Instituto da cidade é o segundo mais rico do País

São José acaba de alcançar um novo destaque no cenário nacional de riquezas. Dono de um patrimônio de R$ 1.560 bilhão, o Instituto de Previdência do Servidor Municipal é hoje o segundo mais rico do país, entre as instituições municipais. O montante que deve chegar aos R$ 2 bilhões em dezembro, representa um aumento de 290% em sete anos, e fica atrás somente dos ativos financeiros do Instituto de Previdência do Rio de Janeiro que recebe dinheiro de royalties.

O caixa invejável do instituto mostra que em meio a polêmica atual que envolve a aposentadoria no país, o benefício integral dos servidores da Prefeitura de São José está garantido pelos próximos 15 anos. “Dois fatores são a principal causa. O primeiro, é a pontualidade dos repasses da prefeitura. O segundo é a nossa gestão conservadora. Só fazemos investimentos seguros”, disse Oilze dos Santos Filho, superintendente do IPSM desde 2005 quando o instituto tinha um patrimônio de R$ 400 milhões.

A grande maioria dos recursos do instituto está investido em títulos de governo em seis dos principais bancos do país, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC, Bradesco, Itaú e Santander. O IPSM possui ainda dois imóveis que estão alugados o prédio do Extra, na avenida Nélson D’Ávila (com valor estimado em R$ 29 milhões) e o prédio comercial Esperança, na mesa via, de R$ 3,2 milhões.

Tanta riqueza deu ao instituto o título de melhor do país entre os municípios de médio porte que foi o tema de uma revista do governo federal elaborada em maio pelo Ministério da Previdência Social. “A gestão e transparência dos recursos do instituto de São José são a causa dele ter apresentado um resultado positivo nos últimos anos”, afirmou o secretário de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, Leonardo Rolim a O VALE.

Apesar do patrimônio invejável, o IPSM opera no ‘vermelho’ e precisa receber todos os meses uma ‘injeção’ financeira da prefeitura entre R$ 1,8 a R$ 2 milhões. Hoje, o instituto recebe cerca de R$ 3,3 milhões dos servidores ativos (que são cerca de oito mil funcionários), e paga mais de R$ 5 milhões para aposentados, pensionistas e benefícios, como licença maternidade, para 2.950 servidores.

A instabilidade no caixa acontece porque os servidores ativos contribuem com 11% do salário e a prefeitura mais 22%, enquanto os aposentadores recebem aposentadoria equivalente ao salário integral que recebia quando trabalhava.

O ISPM se nega a mexer no patrimônio, que está congelado pelos próximos 15 anos. O economista Roberto Koga, de São José, defende mudanças. “É preciso estabelecer um teto para aposentadoria nos mesmos moldes que foi feito com os servidores federais”.

O Vale