Demanda de Aviões tem mudanças pela Embraer

A demanda de aviões no segmento mundial de aeronaves de 30 a 120 assentos nos próximos 20 anos será de 6.800 jatos, em um valor de mercado estimado em US$ 315 bilhões. A estimativa foi divulgada ontem pela Embraer, de São José dos Campos, líder do mercado mundial de jatos de 61 a 120 assentos.

Somente para o nicho do mercado em que lidera, a previsão da fabricante é de demanda de 6.390 jatos nos próximos 20 anos. Segundo a companhia, o transporte aéreo mundial, de acordo com RPK ( demanda de passageiro-quilômetro transportado) crescerá, em média, 5% anualmente no período de 2012 a 2031.

O estudo feito pela Embraer aponta que a substituição de aeronaves antigas representará 53% das novas entregas, enquanto os 47% restantes das vendas serão por conta do crescimento do mercado da aviação.  A América do Norte ainda se mantém como a maior região compradora de jatos nesse nicho, com um total de 2.195 aeronaves (32%), seguida pela Europa/CEI (Comunidade de Estados Independente) com 1.905 aviões (28%) e China, com 1.005 aeronaves (15%).

No entanto, a Embraer avalia que o centro de gravidade da aviação vai se mover para o leste, principalmente para a Ásia e, em menor proporção, para a América Latina. O estudo aponta que em 2031 os maiores mercados do mundo serão Ásia Pacífico e China, que responderão por 34% do RPK mundial.

Para Marcos Barbieri Ferreira, professor de economia da Unicamp (Universidade de Campinas) e especialista em mercado aeronáutico, as previsões de entregas feitas pela Embraer “refletem a realidade do mercado”. “Considero bastante realista esta previsão. O mercado da aviação regional está em crescimento e existe demanda para rotas curtas e de média e baixas densidades de passageiros”, disse Ferreira.

O especialista afirmou que a Embraer, certamente, tem condições de atender esse mercado com a sua família de E-Jets. “A Embraer já domina parte desse nicho e os produtos dos concorrentes levarão anos para chegar ao mercado.”

Ferreira destacou que é possível que, por causa da crise econômica da Europa, a previsão de demanda nos próximos três a quatro anos não se confirme. “Mas a aviação regional tem potencial de crescimento em outras partes do mundo”. De acordo com o estudo divulgado pela Embraer, o Oriente Médio será o mercado que terá o maior crescimento no período analisado, com taxa anual de 7,2% de RPK.

O Vale