporte coletivo. A mudança gerou críticas dos motoristas e elogios dos usuários de ônibus. Quem anda de carro reclama do privilégio dado aos ônibus e do pouco espaço que passaram a ter para circular nas vias. Para quem anda de ônibus, a mudança foi boa porque já começaram a chegar um pouco mais cedo em casa. Esse segundo grupo, no entanto, reconhece que o sistema precisa de melhorias. “O ônibus está andando mais rápido, mas continua superlotado nos horários de pico”, disse a promotora de vendas Salete Bérgamo.

A prefeitura faz um balanço positivo da implantação do sistema e diz que serão feitos os ajustes necessários para aperfeiçoar o projeto. A reportagem de O VALE ouviu usuários, motoristas e especialistas que apontaram o que eles ainda consideram “os sete erros dos novos corredores”.Na rua Paraibuna e na avenida Adhemar de Barros, os comerciantes reclamam da perda de vagas de estacionamento que antes eram usadas pelos seus clientes. Com os corredores, essas vias acabaram perderam 86 vagas.

Na Adhemar de Barros, considerado o mais confuso dos corredores, os motoristas apontam que a sinalização vertical induz ao erro. Sobre a faixa 4 (para carros), a sinalização vertical indica que ali seria a faixa 3, exclusiva para os ônibus. Na João Guilhermino, o corredor de ônibus tem provocado grandes congestionamento no ponto de ônibus da Praça Melvin Jones, no horário de pico. Na avenida São José/Madre Tereza, os motoristas reclamam das ilhas instaladas para separar os corredores, que diminuiram o espaço para os carros.

Novos corredores de ônibus geram confusão no centro

Os novos corredores de ônibus continuam sendo um desafio para motoristas, três dias após a implantação do sistema nas avenidas centrais de São José dos Campos. Ontem, nem mesmo os motoristas de ônibus seguiram as novas regras de circular apenas nas faixas exclusivas para pegar passageiros. Motoristas dos carros também se perdem entre as faixas. Também ontem, no trecho com mais problemas, no circuito da avenida Adhemar de Barros, não foram vistos agentes de trânsito para orientar motoristas em suas dúvidas. O VALE flagrou motoristas de ônibus desrespeitando a fila nos corredores da avenida João Guilhermino e carros circulando por todas as faixas na avenida Adhemar de Barros.

No ponto de ônibus da avenida João Guilhermino, na praça Presidente Kennedy, o motorista da linha 305 -Tecnasa parou na faixa preferencial para pegar os passageiros, por volta das 17h. No local, há uma faixa exclusiva para ônibus, com um ponto de embarque, onde o motorista deveria parar próximo à calçada para os passageiros entrarem com segurança. O motorista praticamente parou no meio da rua e furou a fila dos demais ônibus que circulavam no corredor. “Aqui no ponto tudo continua na mesma. Os motoristas andam como eles querem, sem respeitar”, afirmou a doméstica, Rosana Cristina Silva. O caso foi comunicado à assessoria de imprensa da Secretaria de Transportes da prefeitura.

Na avenida Adhemar de Barros, próximo ao edifício Liberal Center, os carros estão circulando em zigue-zague, pela faixa 4 (reservada aos carros), pela 3 (exclusiva dos ônibus e pela 2 (preferencial dos ônibus), mas onde os carros podem circular. No mesmo trecho, algumas vans circulavam pela faixa reservada aos carros comuns. Segundo a Secretaria de Transportes, foram distribuídos panfletos nas principais vias sobre a utilização dos corredores, tendo como público alvo os motoristas.  A pasta informou que a sinalização horizontal e vertical já está concluída e que a presença dos agentes de trânsito no local é uma forma de orientar o motorista para observar a sinalização existente.

A Secretaria dos Transportes informou que foram verificados problemas pontuais, que já estão sendo sanados, como a sinalização para carga e descarga, vagas para motocicletas e implantação da zona azul no Parque Santos Dumont, que ainda não tem data para começar.

Corredores de Ônibus da cidade dão lugar a bicicletas no domingo

As avenidas com faixas exclusivas para ônibus e que fazem parte do programa de ciclofaixa continuarão sendo destinados aos ciclistas aos domingos, das 7h às 16h. Com isso, os ônibus que atendem o transporte público terão de fazer seus trajetos nas outras faixas disponíveis.

A medida causará alterações no trânsito das avenidas São José, Madre Tereza e Nove de Julho, além da rua Luiz Jacinto, que recebem o programa Parque a Parque. O novo esquema da ciclofaixa, que receberá novos monitores a partir da próxima semana, começa a funcionar a partir do próximo domingo (28).

Mas de segunda a sábado, ciclistas deverão percorrer em uma das duas faixas disponíveis para carros e motocicletas (vias com faixa exclusivas de ônibus), para percorrerem até os seus destinos. A assessoria da Secretaria de Transportes informou que tanto as vias à direita como à esquerda poderão ser usada pelo ciclista. “Existe estudo em andamento para implantação de “ciclorrotas” no centro, incluindo as vias dos corredores”, diz a nota da secretaria.