A Embraer, de São José dos Campos, registrou queda 73% no lucro líquido em 2011 na comparação com o ano anterior, aponta o balanço financeiro divulgado ontem à noite pela companhia.
A empresa obteve um lucro líquido de R$ 156,3 milhões no ano passado, ante os R$ 573,6 milhões de 2010. O balanço revela que a fabricante também entregou menos aviões em 2011. Foram despachadas 204 aeronaves contra 246 em 2010. A maior redução foi no segmento executivo.
Os dados mostram que a empresa registrou aumento da receita no período, mas também viu crescer suas despesas operacionais. A receita líquida do ano foi de R$ 9,8 bilhões, 5% maior que os R$ 9,3 bilhões do ano anterior. “Apesar do menor número de entregas nesse ano comparado ao ano passado, o mix de produtos foi mais favorável, com uma maior participação dos E-Jets em relação aos Phenom”, informa o balanço.
A Embraer aponta que a redução do lucro foi motivada por vários fatores. Entre eles, está a valorização do real frente ao dólar, que no período foi de 5% e impactou as despesas em moeda nacional. Em 2011, as despesas operacionais totalizaram R$ 1,697 bilhão, apresentando crescimento de 53% em relação ao R$ 1,112 bilhão registrado em 2010.
A empresa justifica o crescimento das despesas operacionais ao fato de a companhia ter feito provisões financeiras de R$ 465,3 milhões para cobrir eventuais perdas relativas às suas obrigações com garantias financeiras e de valor residual (RVG) oferecidas a agentes financiadores e clientes das aeronaves da família ERJ 145.
Ela relata no balanço que a AMR (American Airlines), que entrou em processo de concordata ao final de 2011, opera atualmente 216 jatos da família ERJ 145, por intermédio de sua subsidiária integral American Eagle, e sua decisão final de como gerenciará essa frota ainda está em curso.
“Para fazer frente a este cenário, a Embraer constituiu uma provisão de R$ 583,2 milhões”, informa o balanço. A Embraer relata ainda que há dificuldades com relação a uma frota de 36 aeronaves ERJ 145 que eram operadas pela Mesa AirGroup e que ainda não foram recomercializadas, sendo obrigada a fazer provisões financeiras de R$ 79,4 milhões para garantias financeiras e ajustes.
Outros principais indicadores financeiros da companhia registraram redução em 2011. O resultado operacional (Ebit) da empresa totalizou R$ 521,8 milhões em 2011, 24% menor que os R$ 685,6 milhões do ano anterior, gerando margem operacional de 5,3%, menor que os 7,3% de 2010. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 923 milhões, 14% menor que os R$ 1,069 bilhão do ano anterior.
Em 2011, as exportações da fabricante totalizaram US$ 4,209 bilhões, colocando-a como a quinta maior exportadora brasileira, contribuindo com 1,64% para o saldo da balança comercial brasileira, informa o balanço.
O Vale