São José está em franca expansão na periferia. Levantamento feito por O VALE mostra que as regiões leste, sul, norte e sudeste receberam cerca de 30 mil moradias nos últimos cinco anos. São 120 mil moradores que buscaram as regiões mais periféricas atrás do sonho da casa própria população que supera a de cidades como Guaratinguetá (112 mil), Caraguá (102 mil) e Caçapava (85 mil).
A nova periferia cresce em ritmo mais acelerado na região sul. São 16.559 novas moradias. Bairros consolidados como Colônia Paraíso, Jardim América e Parque Industrial receberam o maior volume de moradias. Mas é na zona leste que o impacto do adensamento é mais evidente. Topos de morro estão sendo ocupados por mega empreendimentos, alguns com mais de 400 moradias, como no Cajuru.
Ao todo, a região leste recebeu 5.921 novas moradias entre casas e apartamentos. O fenômeno também é visível na região norte. São mais de 4.000 moradias, a maior parte delas no Alto da Ponte e na Vila São Geraldo bairros que carecem de equipamentos públicos. Na região sudeste, a situação não é diferente: só o bairro do Putim recebeu mais de 1.000 unidades.
Apesar de regularizados pela prefeitura e consolidados, muitos desses bairros ainda não possuem infraestrutura básica e esbarram na falta de UBS, escolas, creches, transporte público e áreas de lazer. No Jardim das Paineiras, na zona leste da cidade, mais de 1.300 pessoas se mudaram para o novo bairro há quase dois anos. São 340 moradias recém-instaladas.
O crescimento sobrecarregou a infraestrutura de serviços no entorno da região e a lista de reclamações é grande.
“O bairro não tem centro comercial, serviços públicos, iluminação, correio e sinalização de solo”, disse a dona de casa Vera Lúcia de Moraes, 42 anos. Escola, creche e UBS só nos bairros vizinhos como o Nova Esperança e Novo Horizonte, já saturados.
Sem áreas de lazer, as crianças do bairro têm que driblar a falta de espaço para brincar. “Parece um bairro clandestino. Falta creche, escola e o transporte é limitado”, disse o cobrador de ônibus Alessandro Luiz Rocha, 35 anos.
O vice-presidente da Aconvap, Francisco de Oliveira Roxo, confirmou o crescimento da periferia. “Houve consolidação dos grandes empreendimentos onde havia volume de áreas disponíveis e a preços atrativos.” Segundo ele, o poder público acompanha esse crescimento. “Mais gente morando no mesmo lugar implica novas linhas de ônibus, alargamento de avenidas e escolas. E o governo está atento a esse crescimento.”
O Vale