Às vésperas de negociação, montadora paralisa

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou ontem que a General Motors já começou o desmonte da linha de produção conhecida como MVA, na planta local, e reduziu para menos da metade a produção do Classic, único modelo que restou no setor, que também fabricava Corsa, Zafira e Meriva.

A medida surpreendeu a direção do sindicato, que teme pela demissão de aproximadamente 2.000 trabalhadores da planta da montadora em São José. Segundo a entidade, somente no MVA correm risco de demissão cerca de 1.500 funcionários, mas o fechamento da linha atingiria operários de outros setores do complexo industrial, como da fábrica de motores, estamparia e pintura, entre outros.

“A nossa análise é que até sexta (amanhã) todo o MVA estará fechado”, disse o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá. Ele relatou que o processo de esvaziamento da fábrica foi iniciado na noite de quarta-feira. “A GM encerrou as atividades do segundo turno do setor de funilaria, que produz o Classic, da área de injetora de plástico e de parte da pintura”, disse o dirigente sindical.

Sindicato e GM ainda têm uma última rodada de negociação no próximo sábado. A surpresa maior para o sindicato aconteceu ontem com a redução da cadência de produção do Classic. Segundo Barros, a montagem diária do modelo foi reduzida de 375 unidades para 155.

“A empresa também demitiu o diretor do MVA. A GM começou o fechamento do MVA após o ministro Guido Mantega (Fazenda) autorizar a empresa a demitir”, afirmou. Mantega disse, após se reunir na última terça-feira com o diretor de Assuntos Institucionais da montadora, Luiz Moan, que não cabe ao governo tratar “de problemas localizadas da companhia”.

“É da organização interna da empresa”, disse o ministro, que informou que a GM tem gerado empregos no país.  Na avaliação do sindicato, o plano da montadora seria transferir a produção do Classic para a sua fábrica em Rosário, na Argentina. “É clara essa posição da empresa”, afirmou Barros.

Os sindicalistas prometem reagir à possível demissão em massa na fábrica de São José. “Vamos continuar mobilizando a categoria e a sociedade. Vamos procurar a presidente Dilma Rousseff”, afirmou ontem o presidente do sindicato, que informou que hoje a entidade se reunirá com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo.

Os metalúrgicos também programaram manifestação hoje pela manhã na porta da fábrica, na entrada do primeiro turno de trabalho.

O Vale

Revelando São Paulo paralisa atividades do Museu do Folclore

Em razão da 11ª edição do Revelando São Paulo Vale do Paraíba, que acontece no período de 7 a 15 de julho, no Parque da Cidade, as atividades do Projeto Museu Vivo, do Museu do Folclore, não serão realizadas. A programação volta ao normal no dia 22 de julho, das 14h às 17h, na área externa do Museu do Folclore, com participação gratuita.

A participação dos chamados “fazedores” de São José dos Campos, no Projeto Museu Vivo, é totalmente voluntária e serve como forma de divulgação do trabalho que realizam. O projeto visa valorizar o patrimônio imaterial da região, permitindo que os “mestres” da cultura popular demonstrem aos visitantes seus conhecimentos e expliquem como aprenderam as técnicas que desenvolvem.

Serviço: Museu do Folclore – Avenida Olivo Gomes, 100, Parque da Cidade, Santana. Informações: 3924-7318.

Assessoria de Comunicação
Fundação Cultural Cassiano Ricardo