Para conter usuários de Crack, Força Tarefa age

O avanço do crack em São José forçou o prefeito Eduardo Cury (PSDB) a criar uma força-tarefa para combater a droga e recuperar o dependente químico. A ofensiva foi definida após usuários da droga ocuparem marquises, canteiros de avenidas e prédios abandonados em regiões nobres da cidade para usar a droga.

O mal-estar social causado pela presença dos usuários rondando a cidade e a pressão de setores do comércio reforçaram a necessidade de uma ação conjunta entre Desenvolvimento Social, Saúde e Defesa do Cidadão. Na última semana, as três pastas anunciaram uma campanha de combate à droga. A estimativa é que São José tenha 6.000 usuários de crack pelo menos 100 perambulam pelas ruas da cidade.

A nova ofensiva da administração tem o objetivo de recuperar o usuário de crack em estágio avançado de degradação física e social. A estratégia é promover rondas diárias em pontos fixos da cidade e pedir o apoio do comércio e da sociedade para acabar com as esmolas e doações de alimentos.

O objetivo é recolher o usuário e garantir alimentação e atendimento médico em postos da prefeitura. E com o apoio da saúde e de assistentes sociais, avaliar a necessidade de internações compulsórias, indicadas para usuários que comprometam a própria vida. Serão realizadas rondas na região da 9 de Julho, Major Antonio Domingues, Praça Matriz, Praça Romão Gomes e no entorno do terreno do Pinheirinho, zona sul.

A secretária de Defesa do Cidadão, Marina Oliveira, quer pôr fim aos ‘trocadinhos’ dados pelos moradores aos usuários de drogas. “É o trocadinho que financia a compra da droga. As pessoas precisam se conscientizar”, disse. Moradores serão alertados a abandonar o hábito de esmolas. A pasta quer estimular o uso do telefone 153 para ampliar denúncias.

O Vale

Após temporal Prefeitura da cidade monta Força-Tarefa

O dia de ontem foi de muito trabalho em São José. Quase 20 horas após o temporal de 45 minutos que castigou a cidade, o trânsito ainda era caótico por volta das 13h, com as principais ruas do centro interditadas. Os moradores reclamavam da falta de energia e água em pelo menos nove bairros.

A maior parte do trabalho, como limpeza e liberação do trânsito, só foi feita à tarde, mas havia chance de algumas árvores serem retiradas só hoje. Os serviços de água e energia ficaram prejudicados o dia todo e só seriam normalizados à noite nas zonas sul e leste.

Moradores reclamaram da demora no atendimento emergencial da prefeitura e da EDP Bandeirante. Alguns moradores do Jardim Esplanada chegaram a improvisar interdições de trânsito em uma rua. Após a chuva, 50 homens trabalharam na limpeza na noite de terça. Só ontem de manhã, a prefeitura decidiu destacar uma equipe de 100 homens para agilizar o trabalho.

Enquanto isso, moradores contabilizavam prejuízos e ainda lembravam do medo por conta da ventania. O ajudante geral Geraldo Silva, 65 anos, morador na Vila São Geraldo, zona norte, teve a casa alagada. Segundo ele, a água chegou a 1 metro de altura. “Foi um susto. Joguei o que podia em cima dos móveis e, mesmo assim, perdi minha cama.”

A ambulante Maria Aparecida Lorena, 43 anos, que trabalha na Praça Afonso Pena, perdeu tudo. “O vento quebrou meu carrinho e espalhou tudo. Tive prejuízo de R$ 2.000.” A região central foi a que sofreu maior impacto. Até as 13h, o trecho da rua 15 de Novembro entre a Coronel José Monteiro e a Rubião Júnior permanecia interditado para a retirada de árvores e remoção de fios de alta tensão que despencaram com a força do vento.

Na praça Afonso Pena, próximo ao prédio da antiga Câmara, só uma faixa dava passagem ao veículos. As agências bancárias e lotéricas do centro também não funcionaram até o meio da tarde por conta da falta de energia. “Vim resolver um problema de empréstimo, mas o banco não tem previsão de quando volta a funcionar”, disse o vigia Edmilson Oliveira, 43 anos.

O trânsito ainda ficou prejudicado em outros locais, como na João Guilhermino, por conta de semáforos quebrados. Ao todo, 13 tiveram problemas. A falta de água atingia ainda ontem à tarde nove bairros Campo dos Alemães, Morumbi, Residencial União e Dom Pedro, na zona sul, além de Eugênio de Melo, Galo Branco, Jardim da Granja, Bosque dos Ipês e Vista Verde, na leste.

A Sabesp informou que o problema foi causado pela queda de energia que afetou a captação, mas o serviço retornaria ainda ontem.

O Vale