Zona Sul da cidade em falta com Radar Eletrônico

O sistema de fiscalização por radares fixos de São José responsável pela maioria das multas aplicadas aos motoristas ignora a periferia da cidade. É o que mostra levantamento feito por O VALE na última semana nos principais corredores de ligação entre as diferentes regiões.

Um dos exemplos está na zona oeste as avenidas Shishima Hifume e Lineu de Moura, no Urbanova, possuem três radares em um trecho de três quilômetros ou seja, um radar por quilômetro entre a escola Moppe e o centro comercial.

Após esse trecho, o motorista percorre mais quatro quilômetros na avenida Lineu de Moura (que leva até a Univap) sem ter a velocidade monitorada. “É muito arriscado. À noite, os alunos saem da faculdade a mil por hora e só freiam na frente do radar”, afirmou Janice Aparecida da Costa, 22 anos, que trabalha em uma academia na Lineu de Moura.

Do lado oposto, mas integrante do mesmo desenho viário, estão as avenidas Jorge Zarur (marginal do Vidoca) e Mário Covas, que levam para a zona sul da cidade. Ambas não possuem nenhuma base fixa de fiscalização em seus mais de sete quilômetros de extensão até o trevo do Torrão de Ouro.

Para o especialista em trânsito, Sérgio Ejzenbeg, são essas avenidas que deveriam ser fiscalizadas por permitirem o tráfego em uma velocidade maior o que aumenta a gravidade de possíveis acidentes. Na Jorge Zarur e Mário Covas, é permitido o tráfego em até 80 km/h em alguns trechos. Já nas vias do Urbanova, o limite máximo é de 60 km/h. “A fiscalização por radar deve garantir a segurança justamente onde, se o limite de velocidade permitido for ultrapassado, pode gerar acidentes graves”, disse. Segundo ele, quanto mais intensa a fiscalização, melhor. “Evita que o condutor freie apenas onde existe o radar.”

Na região leste da cidade, também há exemplos semelhantes. A Estrada Municipal Glaudston de Oliveira usada como rota alternativa pelos funcionários da Embraer é uma das que não conta com nenhum ponto de fiscalização fixa.

A avenida João Rodolfo Castelli, principal acesso ao Putim pela Rodovia dos Tamoios (SP-99), conta com apenas uma base de fiscalização, apesar de ser considerada arriscada por especialistas por ser simples e de mão dupla, semelhante à própria Tamoios.

O motorista Márcio Petetti, 42 anos, reprova a fiscalização da cidade. “Moro na Vila Nair e peço um radar lá há mais de dois anos. São José tem radar onde não precisa e falta onde tem abuso”, afirmou. A Prefeitura de São José dos Campos informou que os equipamentos estão no local determinado pelos estudos da Engenharia de Tráfego.

O Vale