Além de animar os estabelecimentos comerciais da região, a chegada do Natal representa a possibilidade de dinheiro extra para profissionais autônomos. Em alguns casos, o faturamento no final de semana natalino chega a ser até 900% superior ao de um fim de semana comum.
O grupo de profissionais que aproveita o final de ano para ganhar dinheiro é formado por decoradores, artesãos, cozinheiros, entre outros do setor.
É o caso do chefe de cozinha Paco Ortolá, que há 20 anos começou a trabalhar com delivery de paella. As encomendas para datas festivas não tardaram a começar a acontecer. “Aos poucos, a clientela foi pedindo paella no Natal, no Ano Novo, depois vieram o bacalhau, sushi, tender, lasanha”, diz Ortolá.
Entre o dia 24 e 25 de dezembro, ele chega a produzir até 40 refeições para atender 250 pessoas. “Não faço mais pois falta mão de obra qualificada. Tenho uma equipe para me ajudar, mas há mais pedidos”, afirma o chefe de cozinha.
Ele afirma não estar sozinho no ramo de ‘personal chef’ na região. O lucro bruto desse tipo de serviço pode chegar a R$ 12 mil em datas comemorativas. Mas engana-se quem pensa que a profissão é regada a glamour e sofisticação.
“É desgastante. Não tenho aquela coisa da árvore de Natal com meu filho. Comemoramos em algumas horas. Nem bem acabou a noite do dia 24 e já tenho que acordar para preparar as refeições do dia 25”, disse Paco. Família. Na Rotisserie Matsubara, de São José, o Natal também é aguardado ansiosamente. A produção de alimentos aumenta 200% em relação a um final de semana comum.
“As perspectivas são sempre boas. Entre Natal e Ano Novo, chegamos a produzir 700 quilos de carne”, afirma Rubens Matsubara, 50 anos, que ajuda a manter a tradição iniciada por sua mãe, Paula, 78 anos, na comercialização de assados da rotisserie há mais de 23 anos.
Nas lojas de artigos de decoração, os temas natalinos já estão em falta. Na Casa Amarela, de São José, os objetos expostos desde outubro já estão em falta. Do total de artigos adquiridos para o Natal, restam 5% na loja. O artesão Gustavo Dantas, 31 anos, de Caraguatatuba, ganha a vida produzindo arranjos de decoração para vender a lojas da região. Produzindo até 30 peças por dia, afirma que nenhuma outra data comemorativa rende mais do que o Natal.
“É como coleção de roupa. A cada estação você muda a vitrine. No meu caso, mudo os produtos, mas nada se compara com o que ganho no Natal. Esse ano vendi peças para Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal”, disse.
Há também quem utilize a data para trabalhar como voluntário. O ‘Papai Noel’ Pedro Mendicello, 74 anos, ganha para ficar no Jacareí Shopping e no Shopping Faro. Depois do expediente, segue para entregar presentes a crianças de 25 casas. “Recebo doações que repasso para instituições de caridade”, afirma Mendicello.
O Vale