Prefeito cobra documento para autorizar obra do contorno sul

No que depender do prefeito Ernani Primazzi (PSC), a emissão da licença de ocupação do solo, que permitirá a tramitação para o início das obras do contorno sul da rodovia dos Tamoios em São Sebastião, só vai sair após a apresentação de um documento oficial do governo do Estado concordando com as alterações no projeto. A cautela do prefeito é justificada pela polêmica envolvendo o projeto do contorno viário, que chegou agora em seu terceiro modelo. As duas propostas anteriores apresentadas pela Dersa foram alvo de críticas de moradores, parlamentares e do próprio prefeito em função do número de desapropriações necessário. A postura do prefeito esfria os ânimos da Dersa, que esperava a emissão do documento pelo prefeito já amanhã, de acordo com o presidente da empresa, Laurence Casagrande Lourenço.

Na esfera política, uma força tarefa composta pelo trio de deputados petistas Marco Aurélio, Carlos Zarattini e Telma de Souza ajudou Primazzi a sensibilizar a direção da Transpetro para liberar o uso de 2.000 m² de espaço e reduzir o número de remoções no bairro da Topolândia. Já entre os tucanos do governo do Estado, o prefeito procurou mostrar o ganho social com a medida. “Por mais boa vontade que eu tenha, chega uma hora em que você fica precavido. Acabei de conversar hoje (ontem) com o secretário Edson Aparecido (Desenvolvimento Metropolitano) e disse que preciso de um documento da Dersa ou da Secretaria de Transporte informando que houve as alterações”, afirmou o prefeito.

Outro ponto a ser definido entre as esferas federal e estadual de governo é o valor deste terreno da Transpetro. “Deve ter um custo sim. O Sérgio Machado (presidente da Transpetro) ratificou que vai ser possível, mas tem que ter um acordo administrativo. O Estado não pode desapropriar uma área da União”, disse Primazzi. Do lado do Estado, na Dersa a postura é de expectativa. “A coisa toda ainda está em negociação. Esperamos que esta seja uma cessão não onerosa. O compromisso de liberação da área foi feito ao prefeito de São Sebastião”, afirmou Laurence. Segundo o presidente da Dersa, com a liberação do uso do solo em São Sebastião, a expectativa é que as obras do contorno sul sejam iniciadas entre dezembro e janeiro. Já em Caraguatatuba, as obras do contorno norte devem começar a partir do próximo mês. “O Ibama liberou a licença de instalação. Após a autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) poderemos iniciar as obras, já em outubro”, disse Laurence.

Documentos sobre o grupo será exibido para moradores

A vida dos piraquaras da região norte de São José dos Campos é o tema do documentário “Lamento de um Caboclo”, que será exibido nesta sexta-feira (7), às 20h, no Espaço Cine Santana (Avenida Rui Barbosa, 2005), em Santana.

“Lamento de um Caboclo” foi dirigido por Rafael Meireles. A ideia do filme surgiu a partir do contato dos diretores com os piraquaras que vivem na Vila Rodhia. A equipe de produção do filme entrou em contato com esses moradores, que viviam da pesca no Rio Paraíba do Sul.

Durante esse contato, eles encontraram a memória de uma cultura tradicional, hoje quase extinta pelo desenvolvimento desenfreado e insustentável das indústrias, que vem poluindo rios, que outrora foram fonte de uma fartura de saberes, sabores e folguedos populares dos ribeirinhos.

Cidade tem uma Nova História com documentos

Documentos de brigas entre senhores de terra, disputa por escravos e inventários, entre outros processos que contam a história de São José dos Campos, estarão, em breve, a um clique da população. Cerca de 30 mil documentos do Fórum de São José, que estavam sob os cuidados do Arquivo Público, estão passando por higienização e, em breve, serão digitalizados.

O projeto chamado “Crime e Cidade: tensões do cotidiano em São José dos Campos do século 19 ao início do século 20”, foi criado pela historiadora Maria Aparecida Papalli, da Univap (Universidade do Vale do Paraíba). Com o patrocínio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o custo total do projeto é de R$208 mil. Destes, R$ 178 mil destinados a higienização desses documentos.

“São cerca de 30 mil documentos do Fórum que estavam sobre a tutela da Fundação Cultural Cassiano Ricardo. Nós já sabíamos que a documentação estava sendo perdida, deteriorada pelo tempo. Então, criei o projeto e, após a limpeza das páginas, faremos a sua digitalização”, afirmou. O projeto faz parte do convênio Pró-Memória –que existe há 10 e foi renovado quarta-feira. O objetivo é preservar a memória histórica da cidade, facilitando o acesso aos documentos do Arquivo Público.

Um século de história estão registrados nos processos. “Há, por exemplo, um processo de um coronel que fez um empréstimo judicial de seus escravos por determinado tempo a outro coronel. No entanto, como a colheita de café passou do tempo previsto, este demorou a devolve-los. Então o dono dos escravos teve de ir à justiça para receber o tempo extra que eles ficaram na fazenda do outro”, conta Luíz Carlos da Cruz, escrevente e responsável pelo arquivo do Fórum.

Há ainda crimes, como um caso amoroso que terminou em crime passional. “Na ocasião, há 100 anos atrás, a menina morta tinha 16 anos. Então, imagino que foi um caso chocante para a população”, disse. Esse processos ainda hoje alguns voltam a tramitar. “São inventários, partilhas, separações. Há processos ainda não encerrados ou que precisam amparar outros que ainda estão em trâmite”, afirmou historiadora Nádia Kojio, especialista em organização e arquivos, do Arquivo Público.

Apenas três ou quatro gerações separam esses documentos do tempo atual. “Todo o mundo pensa em documentos antigos como depósito de coisas velhas, mas, na verdade, ele não é. Eles reorganizam todo o fluxo de documentos, não é a casa da memória simplesmente”, disse Nádia. Após todo o processo de higienização, eles serão levados em lotes para a Univap, onde serão digitalizados e disponibilizados virtualmente. “Eram documentos inacessíveis. Vamos encontrar muita coisa interessante, como processos trabalhistas das décadas de 1940 e 1950, época da consolidação da CLT”, disse Maria Aparecida.

Oito historiadores trabalham na higienização das folhas dos processos. Munidos de fitas adesivas específicas para arquivos, cola com ph neutro, tesoura, pincel, pano, tirador de grampo e espátula, os profissionais trabalham em cada uma das folhas dos processos. “A limpeza dos processos deve ser concluída em três meses. Temos de separar cada folha e, em algumas delas, as manchas absorvidas pelo papel e não saem mais. Então, as neutralizamos com ferro para deixa-lo livre de fungos e bactérias”, afirmou o conservador José Ribeiro, da Bibliátrica, empresa responsável pela higienização, e que já trabalhou na conservação de documentos do MEC. Todos os funcionários usam máscara, avental, luvas e toucas uma vez que o trabalho com papel é insalubre.

O Vale

Poupatempo vai a abrigos para emissão de novos Documentos

O Poupatempo vai desenvolver um esquema especial de atendimento e emissão de documentos pessoais para as famílias que saíram do Pinheirinho e estão nos abrigos montados pela Prefeitura de São José dos Campos.

Neste sábado (28), uma equipe de servidores administrativos da Prefeitura fará a triagem das pessoas que perderam documentos durante a reintegração de posse da área. Para receber o auxílio-aluguel (R$ 500), que será pago pela Prefeitura, essas pessoas precisam da documentação em dia.

Após a triagem, o Poupatempo desenvolverá, a partir desta terça-feira (31), uma ação nos quatro abrigos: CAIC Dom Pedro, Centro Esportivo Vale do Sol, Centro Esportivo do Jardim Morumbi e Centro Esportivo Dom Pedro.

A Prefeitura vai dar suporte logístico para o trabalho, disponibilizando 20 servidores administrativos. Só após a triagem prevista para este sábado, a Prefeitura saberá quantas famílias perderam os documentos e serão atendidas.

Auxílio-mudança – Além do auxílio-aluguel, a Prefeitura vai pagar a cada família do Pinheirinho uma parcela única de R$ 500 a título de auxílio-mudança. O valor é uma ajuda para as famílias poderem transportar seus pertences para o local onde vão morar.

O auxílio deverá ser pago juntamente com a primeira parcela do auxílio-aluguel. A Câmara Municipal já foi convocada para uma sessão extraordinária na terça-feira (31), para votar o projeto de lei que cria o auxílio-aluguel e o auxílio-mudança para as famílias do Pinheirinho.

Prefeitura Municipal