Camelôs acusam PMs de extorsão no Camelódromo

Ambulantes de São José afirmam ser alvo de extorsão de policiais civis, que teriam estabelecido uma taxa para permitir que o camelódromo instalado na Rodoviária Velha continue vendendo produtos piratas. A taxa de R$ 10 mil mensais foi denunciada pelos ambulantes, que há 50 dias ocupam a rodoviária como parte do plano de revitalização do centro da cidade. Outro camelódromo foi criado na Praça João Mendes (Sapo).

Segundo eles, desde que a administração municipal formalizou a atividade criando o camelódromo o sistema de propina também teria ganhado contornos ‘oficiais’. Eles agora estariam sendo obrigados a pagar taxa global de R$ 10 mil, enquanto antes (quando ocupavam as calçadas e praças) cada um pagava taxa de R$ 200 a R$ 400 por barraca.

“Não conseguimos juntar os R$ 10 mil no mês passado e pagamos só R$ 7.000. Por isso, estamos com medo da nossa mercadoria ser apreendida”, afirmou um dos ambulantes, que preferiu não ter seu nome identificado para evitar represálias.

Segundo os ambulantes, a propina seria cobrada em tom de ameaça de ter o ponto fechado ou mercadorias apreendidas. Eles afirmaram ainda que um grupo de vendedores é responsável por recolher o dinheiro e levar para os policiais.

“Não tem dia fixo. Cada mês é cobrado em datas diferentes, mas sempre perto de dias de pagamento como 5, 15 e 30 de cada mês”, afirmou outro ambulante. De acordo com a denúncia, os ambulantes vendedores de celulares eletrônicos são os mais prejudicados com a pressão que seria feita pelos policiais. Dos 81 boxes de ambulantes que existem na rodoviária, pelo menos 17 vendem produtos desse setor.

A Adei (Associação de Economia Informal), que representa os ambulantes de São José, sustenta que não existem produtos piratas sendo comercializados na rodoviária. Antônio Gonçalves Batista, presidente da entidade, disse que nunca ouviu falar sobre a suposta cobrança de propina. “Acho esta possibilidade pouco provável, porque o único órgão que pode cobrar sobre a venda de produtos originais e fiscalizar é a Receita Federal”, disse Batista.

O Vale