Sindicato junto a GM decidirá o futuro da fábrica na cidade

A General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos iniciam amanhã nova rodada de negociações sobre o futuro da fábrica de São José dos Campos, como parte do acordo firmado no dia 4 de agosto, que evitou, temporariamente, a demissão de 1.840 funcionários considerados excedentes pela montadora.  Pelo acordo, 940 empregados vão ter o contrato de trabalho suspenso, medida denominada de ‘layoff’, a partir da próxima segunda-feira, até 30 de novembro.

Outros 900 funcionários permanecem na linha MVA, na produção do Classic, único modelo que ainda é produzidos no setor, após Corsa, Meriva e Zafira terem sua fabricação suspensa. A GM planeja desativar a linha após 30 de novembro.  A retomada das conversações sobre o destino dos excedentes e de um novo acordo entre GM e sindicato para novos investimentos na fábrica local está agendada para as 15h, em São José dos Campos.

Até ontem, no entanto, o local ainda não havia sido definido, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A GM condicionou analisar possíveis novos investimentos na planta de São José a flexibilizações trabalhistas na planta. Entre as propostas da montadora estão criação de banco de horas, implantação de nova grade salarial e redução salarial.

Por ser a primeira reunião, a direção do sindicato avalia que o encontro será para definição de uma agenda de negociações, uma vez que, pelo acordo de 4 de agosto, as partes vão conversar durante 60 dias. “Acredito que primeiro vamos tratar das questões relacionadas ao ‘layoff’ e da definição de um calendário de conversações”, disse o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Segundo ele, as posições do sindicato não mudaram. “Nós mantemos as propostas que já apresentamos”, disse. O sindicato reivindica da montadora que concentre em São José a produção do Classic, o Sonic (produzido na Coreia do Sul) e volte a fabricar caminhões no Brasil. A montadora já descartou todas.

O diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em São José, Almir Fernandes, disse que a expectativa é que GM e sindicato cheguem a um acordo que garanta investimentos para a planta de São José. “O sindicato precisa negociar com base na realidade”, disse.

A GM já comunicou, por carta, os funcionários que irão para o sistema ‘layoff’. A previsão é que a maioria dos 940 trabalhadores que estava em férias coletivas até ontem terá o contrato de trabalho suspenso. Segundo o sindicato, a empresa também selecionou empregados de outros setores. De hoje até sexta-feira, os funcionários selecionados para o ‘layoff’ estarão de licença remunerada. Sexta-feira, o sindicato vai reunir o grupo.

O Vale