A decisão do Estado de liberar o tráfego de cargas perigosas na rodovia Carvalho Pinto levanta uma discussão sobre o aumento de possíveis desastres ambientais. Administrada pela concessionária Ecopistas, a fiscalização dos veículos que circulam por este corredor cabe à Polícia Militar Rodoviária que também tem autoridade para autuar infrações. Segundo a administradora da rodovia, a fiscalização destas cargas contará com um circuito de 18 câmeras de monitoramento, onde as imagens são acompanhadas 24 horas pelo Centro de Controle Operacional e também por integrantes do policiamento rodoviário. Além das câmeras, a Ecopistas destaca que a fiscalização tem disponível o auxílio das rotas de inspeção e guinchos, que circulam 24 horas pela rodovia.
Ao todo, por turno, são 14 colaboradores preparados para atender acidentes com produtos perigosos. Para o ambientalista Lincoln Delgado, a decisão oferece ameaças ao meio ambiente, já que temos grandes fontes de abastecimento na região, como as represas que vertem para o rio Paraíba, sendo todo tipo de material contaminante um risco para a fauna, flora e até para o abastecimento público. “Infelizmente, como não temos outras modalidades de transporte, jogamos toda a demanda sob os caminhões. Nesse período de forte nevoeiro e obras, a fiscalização deve ser redobrada”, explicou.
Com obtenção da licença de operações em fevereiro deste ano, concedida pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), o tráfego de cargas perigosas foi liberado. A decisão foi efetivada com a revogação de portaria do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), que impedia a circulação desse tipo de veículo.