A Polícia Militar terminou ontem o treinamento de 22 voluntários que ficarão responsáveis por mediar conflitos entre vizinhos em São José dos Campos. A mediação de conflitos está prevista para começar no mês que vem. Nas próximas duas semanas, moradores de outras cidades também serão treinados, já que o projeto será aplicado em todas as cidades da região.
A principal intenção da mediação é incentivar os diálogos entre vizinhos e acabar com as chamadas de perturbação de sossego, responsáveis por 40% das demandas da PM atualmente. “Além disso, há muita reincidência. Atendemos em um mesmo local 30, 40 vezes. Isso consome muitos policiais, que poderiam atuar contra a prevenção de crimes”, diz o tenente Carlos André de Carvalho.
O projeto começou a ser implantado pela PM em agosto do ano passado. Na ocasião, foi feito um levantamento, que mostrava que a corporação gasta cerca de R$ 466 mil por mês atendendo ocorrências de perturbação de sossego ou desinteligência. Só uma padaria da zona leste de São José recebeu 74 denúncias de perturbação de sossego no primeiro semestre de 2011.
O treinamento consiste em um curso com carga de 16 horas e foi planejado pela diretoria de ensino da PM, na capital. Em todo o Vale, a expectativa é que 60 pessoas sejam treinadas. Após o treinamento, essas pessoas receberão levantamentos da PM sobre um local que tem recebido constantes denúncias e o vizinho que reclama do barulho.
O mediador será aquele que estiver mais perto da região onde acontecerá o debate. “A intenção é fazer com que as duas partes cheguem a um ponto comum. O mediador não tem poder de decisão, apenas visa facilitar a convivência”, explica o tenente. Em casos que o mediador não sentir segurança para atender, a Polícia Militar continuará indo ao local.
Maria Celeste Pedroso, 57 anos, é uma das voluntárias do projeto. “É uma atividade humanitária. Essa mediação de conflitos pode ajudar muito a resolver casos bobos que resultam em violência. É uma medida muito importante”, afirma.
O Vale