A História de São José dos Campos – Capítulo II

No final do século XVIII, José Arouche de Toledo Rondon, no livro Memória das Aldeias de São Paulo, narra a extrema pobreza da Vila de São José. O grande problema era o fato da Estrada Real, que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro, passar fora do povoado. A produção de algodão teve uma rápida evolução, quando São José obteve destaque, tendo a safra atingido o seu nível máximo em 1864.

No dia 22 de abril de 1864, através da Lei Provincial nº 27, a Vila de São José foi elevada à categoria de cidade e a Lei Provincial nº 47, de 4 de abril de 1871, mudou-lhe a denominação para São José dos Campos. Pela Lei Provincial n° 46, de 6 de abril de 1872, foi criada a Comarca de São José dos Campos.

A partir de 1871, São José atravessou duas épocas diferentes:
1 – Desenvolvimento agrícola – com predomínio da cafeicultura.
2 – Criação da estância climática – resultado do seu excelente clima.

Escravos transportando sacas de café em fazenda do século XIX (gravura da época).

 

Ao mesmo tempo, aconteceu o desenvolvimento da cultura cafeeira no Vale do Paraíba, que começou a ter expressão a partir de 1870, com a participação produtiva de São José. Mas foi em 1886, quando já possuía uma estrada de ferro, ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, que a produção cafeeira joseense atingiu o seu desenvolvimento máximo, mesmo num momento em que já acontecia a decadência dessa cultura naquela região. A estação ferroviária ficava no cruzamento da Rua Euclides Miragaia com a Avenida João Guilhermino, tendo sido transferida, em 1920, para o seu lugar atual.

Trecho da primeira estrada de ferro em 1887 (foto da época).

 

Na manhã do dia 15 de dezembro de 1909, a cidade em peso foi receber, na antiga estação ferroviária, o candidato à presidência da república Ruy Barbosa, na campanha civilista. O livro “Excursão Eleitoral pelo Estado de São Paulo”, conta que o candidato foi saudado pelo Dr. Francisco Rafael e Araujo e Silva e que a banda “Euterpe Santanense” executou o Hino Nacional. Diz o texto da época:

“Às 5:30 silvou na subida do Lavapés (próximo ao atual Paço Municipal) a máquina comboiando o trem especial que conduzia a São Paulo o Conselheiro Ruy Barbosa. Um frêmito de contentamento e agradável emoção agitou a multidão que prorrompeu em vibrantes e entusiásticos vivas ao eminente brasileiro. Sua Excelência foi coberto de flores por um grande número de meninas trajadas de branco, postadas em alas na plataforma. Durante os cinco minutos de demora do especial na estação desta cidade, a aclamação ao candidato civilista não se interrompeu por um instante sequer, até que o trem partiu, conduzindo o ilustre itinerante, saudado por vivas patrióticos levantados à sua personalidade emérita por milhares de vozes que se agitavam num burburinho indescritível de satisfação e contentamento, vitoriando sempre e mais o preclaro compatrício.”

Ruy Barbosa, candidato civilista à presidência da república em 1909 (foto da época).

 

A primeira ponte sobre o rio Paraíba foi inaugurada em 1910. Era uma estrutura metálica de 80 metros d comprimento, que ligava o centro da cidade e o bairro de Santana à zona Norte e a Minas Gerais. A ponte foi grandemente elogiada com o uma obra “moderna”, durante o I Congresso Paulista de Estradas de Rodagem, realizado em 1917.

Primeira ponte sobre o rio Paraíba (foto de 1912)

 

A inauguração da primeira rodovia, em 1924, deu grande impulso ao desenvolvimento da região. Era a Estrada Rio–São Paulo, construída pelo presidente da província de São Paulo, Dr. Washington Luís. A rodovia ainda existe e tem várias denominações: SP-62, SP-64, SP-66, SP-68 sendo também conhecida como Estrada Velha.

Não perca, na próxima edição, a continuação dos capítulos da História de São José dos Campos Capítulo III

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