Agora é a vez dos Correios, Agências entram em greve

Na terça, os bancários cruzaram os braços. Ontem, foi a vez dos carteiros entrarem em greve. Para o consumidor, problemas à vista. Isso porque contas e outros títulos terão que ser pagos normalmente e em dia, independente de o cliente não receber o boleto em casa ou não conseguir efetuar o pagamento no caixa. Além disso, depósitos, saques e outros serviços bancários podem ser prejudicados. Mesmo assim, o consumidor precisa buscar uma alternativa para efetuar seus serviços.

No site da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), há uma tabela com todos os serviços que podem ser feitos por meios eletrônicos (www.febraban.org.br). O diretor do Procon de São José, Sérgio Werneck, disse que a obrigação de pagar é do devedor. Ele aconselha primeiro a procurar alternativas. Caso não consiga pagar, é necessário entrar em contato com as empresas.

“Ao procurar empresas, tente documentar. As empresas precisam criar alternativas”, disse. Werneck disse que, caso os clientes tentem pagar e não consigam, devem procurar o Procon. No Vale, dos 1.200 funcionários, ao menos 60% aderiram à greve, segundo o sindicato da categoria.

Os serviços nas agências funcionaram normalmente ontem. Mas as entregas de encomenda devem ser prejudicadas, já que a maioria dos grevistas é do setor operacional. O balconista Aguinaldo Barbosa dos Santos, 25 anos, espera que a greve não atrapalhe suas encomendas. Ontem ele postou um pacote para a China. “A atendente garantiu que em cinco dias chega minha encomenda”, disse.

A categoria reivindica reajuste de 43,7% , tíquete-alimentação de R$ 35 por dia, fim das terceirizações, melhores condições de trabalho e a contratação de 30 mil trabalhadores. Para a região, o pedido é de 700 novos funcionários.

As negociações começaram há mais de um mês e os Correios ofereceram 5,2% de reajuste equivalente à inflação dos últimos 12 meses. Ontem, a audiência de conciliação entre empresa e categoria no TST (Tribunal Superior do Trabalho) terminou sem acordo e a greve continua. Agora o caso vai a julgamento. O TST determinou que os sindicatos garantam efetivo mínimo de 40%, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

A adesão à greve dos bancários aumentou ontem, no segundo dia da paralisação. Na base de São José, 1.033 bancários pararam. Das 90 agências, 43 estão em greve. Em Taubaté, Pinda, Caçapava e Ubatuba, a adesão ficou em 30%. Já na base de Guará, 524 dos 810 bancários pararam, mais de 60%. A categoria quer reajuste de 10,25%. Os bancos oferecem 6%.

O Vale

Motorista são prejudicados por interdições na Tamoios

As obras de duplicação da Rodovia dos Tamoios têm gerado transtornos para quem depende da estrada diariamente, mudando a rotina dos motoristas e trabalhadores das cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Eles reclamam principalmente do bloqueio total dos dois sentidos da rodovia para detonação de rochas.

Desde maio, quando tiveram início as obras, as interrupções do tráfego acontecem de segunda a quinta-feira, das 12h às 14h, gerando congestionamentos. Os serviços devem ser concluídos em 20 meses. Durante todo o dia, também são realizadas paralisações parciais de alguns trechos. Quando acontecem nos acostamentos, fica livre apenas uma pista.

São realizadas ainda obras à noite, mas sem interdições das pistas. A situação deve se agravar já a partir do mês que vem, quando com o fim do inverno aumentará o fluxo de veículos em direção às cidades do Litoral Norte, principalmente nos finais de semana.

Professores da região têm enfrentado problemas com paralisações, como atrasos e perdas de aulas. O mesmo acontece com estudantes que circulam pela rodovia nos horários de parada total. A professora Penha Aparecida Ferreira, que mora em Taubaté e dá aula em escolas de Paraibuna, mudou sua rotina para não chegar atrasada ao trabalho.

“Para que eu possa chegar no horário da minha aula, tenho que sair mais cedo de casa. Isto compromete minhas atividades da manhã”, disse a professora. Com as obras, empresas que trabalham com entregas também tiveram que alterar suas logísticas.

“Tivemos que trocar horários e ordem de distribuição. A gente acaba não trabalhando pela necessidade do cliente e sim pelo que a Tamoios permite”, afirmou Felipe Neder, representante de panificadora que atende restaurantes que ficam às margens da Tamoios.

Empresas de transporte coletivo estão planejando seus itinerários e escalas dos motoristas para que os ônibus não fiquem muito tempo parados. Já donos de lojas localizadas às margens da estrada comemoram aumento das vendas. “As paradas aumentam número de clientes. Acredito que houve aumento de 30% no movimento desde início da obra”, disse Antônio Carlos Leite.

O Vale