Tribunal Superior decreta o fim da Greve dos Correios

O TST (Tribunal Superior do Trabalho) definiu ontem reajuste de 6,5% para os trabalhadores dos Correios e determinou o retorno imediato ao trabalho. A categoria está em greve desde o dia 19. A decisão foi tomada em sessão extraordinária de julgamento de dissídio desde a semana passada, duas audiências de conciliação foram realizadas, mas Correios e servidores não chegaram a acordo.

Caso os trabalhadores não retornem hoje, a pena será de multa diária de R$ 20 mil. Os dias parados precisam ser compensados em até seis meses. No Vale do Paraíba, são cerca de 1.200 funcionários. Segundo o sindicato da categoria na região, 60% aderiram à greve. Os Correios apontam 30%.

Segundo o sindicato, será preciso uma semana para colocar em dia todas as entregas. A prioridade será de encomendas Sedex e cartas registradas. Os serviços Sedex que tinham hora marcada de entrega voltam a funcionar.

As negociações da campanha salarial começaram no final de julho. Os trabalhadores pediam reajuste de 43,7% e melhores condições de trabalho contratação imediata de 30 mil trabalhadores e manutenção do plano de saúde. Para o Vale, o pedido era 700 contratações.

Os Correios chegaram a oferecer reajuste de 5,2% proposta rejeitada pela categoria. No último dia 19, os funcionários deflagraram greve no país. Após duas audiências sem acordo, ontem foi julgado o dissídio coletivo que determinou que a greve não era abusiva mas que os grevistas precisavam retornar ao trabalho.

Ainda no julgamento, os ministros determinaram um reajuste salarial de 6,5% e a manutenção do plano médico. O pedido de contratação de funcionários não foi atendido. “Isso foi uma vitória econômica para a categoria. A empresa só queria dar 5,2%, mas a mobilização da categoria fez com que o TST desse mais”, disse Ignácio Santos, diretor de comunicação do sindicato.

Segundo o sindicato, em São José, Taubaté e Jacareí, cerca de 240 mil correspondências e encomendas deixavam de ser entregues diariamente. Em Taubaté e Jacareí, quase 100% da distribuição foi prejudicada. Os mais de 2 milhões de entregas atrasadas devem ser colocadas em dia em uma semana. “Essa parcela, nós conseguimos colocar em dia. Mas, enquanto não houver contratações, nós não conseguimos prestar serviço de qualidade”. Nota dos Correios informa que a estatal espera normalizar a entrega no fim de semana, quando fará mutirão.

O Vale