Setor da saúde da cidade tem crise com grande numeros de doentes

O novo secretário de Saúde de São José, Paulo Roitberg, recebeu de herança antigos e crônicos problemas, como falta de médicos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), falta de especialistas, fila de espera para cirurgias e demora no atendimento. Alguns destes gargalos estão entre as principais reclamações dos moradores nas audiências do POP, o Planejamento Orçamentário Participativo. A saúde é ‘vitrine’ do governo Carlinhos Almeida (PT) e engloba algumas de suas principais promessas de campanha. Entre as missões de Roitberg estão ainda agilizar o mutirão de cirurgias e tirar do papel projetos como o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Roitberg reconhece que um dos gargalos imediatos a resolver é a falta de médicos na rede, que possui 634 profissionais. “Vamos chamar 58 médicos que passaram em concurso para reforçar a rede”. Ele informou que vai chamar os médicos que estão afastados sem vencimentos para saber se querem continuar na rede. Roitberg substituiu o Álvaro Machuca, que deixou o comando da saúde anteontem após sete meses no cargo. Ao pedir demissão, Machuca não escondeu que enfrentou dificuldades. “Cansei. Virei burocrata na secretaria e só assinava papéis”. Um dia após a troca no comando da Saúde, O VALE esteve ontem na UPA do Campo dos Alemães (zona sul), onde reclamações de falta de médicos são constantes. Com apenas dois médicos, o tempo de espera por paciente chegou a sete horas.

“Cheguei às 9h40. São 15h e ainda tem dez pessoas na minha frente. É uma vergonha”, afirmou a manicure Vânia de Moura, 36 anos. A prefeitura informou que dois médicos faltaram ontem e que não foi possível realocar outros profissionais para suprir demanda. À noite, atendimentos foram normalizados. Também ontem, o munícipe André Fonseca e sua mulher Andrea enviaram fotos ao O VALE, feitas no último sábado, que mostram macas com pacientes no corredor e amontoados em sala no Hospital Municipal, onde o acesso à área interna é vetado à imprensa. “Minha sobrinha foi internada na quarta-feira e levou três dias para ser colocada em um quarto. É um descaso com o paciente”, disse Andrea.

Administradora do hospital, a SPDM (Associação para o Desenvolvimento da Medicina) informou que nenhum paciente fica desassistido. “Estão sendo realizadas obras de reforma e manutenção no Pronto-Socorro para ampliar o atendimento à população e está sendo definido juntamente com a Secretaria de Saúde projeto para ampliar o número de leitos de internação na unidade”, disse a SPDM em nota oficial. O novo secretário de Saúde de São José, Paulo Roitberg, disse ontem que até o fim de agosto quer promover redimensionamento da rede básica de saúde para amenizar a falta de médicos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). “Há unidades que têm falta de profissionais e outras em que há mais médicos.”

Roitberg salientou ainda que o redimensionamento da rede básica tem como foco melhorar o atendimento. “Precisamos melhorar o acolhimento e o atendimento da população, que não pode ficar esperando de quatro a seis horas para ser atendida.” O plano do novo titular da Saúde é implantar o programa Humaniza SUS, em parceria com o Ministério da Saúde. “Vamos capacitar e treinar os profissionais para que tenham um novo olhar para o paciente”, disse Roitberg. Outro gargalo que o secretário planeja atacar é a falta de médicos especialistas. “Cardiologia é uma especialidade da rede que enfrenta falta de profissionais.” Atualmente, a rede municipal de Saúde disponibiliza 17 especialidades médicas. Na avaliação do novo secretário, a Saúde pública de São José possui estrutura que só existe em algumas poucas cidades do país.

“Temos hoje 40 UBSs, 5 UPAs e 3 hospitais. A rede oferece procedimentos de alto padrão e alto custo”, afirmou Roitberg. Segundo ele, o desafio é melhorar os serviços prestados com a verba disponibilizada no orçamento. “A secretaria tem uma verba de R$ 478 milhões, maior que muitos orçamentos municipais. O nosso desafio é otimizar os recursos e fazer mais ainda”, disse Roitberg. Já com relação à fila de cirurgias, o novo secretário destaca que ela é infindável, mas que este ano já foram realizados 7.000 procedimentos. A implantação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do PSF (Programa de Saúde da Família) são considerados projetos prioritários para o novo secretário de Saúde, Paulo Roitberg. Ele relatou que planeja dar celeridade à implantação desses programas. No caso do Samu, falta firmar convênio com as cidades que integram o sistema.

Missionarias ampliam ajuda para doentes na cidade

Caridade espiritual e corporal em favor dos necessitados, especialmente os enfermos. É assim que, ao longo de 75 anos, as religiosas do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, congregação que nasceu em São José dos Campos, dedicam a vida a encontrar nos doentes as figuras de Jesus e Maria.

Oficialmente reconhecida pela Igreja Católica em 8 de novembro de 1936, a congregação abraçou com fervor o carisma deixado pela fundadora, Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico, de acolher os doentes em suas necessidades mais básicas.

Os números reforçam a missão deixada pela fundadora. Atualmente, o Instituto das Pequenas Missionárias mantém sete hospitais que realizam dois milhões de atendimentos por ano através do SUS (Sistema Único de Saúde).

As religiosas atuam em 15 cidades espalhadas por quatro estados brasileiros, além do Distrito Federal e de outros três países Portugal, Itália e Moçambique. A relação de hospitais inclui o Pio 12 e o Antoninho da Rocha Marmo, em São José, o Stella Maris, em Caraguatatuba, e o São Paulo, em Campos do Jordão.

Além das unidades de saúde, a obra missionária inclui seis abrigos para idosos, duas creches e uma escola rural, mais centros de formação humana e religiosa, um pensionato e casas de assistência a sacerdotes. As religiosas atuam também na administração de residências episcopais, em pastorais e em missões humanitárias.

A congregação conta com 260 religiosas e mais de 3.500 funcionários. Juntos, os sete hospitais oferecem cerca de 1.000 leitos e realizam, em média, 7.000 partos por ano. Nos abrigos de longa permanência, creches e escola são atendidos 200 idosos e 390 crianças.

Quinta sucessora da fundadora, madre Teresa Isabel de Maria Imaculada, 77 anos, batizada como Maria Aparecida Koenigkam, de origem alemã, é a atual madre geral da congregação. Para ela, o trabalho realizada pelas religiosas pode ser resumido em “levar o Evangelho e assistir aos doentes, além de rezar para a santificação dos sacerdotes”.

“Temos fidelidade ao carisma de Jesus Cristo e ao legado da nossa fundadora, de ajudar a quem mais precisa”, disse madre Teresa Isabel.

O Vale