O Vale do Paraíba teve no primeiro trimestre deste ano seu pior desempenho na geração de empregos desde a crise que atingiu o país no final de 2008 e início de 2009. O saldo de postos de trabalho criados nas três maiores cidades da região foi negativo de 231 vagas. No ano passado, no mesmo período, 3.736 tinham sido abertas.
São José dos Campos teve o pior resultado entre os três municípios, com saldo negativo de 576 vagas, segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.
Os piores setores na cidade são comércio, construção civil e indústria. Somente em março, a construção civil foi responsável pelo fechamento de 327 vagas. Para o presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Cléber Córdoba, o ‘buraco’ no emprego deve permanecer nos próximos meses, devido ao impasse sobre possíveis mudanças na lei de zoneamento. O setor pressiona a prefeitura para alterar a lei e liberar prédios com mais pavimentos na cidade.
“Todo mês, estamos perdendo postos de trabalho pela dificuldade que os empresários têm encontrado para viabilizar seus empreendimentos”, disse. Já para o secretário de Relações do Trabalho de São José, Ricardo Dinelli que assumiu a pasta ontem, o cenário de perda de emprego na cidade é momentâneo.
“Qualquer demissão de trabalhador preocupa a secretaria, mas sabemos também que é uma preocupação momentânea, já que a prefeitura tem trabalhado por uma legislação mais arrojada visando atrair novos empreendimentos. Da mesma forma, a secretaria tem investido muito na qualificação e requalificação de profissionais”, afirmou Dinelli.
Em Taubaté, as contratações do início do ano na indústria automobilística fizeram com que a cidade mantivesse o saldo positivo (647) na geração de empregos no trimestre. Ainda assim, o resultado é bem inferior ao do ano passado (1.476).
Em março, o pior desempenho da cidade foi no setor da construção civil. “Muita obra está em fase de acabamento, quando algumas pessoas são dispensadas. Na indústria, o setor continua melhor que nas outras cidades e deve melhorar ainda mais por causa do investimento da Volks”, disse o assessor para assuntos políticos da Prefeitura de Taubaté, Jacir Cunha.
Jacareí, que amargou a perda de 303 postos de trabalho na indústria neste primeiro trimestre, atribui o resultado à sazonalidade da produção de suas empresas. “Geralmente, sentimos o impacto do mercado sazonal das cervejarias da cidade no começo do ano, mas melhora depois”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Jacareí, Emerson Goulart.
O Vale