Construtora que comprou o prédio da Argon inicia obras

Após permanecerem inacabadas por mais de 20 anos, duas das quatro torres da falida Argon, em São José dos Campos, devem ser finalizadas até agosto de 2014. A construtora Silva & Leão, que comprou os prédios na última sexta-feira (7), informou que deve começar os serviços até fevereiro de 2013 e que as obras serão concluídas em dois anos e meio.

O prazo estabelecido por Juvenil Silva, um dos sócios-proprietários da construtora que tem sede em Jacareí, é menor do que o limite de três anos imposto pela Prefeitura de São José dos Campos para finalizar o empreendimento. Segundo ele, para iniciar a obra serão contratados pelo menos 150 operários. As contratações serão feitas no próximo ano e ainda não foi definido o período da contratação.

‘Minha Casa, Minha Vida’
Após finalizar a obra, a construtora tem por obrigação comercializar os apartamentos pelo programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, com financiamento da Caixa Econômica Federal. Cada torre conta com 16 andares e 128 apartamentos.

No valor atual, cada apartamento não poderá ser vendido por mais de R$ 190 mil com financiamento da Caixa Econômica Federal. “Não sei exatamente por quanto venderemos os apartamentos. Vai depender da avaliação da Caixa”, afirmou o empresário, que não quis informar o lucro que espera ter no negócio.

Em 2009, as torres foram compradas pela prefeitura a um custo de R$ 1,5 milhão cada. A empresa de Silva arrematou duas torres por R$ 8,746 milhões (cerca de R$ 4 milhões por torre). O valor da compra superou em R$ 100 mil o lance mínimo definido pela Prefeitura de São José dos Campos. O lance foi o único no leilão e aconteceu após uma primeira tentativa de venda frustrada, em que não houve interessados.

Silva afirmou que ofereceu valor maior que o mínimo, mesmo sendo o único a oferecer lance, porque não teve acesso a possíveis outras ofertas. “No edital constava que teríamos que dar as propostas fechadas. Coloquei o valor no envelope e não imaginei que seria o único. Infelizmente”, disse Silva. A empresa não participou do primeiro leilão porque alegou não ter tido acesso ao prédio para analisar a situação das torres.

Contrato
De acordo com a prefeitura, o contrato deve ser assinado em 15 dias após análise da documentação da empresa. Nesta sexta, para firmar a venda, a empresa deixou um cheque-caução de R$ 432 mil – o que representa 5% do valor do imóvel.

Os prédios, até então abandonados, começaram a ser construídos em 1990 e as obras foram paralisadas dois anos depois com a falência da construtora Argon. Os esqueletos inacabados foram por muito tempo ponto para uso de drogas e estão com diversos problemas, como fiação e tubulações já comprometidas. De acordo com engenheiros e técnicos da Silva & Leão, tubulações e pisos em parte das estruturas não poderão ser reaproveitados. “Não dá para aproveitar nada nesse sentido, só a estrutura mesmo. Vamos refazer tubulações, colocar pisos novos”, disse Silva.

Centro Vivo
A venda dos prédios era uma das ações necessárias para a execução do projeto Centro Vivo, que prevê a revitalização do Centro de São José e é gerido pelo Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento (Ipplan). A meta é incentivar a moradia no Centro. O Ipplan informou que ainda está em estudo o que será feito com as outras duas torres inacabadas que ficam na orla do Banhado, cartão-postal de São José dos Campos.

G1 (Vnews)

Publicado em: 12/12/2012

Novela dos Prédios da Argon tem leilão com preço antigo

A Prefeitura de São José relançou o edital para a venda de duas das quatro torres abandonadas da Argon, na Orla do Banhado. A primeira tentativa fracassou após nenhuma empresa comparecer ao leilão em setembro. O novo edital está disponível até o dia 30 e o leilão será realizado no dia 7 do mês que vem. No dia, as empresas interessadas vão fazer o credenciamento e, em seguida, será iniciada a apresentação das propostas.

O valor do lance inicial, principal ponto de reclamação das construtoras por considerarem alto, foi mantido em R$ 8,6 milhões. Houve apenas duas mudanças em relação ao edital antigo. O prazo para a realização das obras aumentou de dois para três anos e foi alterado o período de vistoria dos apartamentos, que irá acontecer entre os dias 30 de novembro e 6 de dezembro.

A venda dos prédios faz parte do projeto ‘Centro Vivo’, que é gerenciado pelo Ipplan, (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento). Em nota, o instituto disse que essas foram algumas das mudanças solicitadas pelas construtoras que retiraram o edital passado. Após a ausência de interessados no leilão, o Ipplan realizou uma pesquisa para identificar os motivos.

O diretor regional do SindusCon (Sindicato da Construção Civil), José Luiz Botelho, acredita que novamente o leilão possa fracassar, já que foi mantido o mesmo valor do lance. “O custo da compra dos prédios mais o custo de finalização fica praticamente inviável para uma construtora assumir”, afirmou.

Ele também critica o fato de apenas o prazo ter sido alterado. “Normalmente quanto mais rápido terminar um empreendimento, mais barato fica para a construtora”, disse. O presidente da Aconvap, Cléber Córdoba, tem a mesma opinião. “O custo vai ficar próximo do lucro, não é a margem habitual para construtoras.”

Para os dois, a prefeitura deveria vender as torres por um preço próximo ao pago há três anos, quando a administração comprou por R$ 1,5 milhão cada torre. “O preço deveria ser mais proporcional pelo que a prefeitura pagou com alguns reajustes”, disse Botelho.

Segundo o Ipplan, o lance mínimo permaneceu o mesmo pois foi estabelecido em uma avaliação técnica e fixado por meio da Lei 8741/12 de 13 de junho de 2012. Outro ponto que não interessa às construtoras é o preço fixado de venda dos apartamentos, que deve ser de R$160 mil. Cada prédio possui 16 andares e 128 apartamentos.

“No momento que limita o preço final, limita o interesse dos empresários. O empreendimento pode ter surpresas que precisam ser colocadas no preço final”, afirmou Botelho. Segundo Córdoba, um apartamento de dois quartos no centro custa cerca de R$ 200 mil a R$ 220 mil.

Após a conclusão das obras, os apartamentos devem ser comercializados por meio do programa federal ‘Minha Casa, Minha Vida’, com financiamento da Caixa Econômica. As unidades prontas devem ser destinadas para famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 3.100 já inscritas no programa habitacional do município.

O Vale

Publicado em: 22/11/2012

Após fracasso no Leilão, preço dos prédios é reavaliado

Após o fracasso do leilão dos prédios da Argon, o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) e a Prefeitura de São José dos Campos estão realizando uma consulta às 36 construtoras que retiraram o edital de compra. Cada uma das empresas que demonstraram interesse pelo empreendimento estão recebendo uma ligação na qual a atendente propõe um questionário que trata das regras do edital, do preço do lance mínimo, da forma de pagamento e do prazo de conclusão da obra.

“A pesquisa deverá continuar por mais alguns dias, para que todas as construtoras sejam contatadas”, afirmou a diretora geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo. “Queremos estabelecer qual foi o fator limitante, que pode ser desde as exigências documentais, até mesmo a divulgação, que não é realizada pela Prefeitura durante este período eleitoral”.

A data de publicação do novo edital não foi definida. “Junto da Prefeitura, definiremos também uma nova data para o leilão”, afirmou Cynthia. O evento, que estava marcado para o dia 14 de setembro, não aconteceu por causa da desistência unânime das construtoras de participar.

De acordo com o antigo edital, a empresa que efetuasse a compra deveria começar as obras em até 60 dias e o empreendimento teria de estar pronto em 24 meses. Além disso, as unidades compradas deveriam ser transformadas em habitações populares, vendidas por meio do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, cujo teto é de R$160 mil.

Construídos em 1990, na orla do Banhado, próximo à via Norte (ligação entre o centro e a zona norte da cidade), as obras foram paralisadas após a falência da construtora. No local, há apenas o “esqueleto” dos prédios. Em 2009, as quatro torres foram compradas pela Prefeitura por R$ 1,5 milhão cada. Duas delas estão sendo leiloadas para uso habitacional, as outras duas ainda não têm destino certo.

“Estamos desenvolvendo estudos para definir o que será realizado com as outras duas torres”, afirmou Cynthia. O lance mínimo para a compra era de R$ 8,6 milhões por dois prédios, sendo obrigatória a aquisição conjunta. O pagamento, de acordo com o antigo edital, deveria ser feito à vista.

O Vale

Publicado em: 05/10/2012

Prefeitura lança edital para leiloar torres antigas na cidade

A Prefeitura de São José dos Campos vai vender para a iniciativa privada duas das quatro torres inacabadas da falida construtora Argon na orla do Banhado, região central da cidade. Os 256 apartamentos de 47,8 metros quadrados cada torre tem 128 unidades habitacionais deverão ser comercializados por meio do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, com financiamento da Caixa Econômica Federal, para famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 3.100 já inscritas na fila da habitação do município.

A utilização dos prédios para moradia faz parte do projeto Centro Vivo, que é gerenciado pelo Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento). Abandonadas em 1992 e desapropriados em 2009 pela prefeitura, as torres da Argon vão ser repassadas à construtora que oferecer o maior lance.

Segundo Cynthia Gonçalo, diretora do Ipplan, o edital para a venda dos espigões deve ser publicado até 15 de junho. A construtora vencedora terá 60 dias para iniciar as obras. A previsão é que os apartamentos estejam prontos em 2013.

“Faz parte da estratégia do projeto Centro Vivo incentivar a moradia na região central. Os prédios da Argon são uma oportunidade muito boa para isso”, disse ela. Antes de lançar o edital, contudo, a venda dos prédios terá de ser aprovada na Câmara. Os vereadores devem votar hoje projeto de lei da administração municipal que permite o uso dos prédios para programas habitacionais.

Cynthia informou que o contrato de venda estipula que os apartamentos sejam negociados dentro do ‘Minha Casa’, beneficiando as famílias cadastradas no programa habitacional da prefeitura. Segundo a diretora do Ipplan, a Caixa já fez uma avaliação dos apartamentos e considerou o preço de venda, com as unidades prontas, em até R$ 160 mil. Cada unidade tem dois dormitórios e uma vaga de garagem.

“Tivemos o cuidado de, na desapropriação, não permitir que os prédios virassem motivo de especulação imobiliária”, disse Cynthia. “Os apartamentos terão que servir de moradia para famílias do programa habitacional.”

O governo Eduardo Cury (PSDB) comprou os edifícios no início de 2009 por R$ 6 milhões junto à massa falida da Argon, com a proposta de incorporá-los ao programa habitacional do município. Pouco depois, usou parte da área do empreendimento para o traçado da Via Norte (ligação viária do centro com a zona norte) e chegou a cogitar a demolição das torres.

Em julho de 2011, contudo, o prefeito voltou atrás e anunciou a venda das torres para moradia. Serão leiloados os prédios que ficam às margens da pista sentido centro-bairro da Via Norte. O valor de venda dos prédios ainda não foi estabelecido pela administração.

O Vale