Levantamento feito, aponta investimento de R$14 milhões

Levantamento feito pelo PT de São José dos Campos aponta que os gastos diretos da prefeitura com a operação de desocupação do terreno do Pinheirinho, na zona sul da cidade, podem ter chegado a R$ 14 milhões.

Os custos seriam equivalentes ao valor da dívida de IPTU que a massa falida da Selecta S/A tem com os cofres públicos, avaliada em R$ 14,6 milhões. Os R$ 14 milhões seriam suficientes para construir 165 casas populares cada uma a R$ 85 mil, de acordo com padrão atual da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano).

O estudo também aponta suposta negligência da prefeitura no recolhimento dos animais de estimação dos sem-teto. Dos 239 animais recolhidos, 114 cachorros morreram. Segundo o petista, o gasto de R$ 2,7 milhões com marmitex, café da manhã e lanche são suspeitos. Só com marmitex foram gastos R$ 2,2 milhões em 50 dias uma média de R$ 44,1 mil por dia (6.300 refeições).

“As despesas com alimentação não batem com a quantidade de famílias abrigadas pela prefeitura. A dispensa de licitação para essas contratações abrem margem para corrupção”, disse o vereador Wagner Balieiro (PT).

O petista destacou ainda gastos com a Urbam no valor de R$ 642 mil para a prestação de serviços que seriam de competência da massa falida. “Foram usados caminhões e mão de obra da Urbam para retirar móveis e para a demolição das casas. É um gasto irregular.”

O levantamento petista foi feito com base em dados do portal da transparência, investigação e por meio de laudos da justiça. Eles foram apresentados ontem na Câmara de São José. A conta inclui ainda a reforma de prédios públicos danificados e o repasse dos auxílios mudança e aluguel às famílias expulsas do acampamento (4,4 milhões) por um período de 24 meses.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de São José, João Francisco de Sawaia Lima, o Kiko, não contestou os números petistas, mas acusou a oposição de fazer política em cima dos números. “Todos esse contratos foram publicados e serão remetidos ao Tribunal de Contas. Não podia faltar alimentação e acolhimento à essas famílias. A prefeitura tinha que oferecer alimentação e abrigo. Era uma determinação judicial”, disse.

Segundo ele, gastos de competência da Selecta serão remetidos à massa falida. O Centro de Controle de Zoonoses confirmou a morte de 114 cachorros. “Dos 114 que morreram, 78% eram filhotes e mais suscetíveis a doenças e vírus, os demais estavam com a saúde fragilizada”, disse a pasta por nota.

O Vale