Cidade tem indices de aumento de raios

A incidência de raios em São José cresceu mais de cinco vezes no período de um mês, somando-se à destruição causada pela chuva em alguns bairros do município. De 20 de dezembro de 2012 a 20 de janeiro último, ocorreram 6.105 descargas elétricas na cidade contra 1.115 do mesmo período de tempo na virada de 2011 para 2012.

Em Pindamonhangaba, o número de raios foi seis vezes maior no período. Os dados são do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Cerca de 130 pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas do fenômeno. Especialistas alertam para os perigos dos raios e lembram do perigo da exposição em dias de tempestades.

No último dia 22 de dezembro de dezembro, um rapaz de 21 anos foi atingido por um raio e morreu enquanto andava a cavalo em Potim. Em 6 de janeiro último, um casal também morreu após receber uma descarga elétrica numa praia de Bertioga, no Litoral Sul de São Paulo.

O Brasil é um dos líderes em incidência de raios no mundo, com 50 milhões de descargas em média por ano, e o Vale do Paraíba é uma das regiões mais atingidas pelo fenômeno no país. Entre 1º e 20 de dezembro do ano passado, a incidência quadruplicou em Taubaté em relação ao mesmo período de 2011, passando de 383 para 1.558. Em São José, o crescimento neste intervalo de tempo foi de 65%.

O pesquisador do Elat, Daílton Guedes, aponta dois fatores principais para alta nos números: maior ocorrência de chuvas e monitoramento mais preciso das descargas. “O nosso sistema de contagem está trabalhando hoje com mais sensores e mais programas de computador, o que aumenta o registro do fenômeno”, afirmou o pesquisador. Ele também admite que os temporais têm sido mais frequentes na região. “A gente percebe que está chovendo mais a cada ano e pode ser que neste verão o Sudeste tenha mais chuva do que em outros anos”, disse Guedes.

O Vale

Publicado em: 25/01/2013

Após temporal Prefeitura da cidade monta Força-Tarefa

O dia de ontem foi de muito trabalho em São José. Quase 20 horas após o temporal de 45 minutos que castigou a cidade, o trânsito ainda era caótico por volta das 13h, com as principais ruas do centro interditadas. Os moradores reclamavam da falta de energia e água em pelo menos nove bairros.

A maior parte do trabalho, como limpeza e liberação do trânsito, só foi feita à tarde, mas havia chance de algumas árvores serem retiradas só hoje. Os serviços de água e energia ficaram prejudicados o dia todo e só seriam normalizados à noite nas zonas sul e leste.

Moradores reclamaram da demora no atendimento emergencial da prefeitura e da EDP Bandeirante. Alguns moradores do Jardim Esplanada chegaram a improvisar interdições de trânsito em uma rua. Após a chuva, 50 homens trabalharam na limpeza na noite de terça. Só ontem de manhã, a prefeitura decidiu destacar uma equipe de 100 homens para agilizar o trabalho.

Enquanto isso, moradores contabilizavam prejuízos e ainda lembravam do medo por conta da ventania. O ajudante geral Geraldo Silva, 65 anos, morador na Vila São Geraldo, zona norte, teve a casa alagada. Segundo ele, a água chegou a 1 metro de altura. “Foi um susto. Joguei o que podia em cima dos móveis e, mesmo assim, perdi minha cama.”

A ambulante Maria Aparecida Lorena, 43 anos, que trabalha na Praça Afonso Pena, perdeu tudo. “O vento quebrou meu carrinho e espalhou tudo. Tive prejuízo de R$ 2.000.” A região central foi a que sofreu maior impacto. Até as 13h, o trecho da rua 15 de Novembro entre a Coronel José Monteiro e a Rubião Júnior permanecia interditado para a retirada de árvores e remoção de fios de alta tensão que despencaram com a força do vento.

Na praça Afonso Pena, próximo ao prédio da antiga Câmara, só uma faixa dava passagem ao veículos. As agências bancárias e lotéricas do centro também não funcionaram até o meio da tarde por conta da falta de energia. “Vim resolver um problema de empréstimo, mas o banco não tem previsão de quando volta a funcionar”, disse o vigia Edmilson Oliveira, 43 anos.

O trânsito ainda ficou prejudicado em outros locais, como na João Guilhermino, por conta de semáforos quebrados. Ao todo, 13 tiveram problemas. A falta de água atingia ainda ontem à tarde nove bairros Campo dos Alemães, Morumbi, Residencial União e Dom Pedro, na zona sul, além de Eugênio de Melo, Galo Branco, Jardim da Granja, Bosque dos Ipês e Vista Verde, na leste.

A Sabesp informou que o problema foi causado pela queda de energia que afetou a captação, mas o serviço retornaria ainda ontem.

O Vale