Pacto para manter a cidade limpa durante as Eleições

A Justiça Eleitoral de São José vai propor um pacto aos sete postulantes do Paço para que eles se comprometam com uma campanha limpa e sem abusos. Responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral, o juiz da 411º Zona Eleitoral, Luís Guilherme Cursino de Moura Santos, 39 anos, aposta em um acordo entre os partidos para evitar a poluição visual nas ruas.

Ele pediu a atenção dos candidatos para as regras da legislação eleitoral. “Sem prejuízo, os candidatos devem zelar pela preservação da higiene e estética urbana. O desrespeito à legislação implicará na imposição de multa ao infrator.”

O valor da multa por propaganda ilegal pode variar de R$ 2.000 até R$ 106 mil em casos de rádio e TV. A propaganda eleitoral teve início no último dia 6 e prossegue até o próximo dia 4 de outubro. Embora São José possua legislação que proíba o uso de cavaletes e a perturbação de sossego com o carro de som alto, são as regras federais que irão prevalecer nessas eleições.

A lei eleitoral autoriza a utilização de alto-falantes, amplificadores de som e carros de som para realização de propaganda eleitoral, entre as 8h e as 22h, até a véspera das eleições. As carreatas são permitidas até as 22h da véspera das eleições.

“A utilização destes meios não deve ser feita de modo abusivo, devendo ser preservado o sossego público”, disse Luiz Guilherme. A lei federal autoriza colocação de cavaletes e cartazes móveis em via pública entre 6h e 22h, desde que não atrapalhem o trânsito de veículos e pedestres.

“Eventuais limitações previstas em leis municipais não prevalecem sobre lei federal, pois compete à União legislar sobre direito eleitoral. Mas nada impede que os partidos estabeleçam acordo entre si para que nenhum deles realize propaganda eleitoral com cavaletes.”

O Vale

Eleição deste ano evita panfletagem para não sujar ruas

Candidatos à Prefeitura de São José pretendem aderir à campanha limpa nessas eleições e defendem restrições à sujeira eleitoral. No próximo dia 20, a Justiça eleitoral realizará reunião no Fórum para definir as regras da campanha deste ano. Alexandre Blanco (PSDB), que prevê gastar o maior volume de recursos na campanha até R$ 2,9 milhões, prometeu uma campanha limpa nessas eleições.

“Nunca pintamos muro ou usamos cavaletes. A nossa campanha será com panfleto e de casa em casa. Ou nas esquinas, sem grandes invenções.” Blanco vai apostar na militância para ganhar as ruas com as bandeiras do partido. “Nossa campanha será nas ruas e com placas onde for autorizado e carro de som só em locais concentrados.”

Na escala de gastos, Antonio Alwan (PSB) pode desembolsar até R$ 2,7 milhões. “Nosso material de campanha deve chegar na próxima semana e inicialmente devemos disparar o processo com uns 10 mil santinhos, incluindo o dos vereadores.” Alwan não pretende usar cavaletes. “Vamos usar da criatividade”, disse o socialista. O candidato Carlinhos Almeida (PT) também vai evitar os cavaletes. A aposta do partido, que poderá gastar até R$ 2,5 milhões, são os santinhos, placas e banners.

A campanha de Carlinhos será coordenada pelo vereador e presidente do partido, Wagner. Já Ricardo Amado será responsável pela área de comunicação. Autor da lei que proíbe o cavalete na cidade, o candidato Cristiano Ferreira (PV) prometeu campanha sustentável.

“Estamos terminando nosso escritório de campanha. Até a calçada será verde. Vamos apostar nos adesivos e nos santinhos”, disse Cristiano, que poderá gastar até R$ 1,9 milhão. Há também quem defenda o uso dos cavaletes, sem sujar a cidade.

“Nós teremos um compromisso com a campanha limpa. Agora, cavalete não suja a cidade e não iremos aceitar essa limitação”, disse o candidato do PSTU, Ernesto Gradella. O PSTU planeja gastar até R$ 200 mil na campanha.

O PSDC de Fabricio Correia vai apostar nas redes sociais e nas propagandas de TV e rádio. A legenda limitou os gastos em R$ 1 milhão. Com o menor volume de recursos na campanha, o PSOL de Gilberto Silvério vai investir nos santinhos e no corpo a corpo. ‘Campanha tem que ter debate de ideias e não papéis nas ruas’, diz Alacyr Arruda, cientista político da Fatea.

O cientista disse que campanha limpa é questão de educação do candidato. “Campanha tem que ser pautada no debate político de ideias e não em papéis nas ruas. Esse modelo de sujar cidade despejando santinho não agrega votos e muitos eleitores não enxergam a prática com bons olhos.” Para ele, candidatos que apostam em banners e cavaletes só têm retorno da população desinformada. “Entre 18% e 20% dos eleitores definem voto na hora. Mas isso está mudando porque santinho não tem proposta política, só número de candidato.”

O Vale