O ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) vai passar por uma reformulação geral nos próximos dez anos, com investimentos que podem atingir R$ 1 bilhão, o que transformará por completo a instituição, considerada uma das principais escolas de engenharia do país. O pacote de projetos em fase de estudo e execução contempla não apenas a expansão física da escola o aumento de vagas nos cursos de graduação e do corpo docente, que são os planos mais divulgados.
Reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, afirmou a O VALE que a intenção é aproveitar o momento para promover uma reformula-ção geral na instituição, com mudanças em diversos setores, sem alterar a missão para a qual ela foi criada há 62 anos. “A missão da escola permanece a mesma, formar engenheiros para o setor aeronáutico, em particular para atender a FAB (Força Aérea Brasileira)”, disse Pacheco.
Ele destacou outros pontos do pacote: criação de um polo de inovação com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, convênios de cooperação com cinco universidades federais, parcerias com instituições de ensino e pesquisas do exterior, parceria para a formação de novos professores, implementação do Centro de Inovação, fortalecimento do cluster aeroespacial brasileiro, entre outros. “A ideia é colocar todos esses projetos em prática nos próximos dez anos”.
Este ano começa o plano de expansão física da escola, que vai consumir R$ 300 milhões nos próximos cinco anos. Pacheco disse que foram lançados editais para a construção de alojamento para alunos, biblioteca, e uma vila residencial com 300 unidades para os novos professores que serão contratados. “A expectativa é que as obras sejam iniciadas ainda este ano”, afirmou. Mais adiante, estão previstos também a construção de novos laboratórios, salas de aula e reforma geral nas edificações do campus.
Para o reitor, no entanto, o maior desafio do ITA será a contratação de novos professores. “O pior fator crítico de todo o plano de expansão é o recrutamento de uma nova geração de professores”, afirmou. Atualmente a escola possui 140 docentes. O quadro será aumentado para 300. Na avaliação de Pacheco, não existem professores no mercado. “Falta engenheiro no mercado e professor mais ainda.”
A solução proposta é formatar parcerias com instituições de ensino no exterior para um processo de transição. Por isso, o ITA não trabalha com a possibilidade de preencher as vagas de uma vez só. “Fizemos um acordo com a Capes para convidar jovens doutores para ficarem na escola como bolsistas e enviar para o exterior um contingente expressivo de alunos para fazer doutorado de modo a ir preparando a nova geração de professores para o ITA. Isso leva tempo”, disse.