A Prefeitura de São José dos Campos vai testar a partir da segunda quinzena de setembro um sistema de aluguel de bicicletas no centro da cidade. O projeto-piloto será implantado em três pontos: na Praça João Mendes, na Praça Cônego Lima e no Largo da Igreja de São Benedito.
Inicialmente, 30 bicicletas serão disponibilizadas de graça nesses locais de graça para deslocamentos. Após realizar um cadastro, o usuário utilizará o cartão do ônibus para pegar uma delas. O projeto faz parte do Plano Estratégico Centro Vivo, que busca revitalizar a região central de São José.
“É preciso estimular o uso de bicicleta no centro. É um meio de transporte saudável e sustentável”, disse Cynthia Gonçalo, diretora geral do Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), gerenciadora do Centro Vivo. A empresa que fará o serviço não foi divulgada, mas segundo o Ipplan ela não cobrará nada pelos serviço nos próximos seis meses.
As três estações funcionarão durante 180 dias em fase de teste. Após esse período, será aberta uma licitação para a escolha de uma empresa e novas estações serão criadas. O especialista em trânsito Ronaldo Garcia diz que a iniciativa é válida, mas pode encontrar obstáculos.
Segundo ele, o centro é o lugar onde as pessoas fazem compras, “e não fica fácil comprar usando bicicleta”. Garcia também cobra melhorias na infraestrutura do centro para receber ciclistas. “Para fazer os deslocamentos é complicado, não tem ciclovias nem ciclofaixas. Bicicletas e carros terão que conciliar os mesmos espaços, o que não é recomendado.”
Para ele, a saída seria tirar uma das faixas de estacionamento das ruas e trabalhar a conscientização dos motoristas. “É um trabalho em conjunto”, afirmou. A educadora ambiental Federica Giovanna Fochesato, 36 anos, é uma assídua usuária da bicicleta e quase todos os dias vai ao centro.
Para ela, o centro não é muito perigoso para o ciclista, pois os carros estão quase sempre parados. Mas ela cobra mudança no trânsito. “É preciso tirar os estacionamentos das ruas para dar lugar ao ciclista. A política de incentivo à bicicleta precisa vir junto com a restrição ao uso do carro”, afirmou.
Já para o mecânico de bicicletas Alexandre Coelho dos Santos, andar no centro é uma aventura. “Ninguém respeita. Os taxistas e motoristas de ônibus te veem como um adversário. As vezes é preciso subir na guia para não bater no carro.”
Tanto Federica quanto Alexandre cobram conscienti-zação dos motoristas. Segundo o Ipplan, as principais vias do centro vão receber uma sinalização de ciclo-rota para conscientização do motorista e a velocidade máxima permitida para os automóveis trafegarem será reduzida para que o uso compartilhado das ruas seja seguro.
O Vale